OPERAÇÃO ODOACRO

Gerente da Codevasf do Maranhão é afastado por aceitar proprina

As investigações apontam a participação de servidores públicos no esquema criminoso.

Foram apreendidos itens de luxo, como bolsas, relógios e dinheiro vivo. (Foto: Reprodução/Infoglobo)

A Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Odoacro, na última quinta-feira (29/9), em São Luís. A ação policial tem como finalidade desarticular o núcleo da organização criminosa composto por servidores públicos.

Os envolvidos são suspeitos de participarem de fraudes licitatórias e desvio de recursos públicos envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O gerente estatal é investigado por receber proprina de empresas.

A partir de indícios colhidos durante a investigação, constatou-se a existência de um engenhoso esquema de lavagem de dinheiro, perpetrado a partir do desvio do dinheiro público proveniente de procedimentos licitatórios fraudados.

Ao iniciar a análise dos materiais apreendidos na primeira fase da operação, foi possível visualizar a participação de um gerente da Codevasf, Julimar Alves Filho, na associação criminosa, o qual recebeu cerca de R$ 250 mil das empresas investigadas.

Nas buscas, foram apreendidos itens de luxo, como bolsas, relógios e dinheiro vivo. No endereço de um dos alvos, foi encontrado mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo.

Durante as investigações, foi descoberto que eram constituídas pessoas jurídicas de fachada, pertencentes formalmente a pessoas intermediárias, e ao líder dessa associação criminosa, para competir entre si, com o fim de sempre se sagrar vencedora das licitações a empresa principal do grupo, a qual possui vultosos contratos com a Codevasf.

O líder da associação criminosa, apontado como Eduardo Costa, ou o Imperador, além de colocar as suas empresas e bens em nome de terceiros, ainda possuía contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, utilizando-se desse instrumento para praticar fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de persecução penal.

A despeito de as análises ainda estarem em estágio inicial, haja vista o volume de material apreendido, a Justiça determinou o afastamento do servidor público, o gerente Julimar Alves Filho da sua função.

Se confirmadas as suspeitas, o investigado poderá responder por corrupção passiva e associação criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 15 anos de prisão.

Em nota, a instituição declarou: “Informamos que a Codevasf colabora com o trabalho da Justiça; o processo judicial encontra-se sob segredo de Justiça. Houve afastamento de um profissional da Companhia de suas funções, preventivamente. A Companhia possui sólida estrutura de governança implantada. Indícios de conduta ilegal ou antiética por parte de seus funcionários são apurados, em quaisquer casos”.

Quando a operação foi deflagrada, a Codevasf afirmou que os contratos investigados eram de responsabilidade de prefeituras e negou envolvimento do órgão com desvios.

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