Rede privada registra aumento considerável de casos suspeitos no mês de agosto e prevê segunda onda de contaminação. Apesar do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES) registrar poucos casos diários da Covid-19 em Imperatriz, os dados apresentados por um hospital da rede particular que é referência no atendimento à doença em Imperatriz são preocupantes. 

De acordo com a planilha do hospital, de 1 a 12 de agosto foram realizados 1263 atendimentos e desses, só em agosto, foram 453 casos suspeitos da Covid-19, a maioria pacientes jovens entre 20 e 30 anos de idade.

“Desde o dia 20 de julho esse aumento tem sido expressivo, nós tivemos um aumento de mais de 100% dos casos do mês de junho para o mês de julho, e agora do mês de julho pra agosto praticamente a gente tá sobrando essa quantidade de paciente. As nossas unidades destinadas aos pacientes com Covid-19 estão indo para a capacidade máxima de ocupação. Portanto, não é brincadeira, não dá pra relaxar nas medidas de segurança, ainda se faz necessário o isolamento, o uso de máscara, álcool em gel, lavagem das mãos. A gente tem observado que o comércio abriu e o pessoal esqueceu. Festas, bares abertos, sem limitação do quantitativo de pessoal e os cuidados, da mesma forma”, disse o médico e presidente da empresa de planos de saúde que tem o maior número de beneficiários em Imperatriz, Irisnaldo Félix.

O receio dos especialistas de saúde que estão na linha de frente do combate à Covid-19 é que a cidade possa enfrentar uma segunda onda de contágio com a superlotação das unidades hospitalares, agora com um perfil que se destaca entre os novos infectados, jovens são maioria.

“O momento ainda requer muito cuidado e possivelmente podemos estar diante de uma segunda onda, não é o que queremos, mas estamos em alerta e readequando nosso fluxo interno, nos preparando para uma possível segunda onda”, reforçou Irisnaldo Félix.

Outro argumento apresentado pela rede privada que contrapõe os dados do município e estado, é que os resultados dos testes para Covid-19 saem com atraso e podem não refletir a atual realidade do aumento no número de casos, sem contar que a rede privada considera casos suspeitos com base na avaliação clínica e exame de imagem (tomografia pulmonar), mesmo sem a realização de testes rápidos. 

Aumento na ocupação de leitos de UTI na rede estadual

Desde o início da pandemia, a cidade já registrou um total de 295 óbitos. A taxa de ocupação de leitos de UTI no Hospital Macrorregional, de acordo com o último boletim da rede estadual, subiu para 74%. O aumento também acende o alerta no comparativo com os últimos dias, quando a ocupação não passava de 60%. Dos 54 leito disponíveis, 40 estão ocupados.