POLÍTICA

Yglésio admite voltar para o PDT

Em entrevista a O Imparcial, o deputado estadual revelou que retornará à legenda pedetista para se reeleger como deputado estadual e apoiar Weverton ao governo.

Reprodução

O médico Yglésio Moyses, que em 2018 foi eleito deputado estadual pelo PDT com um total de 39.804, e que em 2020 deixou a legenda para se filiar ao PROS para concorrer à prefeitura de São Luís, revelou em entrevista a O Imparcial que deve retornar ao seu partido de origem para concorrer à reeleição de seu mandato nas eleições de 2022, além de apoiar a candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao cargo de governador.

Para viabilizar o seu projeto político ele tem investido em diversas leis voltadas, principalmente, para a área da saúde e outros segmentos sociais menos favorecidos. O parlamentar é autor de leis como o Dia Estadual de Combate ao Câncer de Pênis e uma indicação para que o governo do Maranhão adote e faça a inclusão da Política de Saúde da Mulher nas escolas públicas estaduais, com o objetivo de reduzir a pobreza menstrual nas camadas mais carentes. 

Recentemente, vários projetos seus foram aprovados e estão à espera de sanção, como o Dia Estadual de Combate ao Câncer de Pênis. Fale sobre a importância desta causa.

Normalmente nós parlamentares temos até uma certa resistência em apesentar projetos destinados a homenagear o dia de determinada profissão, situação social ou algo parecido. Mas, analisando os números e os resultados de pessoas que chegam até  nós, muitas vezes em consultório, e que a gente precisa encaminhar para o especialista, que no caso é oncologista, chegamos ao dado trágico de que o Maranhão é o campeão nacional em casos de câncer de pênis. Um câncer eminentemente ligado à higiene. Muitas vezes o simples fato de lavar o pênis reduz bastante a possibilidade de câncer. Outras coisas, como a conscientização de postectomia, que é a retirada do prepúcio do pênis também. Então, um Dia de Combate ao Câncer de Pênis é um momento de fazer ações de divulgação de caráter preventivo para que a gente consiga no médio prazo reverter esse status tão ruim de ser o campeão nacional de câncer de pênis.

O senhor também é o autor da Indicação que reduz a pobreza menstrual nas camadas mais carentes. Como analisa essa situação que ainda é uma realidade nos dias de hoje?

Nós temos metade da população do Maranhão vivendo na extrema pobreza. E a pobreza menstrual é uma das facetas dessa pobreza em meninas que tem dificuldade de adquirir absorventes. Elas chegam a perder 45 dias de aula por ano, ou seja, ser mulher e ser adolescente pobre te coloca ainda mais em um patamar de inferioridade em relação a quem é homem e  pobre. A mulher tem uma dificuldade adicional por não ter acesso ao próprio absorvente, algumas chegam a usar até miolo de pão. E, dentro do que a gente pode fazer de escuta em relação a pobreza menstrual, muitas organizações tem trabalhado isso, como a Plan Internacional, técnicos da Secretária Municipal de Saúde também, que foram pessoas que conversaram bastante com a gente e nos levaram em abril a fazer a indicação parlamentar. E, recentemente, o secretário de Educação do Estado do Maranhão, Felipe Camarão, se inteirou um pouco mais do assunto e levou ao governador, que houve a decisão política de fazer aquisição de absorvente para estudantes de escolas públicas. Claro que isso é muito maior do que distribuir absorvente. Isso é um pedaço da política pública que precisa ser cuidada em relação ao enfrentamento da pobreza menstrual e educação sexual de todo o conjunto de proteção social que o estado deve ter.

O senhor tem usado muito as redes sociais para se aproximar da população maranhense. Como tem sido a receptividade das pessoas no mundo virtual de Yglésio Moysés?

Hoje a gente tem um grupo de seguidores nas redes sociais bem engajado, de pessoas que compartilham, não de todas as ideias, mas pela linha de mandato que a gente busca ter e da forma de fazer política. Uma política ideológica com as pessoas. Uma política que dialoga. Uma política que consegue se colocar no lugar das pessoas que nos elegeu. Entender os problemas da sociedade. E o principal: não ficar omisso, não ficar parado. Fazer mesmo esta linha de trabalho sério, constante em direção aos dias melhores para o Maranhão, que é isso que a gente espera.

“Eu espero que ele não quebre o estado”

Em 2020 o senhor foi candidato a prefeito de São Luís. Qual a lição que o senhor tirou dessa experiência?

A campanha nos deu oportunidade de conhecer  muito mais dos problemas da cidade. De conhecer pessoas e histórias que nos fortaleceram tanto como pessoa como político. E eu acredito que é uma construção. Nós desenvolvemos um plano de governo com as melhores das ideias dentre as que foram apresentadas, mas claro que tivemos um grande inimigo que foi a falta do tempo de TV e a falta de apoio político que ficou muito claro nessa eleição. Pessoas tendem a apoiar candidatos que se posicionam em detrimento de interesses de grupos políticos. E o grupo político hoje, não tem interesse na população. Essas duas estruturas: a política e o interesse público parecem hoje não conversar, parecem não convergir. Como a gente tende para o lado do interesse público, a gente teve um pouquinho de dificuldade de agregar atores tradicionais da política e a gente espera que nas próximas eleições, onde certamente nós participaremos, a gente possa ter uma agregação maior e mais tempo de TV para apresentar para a população as ideias que a gente considera importante para a cidade.

Atualmente o senhor está filiado no partido no PROS. Com aproximação das eleições de 2022 existe a possibilidade do senhor mudar de partido?

A gente deve migrar este ano para o PDT, partido que a gente estava inicialmente. É um partido que a gente tem um grande carinho e vai fazer uma chapa competitiva, que hoje tem um candidato ao governo do Estado,  o senador Weverton Rocha, e a gente  espera seguir este ano a nossa candidatura à reeleição ao mandato de deputado estadual.

Já aconteceu alguma aproximação por parte dos pré-candidatos ao governo do estado para as eleições 2022?

A gente tem um diálogo muito constante com o senador Weverton. Não temos nada contra os outros postulantes, como o Brandão, o próprio Josimar, que tem se colocado como candidato, o Lahésio Bonfim, prefeito de São Pedro dos Crentes. Todos que tem se colocado como pré-candidatos a gente tem uma relação boa, mas é óbvio que até pela questão partidária, o nosso projeto está  atrelado à candidatura do senador Weverton no ano que vem também.

O que o senhor espera do próximo governador do Maranhão?

Eu espero que ele não quebre o estado. O Maranhão vem passando por um momento difícil do ponto de vista econômico, financeiro. As políticas públicas precisam avançar muito. Nós temos ai uma situação da saúde onde o estado precisa participar bastante. Houve avanços, a gente reconhece, mas precisa haver mais, inclusive na questão da organização junto aos municípios, que terminam fazendo atendimento de saúde, na maioria das vezes, ainda muito aquém do que a população merece. Acredito que a gente tem que avançar na questão dos consórcios de saúde intermunicipais para que a gente divida melhor essas despesas atendendo o critério de regionalização, que é muito peculiar ao Sistema Único de Saúde (SUS), e isso é uma coisa dentro da saúde que precisa ser feita.

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Mais Notícias