NOVA GESTÃO

Em entrevista Luís Fernando diz que vai “reconstruir” São José de Ribamar

De volta à Prefeitura de Ribamar o prefeito eleito informou que pretende encontrar soluções para recuperar a economia do município e promover a reconstrução da cidade

Luis Fernando Silva (PSDB)

Luis Fernando Silva (PSDB), prefeito eleito da cidade de São José de Ribamar, é o quinto político entrevistado com exclusividade por O Imparcial em continuidade à série de entrevistas com gestores eleitos em 2016. Ele assume o cargo a partir deste domingo, 1º, pela terceira vez. Tendo sido eleito prefeito de São José de Ribamar pela primeira vez em 2004, sucedendo José Câmara Ferreira, Luis Fernando foi reeleito em 2008.
Popular entre os eleitores de Ribamar, sempre teve uma votação expressiva. Em 2004, venceu com 98% dos votos. Em 2016, ele teve 96,17% contra 3,83% de seu adversário, Dr. Julinho, que teve os votos invalidados devido a candidatura ter sido indeferida pela Justiça Eleitoral.
Em 2010, foi convidado por Roseana Sarney para assumir a principal pasta do Executivo estadual, como secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Maranhão. Luís Fernando ocupou ainda os cargos de auditor-geral do Estado, as secretarias estaduais de Infraestrutura, Desenvolvimento Social, Planejamento e Desenvolvimento Econômico e Educação.
Como gestor público, foi premiado entre os três melhores prefeitos do país. Entre suas realizações estão o Liceu Ribamarense, uma das poucas escolas de tempo integral do Maranhão, que recebeu do Ideb altos índices de qualificação, classificando a instituição como referência nacional.
De volta ao Executivo municipal da cidade ribamarense, o tucano terá muitos desafios pela frente. A exemplo dos dois primeiros mandatos, Luis Fernando se prepara para mais uma vez alavancar as receitas do município, além de operar com uma alíquota menor do ISS para atrair empresas, gerar emprego e renda. Desta forma, ele pretende encontrar, durante a crise, soluções inteligentes para recuperar a economia do município e promover a reconstrução da cidade.
O senhor foi eleito prefeito de São José de Ribamar, mais uma vez, numa votação expressiva. Qual o sentimento de voltar a comandar a cidade onde tem um grande apoio popular?
O primeiro sentimento é de gratidão pela confiança do povo ribamarense, que mais uma vez demonstrou o entusiasmo e a certeza de que nossa administração iniciará um processo amplo e profundo de reconstrução da cidade. Além disso, há o sentimento de responsabilidade ainda maior, em consequência do primeiro fator, pois uma votação de 96,17%, quase a unanimidade dos eleitores, aumenta a responsabilidade de darmos início imediato e com eficácia a esse processo de reconstrução.

E a composição do secretariado, como se dará?
Existem alguns critérios para a escolha dos secretários. Sem estabelecer ordem de importância, coloco os seguintes requisitos: honestidade, competência, eficiência, compromisso com a cidade e elevado espírito público.

Há uma grande demanda da população por serviços públicos, tanto na zona urbana quanto na zona rural. Quais os desafios que o senhor vê pela frente?
Sem dúvida, reconstruir a malha viária do município, que, por falta de cuidados com a conservação das vias públicas e de cuidados com a limpeza pública, encontra-se bastante danificada. Além disso, os serviços de saúde que estão em fase de extrema deficiência e incapacidade comprovada de atendimento aos anseios da população. E, em seguida, as demais políticas públicas. É por isso que insistimos na tese de que a cidade precisa ser reconstruída.

Então, essas são as prioridades…
Isso do ponto de vista específico do município. Em parceria com o Estado, vamos realizar o trabalho de melhoria da Segurança Pública, que é uma responsabilidade do Estado, mas que vamos nos colocar numa posição de colaborador. A situação está insustentável. Já temos feito articulações com o secretário de Segurança em torno de uma pauta que começa pela integração da nossa Guarda Municipal, que tem 400 homens, com as forças de segurança do estado, a Polícia Militar, com 180 homens, e mais a Polícia Civil. Acreditamos que com essa integração, com o armamento da Guarda Municipal e com a recuperação das ruas e avenidas, do sistema de iluminação pública, teremos a diminuição significativa dos índices de criminalidade.

O senhor assume o município numa situação bastante desfavorável, se comparado a outros mandatos. Como fará para administrar a cidade com um orçamento mais enxuto com relação aos recursos da União?
Nos seis anos das duas primeiras administrações, o município não foi contemplado com recursos estaduais e muito pouco com recursos de orçamento da União. O município tem um orçamento anual em torno de R$ 200 milhões e, durante o período da minha gestão, tivemos por volta de R$ 20 milhões de apoio federal. Quer dizer, em seis anos tivemos do governo federal 10% do que se tem em um ano do próprio município. Foi muito importante essa ajuda, mas não foi significativo. Na verdade, o grande esforço que fizemos nos dois primeiros mandatos foi com os recursos do próprio município. Das 308 obras que inauguramos, 20 foram com recursos federais e 288 com recursos do próprio município. Isso faz uma grande diferença. E agora, diante da conjuntura econômica nacional e estadual adversa, estamos nos preparando também para mais uma vez alavancar as receitas do município e isso se faz com uma política fiscal inteligente, austera e competente. Vamos operar com uma alíquota menor do ISS, vamos atrair empresas, gerar emprego e renda, arrecadar mais, porém, com muita criatividade e responsabilidade, respeito à lei e á ética. Desta forma, haveremos de encontrar, durante a crise, soluções inteligentes para recuperar a economia do município e promover a reconstrução da cidade.

O que significa para São José de Ribamar a implementação da região metropolitana que envolve treze municípios por meio do Governo do Estado?
Sempre luteipela implantação da gestão da região metropolitana, ou seja, formulação, implementação, controle e avaliação das políticas públicas com a visão metropolitana, é isso que pretendemos. E continuamos a levantar essa bandeira. Só que agora, os quatro prefeitos eleitos da Ilha foram convidados pelo governador do Estado para uma reunião para tratar desse tema. Pela primeira vez, o Governo do Estado se sensibiliza com essa reivindicação antiga. Temos a esperança que isso venha se concretizar, mesmo que não seja nos 13 municípios que compõem a região metropolitana, mas pelo menos nos quatro da Grande São Luís.

O Liceu Ribamarense, projeto idealizado na sua gestão, foi referência nacional como modelo de escolas de tempo integral. O senhor pretende ampliar esse projeto?
Projetamos uma rede de cinco escolas em tempo integral. Recorremos, à época, ao Ministério da Educação, em busca de recurso, e recorremos ao Estado. E da mesma forma, não conseguimos êxito. Nós fizemos as duas primeiras escolas, o Liceu I e o Liceu II, e deixamos a terceira escola com o terreno adquirido e com o projeto elaborado, para que fosse concluída em dois anos, em 2013. No entanto, já estamos entrando em 2017 e a escola não está pronta. Mas essa será uma das nossas primeiras medidas: retomar a obra do Liceu III e, no menor tempo possível, entregá-la à população. E mais: vamos dar continuidade com o Liceu VI, com V e, além disso, recuperar a qualidade do ensino. O Ideb (Índice da Educação Básica) do município aumentou muito enquanto estive como prefeito de 2005 a 2010, mas caiu muito nesse tempo em que estive fora da prefeitura. Vamos tentar recuperar esse Ideb, com a qualidade e a referência que a escola de tempo integral pode dar para as demais escolas.

Considerando o fim da reeleição, quais são seus projetos na carreira política, ao final do mandato de prefeito?
Desde a primeira vez em que fui candidato e fui eleito, em 2004, tenho enfatizado a necessidade da participação social na formulação, implementação e no controle das políticas públicas. Por que isso? Porque eu parto do princípio de que o cidadão sabe mais do que o governante aquilo que é prioridade para melhorar a sua qualidade de vida. Fiz isso em 2004, em 2008 e agora, antes da campanha começar, idealizamos, com o apoio do diretório regional do PSDB, uma bateria de seminários chamados de Planeja – O Cidadão Decidindo. Fizemos oito seminários regionais e 11 temáticos abordando todas as políticas públicas. O resultado disso é que nós temos hoje um conjunto de aproximadamente 600 diretrizes e propostas de planos de governo que estão registradas no TRE e que serão detalhadas e planejadas para serem executadas ano a ano. Portanto, resumo dizendo que o plano de governo da nossa administração, a exemplo dos anteriores, foi um plano concebido pela sociedade.

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