POLÊMICA

Revisão de casos do novo coronavírus não diminui óbitos, diz Carlos Lula

Retirada do Portal do Ministério da Saúde com dados atualizados sobre o novo coronavírus no Brasil para recontagem repercute no meio político maranhense

Reprodução

O secretário de Estado da Saúde Carlos Lula repercutiu em uma rede social a notícia que o Ministério da Saúde pretende fazer uma recontagem do número de mortes no Brasil por covid-19, após a declaração de Carlos Wizard, que vai assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, à imprensa que os dados atuais são, em sua opinião, “fantasiosos ou manipulados”.

Carlos Wizard justificou a recontagem de óbitos pelo governo federal porque “tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como covid. Estamos revendo esses óbitos”, disse Wizard.

Para Carlos Lula, “rever” os óbitos por Covid-19, por uma suposta “inflação” dos números, é lamentável. E que essa “revisão” não tem como diminuir os óbitos. “Há, de fato, uma dúvida que tem se repetido durante a divulgação diária do nosso Boletim Epidemiológico. O mesmo acontece nos outros estados. Afinal, os óbitos que aparecem em cada edição do boletim aconteceram naquele dia? Não, gente!”, explicou o secretário.

Segundo Carlos Lula, o Boletim Epidemiológico da SES só divulga o óbito, após o recebimento da confirmação da covid-19 como causa da morte. E que este procedimento  pode afetar na demora da divulgação por conta da grande demanda nos laboratórios. Ressaltando que, dessa forma, o número de mortes sofre oscilações. “Novos dados entram a toda hora no sistema e são adicionados para atualizar a base, segundo suas datas de ocorrência. Assim, no boletim do dia 06/06, por exemplo, pode haver óbitos dos dias 02, 03, 04 do mesmo mês”, exemplificou Carlos Lula.

De acordo com o boletim citado pelo secretário, dos 34 óbitos registrados pelo Boletim Epidemiológico apenas três, que corresponde a 8%, se referem aos casos do dia. E que oito casos, 23% são resultados de óbitos de dois dias anteriores. E os outros 23 casos, correspondente a 69% são atualizações de óbitos no mês de maio. “Assim, mais importante do que analisar o número de óbitos divulgados no dia, vale olhar a curva dos óbitos ao longo do tempo. Lá podemos ver, de fato, quantos óbitos aconteceram por covid-19 naquela data. Esses gráficos estão todos no nosso boletim”, justificou o secretário.

Carlos Lula enfatizou ainda que os dados epidemiológicos não são apenas notícias de jornal. “Eles [os dados] são nossos guia para traçar as estratégias adequadas de enfrentamento da doença. No escuro, não há como combater” .

Quem também repercutiu o assunto foi o senador Weverton Rocha (PDT) que também usou a sua rede social e classificou como um golpe na transparência o fato de o Governo retirar do ar o Portal com dados atualizados sobre o coronavírus no Brasil: “Negar o número de mortos não muda a situação, mas mostra o interesse em manipular informação e abandonar de vez o combate à covid-19. Gravíssimo.”. Já a senadora Eliziane Gama (Cidadania) afirmou em sua rede social que: “é inaceitável que o Portal do Ministério da Saúde com dados da covid-19 tenha sido retirado do ar”, explicando que “a falta de transparência é ilegal e criminosa”.

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