“A agenda real do cotidiano das famílias é ter roupa para vestir”, declara Dino
O governador do Maranhão respondeu à fala da ministra evangélica Damares Alves de que “menino veste azul” e “menina veste rosa”, que repercutiu nas redes na última semana
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(Foto: Agência Secap)
![Giovana Kury](https://oimparcial.com.br/app/uploads/2019/04/gio.jpg)
Na última quarta-feira (2), repercutiu nas redes sociais uma declaração da atual ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, a pastora evangélica Damares Alves, ao afirmar que o Brasil está em uma “nova era” em que “menino veste azul” e “menina veste rosa”. Na madrugada desta sexta-feira (4), o governador do Maranhão, Flávio Dino, se posicionou em seu Twitter:
Quem conhece o Brasil, sabe que a agenda real do cotidiano das famílias é ter roupa para vestir. De qualquer cor. O resto é pura ideologia.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) January 4, 2019
“Quem conhece o Brasil, sabe que a agenda real do cotidiano das famílias é ter roupa para vestir. De qualquer cor. O resto é pura ideologia”, publicou em seu microblog. Em seguida, continuou:
A produção em série de conflitos pode ser apenas diversionismo para livre trânsito da pauta econômica. Mas também pode visar condições para ruptura do contrato social, jogando a Nação em uma hobbesiana guerra de todos contra todos, que seria vencida pelos “mais fortes”.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) January 4, 2019
“A produção em série de conflitos pode ser apenas diversionismo para livre trânsito da pauta econômica. Mas também pode visar condições para ruptura do contrato social, jogando a Nação em uma hobbesiana guerra de todos contra todos, que seria vencida pelos ‘mais fortes'”, finaliza Dino, sobre as mudanças que ocorreram nestes poucos dias desde que o novo governo assumiu.
Mudanças radicais
Logo no dia 1º, em seu primeiro decreto, Bolsonaro reduziu de 29 para 22 o número de pastas no seu governo. Foi extinto o Ministério do Trabalho, que foi incorporado pelo da Economia; o da Segurança Pública, que será parte do da Justiça; e o do Planejamento, incorporado ao da Economia.
Também foram extintos o Ministério da Indústria; Comércio Exterior e Serviços; Cidades; Integração Nacional; Desenvolvimento Social; Esportes e Cultura.
Outra mudança decretada por Bolsonaro é que, a partir deste ano, a identificação, delimitação, e demarcação de terras indígenas que antes era feita pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio) passa a ser de responsabilidade do Ministério da Agricultura.
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Em entrevista a O Imparcial, uma das maiores lideranças indígenas do Brasil, Sônia Guajajara afirma que, graças à decisão, as demandas dos povos indígenas maranhenses “vão ficar agora arquivadas e congeladas porque o governo deixou claro que não vai dar continuidade”.
A oposição de Dino
Desde o crescimento de Bolsonaro no cenário político, Dino se fez oposição ao plano econômico do Paulo Guedes, o atual ministro da Economia, comparando-o ao Pinochet, ditador chileno; o ministro da Justiça, Sérgio Moro, que declarou ter “usado a toga para tirar adversários do caminho”.
Consolidando de vez a oposição, o partido do governador maranhense, PCdoB, e o PT, declararam boicote à posse de Jair Bolsonaro no dia 1º deste mês e não estiveram presentes.
A passividade de Bolsonaro
Em contrapartida, na quinta-feira (3), em sua primeira entrevista concedida depois de eleito presidente da república, Jair Bolsonaro afirmou que, mesmo com a oposição dos governadores de esquerda, não pretende fechar as portas para o diálogo.
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“Não posso fazer uma guerra com os governadores do Nordeste, atrapalhando as pessoas [daquela região]”, afirmou ao canal de televisão SBT. Ele aproveitou para fazer uma piada: “Espero que não venham pedir dinheiro”.