Operação Jenga

Presos na Operação Jenga aparentaram tranquilidade

Durante o tempo que ficaram à disposição da imprensa, os presos conversaram entre si, inclusive sorrindo algumas vezes

Foto: Daniel Moraes / O Imparcial

A primeira fase da Operação Jenga, deflagrada nesta quinta-feira (4) pela Polícia Civil, conseguiu prender 18 pessoas. Dentre os presos, o empresário e agiota Josival Cavalcanti da Silva, o “Pacovan”, e sua mulher, Edna Maria Pereira. Os dois foram apontados como os chefes da organização criminosa que desviou mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos do Maranhão.

Os outros presos são, em grande parte, “laranjas” que emprestaram nome para facilitar a operacionalização do esquema de agiotagem e lavagem de dinheiro. Todos os 18 presos foram apresentados nesta quinta (4), na Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA). Postos lado a lado, para que os fotojornalistas pudessem fazer imagens, os presos aparentaram tranquilidade.

Os presos ficaram, aproximadamente, uma hora à disposição da imprensa. Durante esse tempo, eles conversaram entre si, inclusive sorrindo algumas vezes. Pacovan, o líder do bando, e preso sete vezes nos últimos dois anos, manteve-se sempre sério, com a cabeça erguida – não se importando em ser fotografado.

Foto: Daniel Moraes / O Imparcial

A postura dos presos é justificada. Todos eles, incluindo o líder Pacovan, foram presos por meio de mandados de prisão temporária. Ou seja: só podem permanecer presos por, no máximo, cinco dias. Com direito a prorrogação por mais cinco dias em caso de “extrema e comprovada” necessidade.

Os 18 presos foram encaminhados ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, atual Complexo Penitenciário de São Luís. Por decisão da Justiça, Pacovan foi colocado em uma ala isolada. De acordo com uma fonte de O Imparcial, nesta sexta-feira (5) Pacovan prestou longo depoimento à polícia. O superintendente Tiago Bardal (Seic) não confirma a afirmação. Segundo Bardal, Pacovan se recusou a falar, orientado pelos seus advogados.

A segunda fase da Operação Jenga é focada em descobrir quais prefeituras estão envolvidas no esquema, e quem foram os facilitadores. Há fortes indícios de desvios oriundos, inclusive, de emendas parlamentares. Prefeituras e políticos serão investigados.

Pacovan ficará preso?

Mesmo sendo apontado como o líder da organização criminosa responsável por desviar milhões dos cofres públicos, ainda há a possibilidade do empresário e agiota Pacovan ganhar liberdade nos próximos dias. As investigações precisam provar que ele é realmente responsável pelos crimes. Por isso, a ordem é agilidade na organização e análise de todo o material apreendido: caso não consigam provas contra Pacovan dentro do prazo determinado pela Justiça, ele pode ser solto nos próximos dias.

Para evitar isso, a polícia já entrou com pedido de prisão preventiva contra Pacovan. Diferente da temporária, a prisão preventiva não tem prazo de duração. O investigado pode ficar preso enquanto seja necessário – respeitando a razoabilidade de duração. De acordo com Tiago Bardal, a Justiça deve determinar até segunda-feira (7) se aceita o pedido de prisão preventiva contra Pacovan.

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