ENTREVISTA

“Nossa palavra tá dada a ele”, diz Chico Carvalho sobre nome para a Prefeitura de São Luís

Solidariedade já tem seu candidato definido e só muda de rumo se o nome não se viabilizar

Decano da Câmara Municipal de São Luís, Francisco Carvalho preside o Solidariedade - (foto: Ascom/ Chico Carvalho)

Com o semblante calmo e sereno de quem já viveu muita coisa no mundo político do Maranhão, o vereador e articulador municipal do Solidariedade, Francisco Carvalho, recebeu a reportagem de O Imparcial para uma conversa. Com ele, abrimos a sequência de entrevistas com os presidentes de partidos em São Luís. Vale lembrar que Chico Carvalho ainda não é o presidente do Solidariedade São Luís. O nome dele já foi aprovado, recebendo aval das direções nacional e estadual, mas a confirmação depende da publicação feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – o que acontecer em alguns dias.

Formação do quadro de candidatos, requisitos, articulação majoritária, apoios. Estes foram alguns dos assuntos que tratamos, onde se destaca a palavra “respeito”.

O Imparcial – O senhor já presidiu diversas partidos, conhece o caminho das pedras para uma eleição. Como tem sido no Solidariedade, uma vez que o senhor pegou o partido quase no zero?

FC – Eu fui presidente de vários partidos. Diretório municipal do PFL, PSB, PPS, sempre elegendo dois ou três vereadores. Presidi o PSL por 17 anos, sem nenhum tostão de fundo partidário. Fui presidente estadual e vice-presidente nacional do partido, tendo sido consultado pela entrada do Jair Bolsonaro no partido e a candidatura dele à presidência em 2018. Também presidi o PROS e, agora, estou no Solidariedade, um partido que está em adiantado processo para disputar a eleição de 2024. Na nossa concepção, fazemos dois vereadores [em São Luís]. Estamos qualificando pra gente tentar fazer o terceiro vereador.
Não se sabe ainda quanto teremos de fundo partidário, mas o partido está organizado nacionalmente também. Vamos fazer uma avaliação. Cada um vai dizer quantos votos deve ter e vamos informar para a nacional, que vai mandar o fundo direto para a conta dos candidatos. É uma forma que o partido tem de, cada candidato, se avaliar. O fundo partidário dele vem baseado nessa previsão.
Nós temos que jogar aberto. Vamos reunir todos os pré-candidatos. Se quiserem falar confidencial, que é até melhor, um por um… Vamos conversar. Quantos votos você acha que vai ter? A pessoa tem que ser sincera e dizer. Ela diz quantos votos tem. Agrega ao partido? Sim! Poderá ser candidato? Sim, para completar a chapa. Porque nós temos, aqui já, cabeça, tronco e membros.

O Imparcial – Paralelo a organização do partido, o senhor deve ter sido sondado por pré-candidatos. Como está o posicionamento do Solidariedade quanto à corrida majortitária?

FC – Muitas pessoas acham que eu tenho um grave defeito na política, o que eu encaro como uma virtude. Quando eu dou minha palavra, eu não mudo. Quem acompanha a trajetória da gente, sabe disso. Às vezes, me arrependo, mas eu honro a minha palavra. Nós conversamos (ele e o presidente estadual da legenda, Wolmer Araujo) com o presidente da Câmara, pré-candidato a prefeito de São Luís, Paulo Victor, e nossa palavra tá dada a ele. Temos certeza que a gente honrará com a palavra.

O Imparcial – Mas se, por ventura, o Paulo Victor não se viabilizar como candidato…

FC – Olha… Eu peço a Deus, todos os dias, que Deus o proteja, que lhe ilumine, que ele seja candidato. Ele coordenou a campanha do governador em São Luís, comandou os vereadores que votaram no Brandão e Brandão ganhou a eleição no primeiro turno. São Luís deu um terço dos votos válidos para o governador, graças ao apoio dos vereadores. Acho que Paulo Victor tem amplas condições de ser candidato, ir para o segundo turno e ser prefeito de São Luís. (pausa) O homem faz o plano, mas é Deus que determina o que vai acontecer. Se por um acaso, Paulo Victor não cosneguir ser candidato, aí sim, nós voltamos a estaca zero e vamos conversar com algum outro pretenso candidato. Mas espero que isso não aconteça.

O Imparcial – O senhor coloca que vai dar todo apoio necessário ao Paulo Victor. Quais as estartégias que ele deve adotar para chegar junto à comunidade e as pessoas percebam que a candidatura dele decolou?

FC – Eu acredito que o Paulo Vitor, hoje, já deva estar na casa dos dois dígitos. Ele já deve tá com 10% das intenções de voto. Agora, se cada vereador, cada pessoa que diz que se diz aliado do Paulo Victor, levar realmente o nome dele para as ruas, eu não tenho dúvida que rapidinho nós estaremos bem na frente nestas pesquisas.

O Imparcial – E como o Solidariedade vem pra disputa? Vai se igualar aos ditos partidos grandes ou vai ser mais modesto?

FC – Nós fizemos um quadro para competir em pé de igualdade de condições com os grandes partidos. Aqui é só a credibilidade da direção do partido e Deus. Deus é maior e está na frente. Estão aí, o [Roberto] Brandão, que é ex-reitor do IFMA; o Estevão Aragão [ex-vereador de São Luís]; o Afonso Filho [filho de Afonso Manoel], Fabiana Ramada… Nós temos bastante nomes competitivos. Isso sem ter uma indicação. Aqui não tem nenhum candidato indicado por ninguém. Só a credibilidade da nossa diretoria.

O Imparcial – Fazendo jus ao nome do partido, então…

FC – Como o nome já diz: aqui é um partido de solidariedade, um ajudando o outro. É uma irmandade. É como a gente diz aqui: a Família Solidariedade. Esse é o slogan do nosso partido. Família unida, jamais será vencida. Nós vamos surpreender muita gente nessa eleição.

O Imparcial – Seu estilo é conhecido por trazer nomes que são puxadores de voto, mas o senhor também tem ido pras comunidades. Como é que o Solidariedade tem se comportado nesse processo?

FC – Nós estamos sendo assediados. Eu tenho omitido os nomes dos nossos filiados, porque estão atrás de gente nossa que diz “eu já fui vereador”, “eu já fui candidato”, “eu tive tantos mil votos”… Cada eleição é uma eleição diferente. Nós sabemos fazer líderes. Temos uma liderança grande lá no Anjo da Guarda, que será candidato. Nós temos gente, que vai ser candidato, que é da zona rural de São Luís. A gente também sabe fazer liderança.

O Imparcial – E como vem sendo construído o partido para atender todas as camadas da sociedade?

FC – Aqui, nós estamos recebendo gente de todas as vertentes da sociedade. Nós temos o presidente da Associação dos Funcionários Públicos do município de São Luís, nós temos uma pessoa que vai representar a diversidade de gênero, temos vários pastores, vários cantores de igreja, várias pessoas da Igreja Católica… Todos os segmentos estão representados no Solidariedade.

O Imparcial – Por mais de uma vez, o senhor falou em assédio político. Com tanto tempo no meio, o senhor acredita que está faltando respeito, principalmente dos mais novos com os mais velhos?

FC – Com certeza. Nós temos um grupo formado com todos os pré-candidatos, as pessoas que estão filiadas no partido. Quando surgiu a conversa, anteontem, na Câmara de “vamos tirar fulano”, “vamos tirar ciclano do partido”, eu só disse: “aqui, o Solidariedade é formado por homens e mulheres, pessoas sérias, que tem compromisso, que não se vendem, não temos preço, não estamos à venda”. Eu tenho gravações de pessoas que estão tentando assediar pré-candidatos. Eu vou levar para o Tribunal [Regional] Eleitoral e vou levar para o Ministério Público Estadual e para o Ministério Público Federal, para avaliar se esse dinheiro é dinheiro lícito ou não. A gente tem que dar um basta nisso. Tem que ter respeito. Eu mesmo tive um problemazinho com um candidato, que me deram o nome. “Liga para fulano aqui”. Quando eu liguei, ele foi dizer para um vereador que eu tava sediando ele. Eu pedi perdão, não sabia que essa pessoa tava em outro partido e bloqueei ele do meu celular, quando vi que ele foi fazer fuxico, dizer que eu tava sediando ele. Tirei ele do grupo do Solidariedade e bloqueei ele para não falar mais. Esse é o vereador Chico Carvalho, que respeita todo mundo.

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