ENTREVISTA EXCLUSIVA

“Pretendo completar 8 anos no Senado”, afirma Weverton Rocha

Seguindo a série de entrevistas, o senador eleito Weverton Rocha conversa com o jornal O Imparcial e fala sobre sua atuação parlamentar e seu futuro no Senado Federal

Weverton Rocha concede entrevistas durante diplomação dos eleitos (Foto: Ascom/TRE)

O deputado federal Weverton Rocha (PDT)  conseguiu se cacifar em sua candidatura, sendo o primeiro do grupo do governador Flávio Dino (PCdoB). Nas primeiras pesquisas, Weverton aparecia com baixo índice nas intenções de voto, mas, ao longo da campanha e a cada nova pesquisa, notabilizou-se que era o candidato que tinha maior curva de crescimento. Tudo possível pela capacidade de articulação política do senador eleito, que conseguiu atrair para seu palanque político diversas correntes políticas do estado do Maranhão. Conforme respondeu ao jornal O Imparcial, Weverton pretende desempenhar o mandato de senador durante os oito anos que lhe cabe.

Sobre as eleições municipais de 2020, o senador eleito Weverton Rocha (PDT) afirma que ainda não é momento de discussão, mas o seu partido, o PDT, é o dono da cadeira principal do Palácio La Ravardière. Peças chave do seu partido se movimentam para viabilizar a sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr.

O Imparcial – O senhor fez um discurso de agradecimento e despedida da Câmara Federal. Como o senhor avalia sua passagem por esta casa?

Weverton Rocha – Fiz um mandato coerente com a minha história de vida, de um garoto que aos 16 anos se filiou ao Partido Democrático Trabalhista e se manteve leal aos seus ideais e ao seu partido. Minha atuação foi focada na defesa intransigente do trabalhador e do povo maranhense. E o resultado veio naturalmente no reconhecimento dos órgãos que acompanham o dia a dia da Câmara, como o Diap, que me nominou quatro anos consecutivos (2015, 2016, 2017 e 2018) um dos 100 Cabeças do Congresso; o Labep que me considerou o segundo melhor deputado; dos meus colegas de partido, que duas vezes me elegeram líder da bancada do PDT na Câmara; dos outros partidos que me elegeram líder da oposição a Temer; e até mesmo de partidos de outras correntes ideológicas, que votaram para aprovar muitas das minhas proposições. Termino o mandato tendo transformado em lei 17 proposições, tendo conseguido aprovar na Câmara o projeto que disponibiliza no SUS o exame ecocardiograma fetal para gestantes e na iminência de ver sancionada a lei, originada de um projeto meu, que aumenta a pena para quem comete feminicídio. Fiz um mandato dinâmico e quero levar para o Senado o mesmo dinamismo e a mesma coerência de idéias e posicionamentos.

Depois da vitória a Câmara Alta, o senador Weverton Rocha completa os 8 anos de mandato?

Sim, é o que pretendo. Minha candidatura foi o resultado de muito diálogo e representa um grupo de pessoas que sonhou ver no Senado um representante comprometido com o municipalismo e com o Maranhão. Vou atuar nessa linha de compromisso, em consonância com os projetos do meu grupo e lutando ao lado do governador Flávio Dino para garantir condições melhores para o  estado.

Em seu discurso, o senhor afirma que no Senado fará uma oposição ao governo Bolsonaro, mas respeita o resultado das urnas e vai fazer uma oposição responsável. Em quais pontos o PDT, ou o senador Weverton pode convergir com Bolsonaro?

Tenho uma visão de Estado claramente diferente daquela do presidente eleito Jair Bolsonaro. Mas o meu partido e eu temos responsabilidade com o país e não vamos fazer oposição sistemática. Votarei em coerência com meus posicionamentos e ideais, a favor das pautas que sejam positivas para o Brasil, que tragam estabilidade, mas que não tragam prejuízo aos trabalhadores brasileiros e ao povo do Maranhão. Se for ruim para a população, serei contra.

Na Câmara Federal, o senhor atuou como líder do partido. No Senado, há expectativa para ter a ‘mesma’ responsabilidade e ser o principal articulador do seu partido?

Na Câmara, meu nome surgiu naturalmente e em unanimidade entre os meus colegas de bancada do PDT. Não trabalho com um projeto pessoal de ser líder. Isso irá acontecer ou não, de acordo com o entendimento de toda a bancada do PDT no Senado.

Passadas as eleições, o senhor não se afastou de Brasília. Como deve se comportar o Senado e a Câmara no governo Bolsonaro. Aliança com bancadas e não com partidos vai dar certo na prática?

Passadas as eleições eu ainda tenho um mandato de deputado federal a cumprir até 31 de janeiro, então permaneci indo a Brasília para as votações de plenário. Quanto à proposta de governar com a bancada, posso falar apenas pelo PDT. Nosso partido nunca fez a política do “toma lá, dá cá”, sempre votou em consonância com os ideais partidários. Tanto que fomos contra o impeachment, mesmo não sendo da base da ex-presidente Dilma. No governo de Bolsonaro faremos o mesmo, votaremos no que acreditarmos ser bom para o Brasil e contra qualquer coisa que traga prejuízo para o trabalhador e para a população mais pobre.

Eleição parece ser um alimento necessário para a política no Maranhão. Já se fala das eleições de 2020. O PDT ocupa a cadeira o poder municipal. Há possibilidade de abdicar de lançar um sucessor do próprio partido almejando um projeto para 2022?

Adiantar o debate sobre as eleições municipais é um desserviço aos municípios e ao Maranhão. Não faz sentido. Em São Luís, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior ainda tem dois anos de mandato e muita coisa será feita nesse período. Vamos nos focar em ajudá-lo nesses dois anos de gestão e na hora certa se falará em sucessão municipal. Quanto a 2022, o governador Flávio Dino ainda está em seu primeiro mandato. O segundo só começará em 1 de janeiro de 2019. É, no mínimo, um desrespeito a ele começar a falar em sucessão estadual tão extemporaneamente.

O senhor saiu do movimento estudantil e alcançou um dos cargos mais altos da política brasileira que é o Senado. O PDT tem a tradição de apresentar nome das bases para eleições proporcionais e majoritárias. Em caso de candidato próprio para prefeitura de São Luís, quais nomes habilitados dentro do PDT?

O PDT é um partido muito rico em quadros, certamente tem vários bons nomes para apresentar à avaliação popular. Mas, como disse antes, não é o momento de se falar em sucessão municipal, o momento é de ajudar o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, para que ele possa continuar trabalhando por São Luís e consiga, apesar da crise, executar os muitos projetos que ele tem para a cidade.

Fique a vontade para mandar uma mensagem de fim de ano.

Em primeiro lugar, quero agradecer aos maranhenses pela confiança depositada em mim neste ano de 2018, materializada em quase dois milhões de voto para senador. Trabalharei arduamente para honrar esses votos e representar bem a todos, mesmo os que não votaram em mim. Vou para o Senado tendo em mente que tenho um patrão: o povo do Maranhão. E já em 1° de fevereiro, dia em que tomarei posse como senador, estarei na luta em defesa do trabalhador e do Maranhão e atuando para que 2019 e os anos que virão sejam melhores para todos.

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