Papai Noel é o velhinho mais conhecido de todo o mundo, ele que nos visita uma única vez no ano trazendo presentes que pedimos através de cartinhas e que nós merecemos, afinal, somos boas crianças…

Hoje não iremos falar da figura natalina do papai Noel, todos aqui já o conhecem, não é mesmo?! Iremos falar desses intérpretes do bom velhinho que aparecem no mês de dezembro em vários pontos das cidades do Brasil, os seres humanos, por trás desse personagem que alegra as crianças em shoppings e pela comunidade vestidos de vermelho, com barba longa e branca.

Arlindo Farias, o Papai Noel que está diariamente no Rio Anil shopping atendendo milhares de crianças que passam por lá e acreditam na magia do Natal, nos conta como começou sua trajetória levando alegria e marcando o Natal de muitas pessoas.

Ele que sempre gostou de usar barba e cabelos longos, tem um trabalho nos outros 11 meses do ano bem diferente do personagem natalino, trabalha como representante comercial e fabrica tapetes, em sua terra natal, Fortaleza, no Ceará.

Certa vez Arlindo estava andando na rua e um rapaz de uma agencia de personagens perguntou se “eu não queria fazer um este pra esse personagem de papai Noel” ele conta, e continua com muita alegria falando que no dia do teste chegou ao local e tinha muitos senhores com o cabelo tingido de branco, e ele como era grisalho, não tinha o cabelo totalmente branco se assustou um pouco com aquela situação, pois achou muito diferente da sua realidade, decidiu voltar pra casa e pensar um pouco mais, no outro dia ele decidiu encarar desafio e pintar o cabelo também para o teste, ao qual foi aceito para trabalhar com o personagem de papai, desde o primeiro ano deu certo e ele afirma gostar muito de fazer, “é muito gratificante”, contou o cearense.

Segundo Arlindo, sua esposa acha engraçado o fato de ele buscar ter a aparência mais velha deixando a barba e cabelos longos e pintando os fios de branco por causa do personagem, enquanto muitos tentam cuidar da beleza com intuito de parecer mais jovem, mas para ele isso não o assusta, inclusive essa preparação durante todo o ano o cerca com o sentimento de expectativa para que chegue este momento sublime do Natal e ele possa interpretar personagem “eu faço o personagem do papai Noel de coração, sou o papai Noel e passo o ano todinho na expectativa”.

O Natal da família de Arlindo tomou um significado muito diferente de 6 anos pra cá, após ele começar a interpretar o papai Noel durante o mês de dezembro.

Arlindo, que criou 3 filhos, hoje adultos, e atualmente tem 2 netas uma de 5 outra de 6 anos, conta que tem muita experiência quando o quesito é responder a garotada, mas já passou por diversas situações engraçadas com esses pequenos, afinal, conviver com crianças é uma prova de paciência e de inteligência, não dá para prever o que se passa na cabeça desses pequenos seres humanos quando se deparam com a figura ilustre que é o papai Noel “eu procuro ser bem pratico, quando perguntam cadê a renas, digo que estão no estacionamento.

Qual a idade do papai Noel? Eu digo que são muitos e muitos anos. São respostas que tenham sentido”.

Mas claro que há outras crianças que vem com perguntas e questionamentos, mas já carregam a convicção da resposta, haja jogo de cintura para sobressair das situações.

Certo dia enquanto Arlindo Farias trabalhava em um shopping de Fortaleza, chegou em sua frente um menino dizendo que papai Noel não existia e que sua barba era de mentira, e o papai Noel já experiente em respostas para crianças, pediu que o pequeno puxasse a barba, ao qual ele cultiva naturalmente, com a puxada na barba a criança acreditou na palavra do bom velhinho e chamou sua mãe com euforia afirmando que o papai Noel é de verdade.

Uma história que marcou muito seu Arlindo aconteceu em Teresina, durante um dia recebendo as crianças chegou uma garotinha um pouco triste com sua mãe e seu pai, perguntou se podia fazer um pedido e ele confirmou, “ela foi no meu ouvido e falou que queria que o papai Noel fizesse com que os pais dela voltasse a viver juntos, eu fiquei muito emocionado, tremi na base”.

Seu Arlindo conta que ficou surpreso ao ouvir a criança, um pedido tão diferente e sincero, vindo de um ser tão inocente. Percebeu que a mãe da criança também escutou o pedido, olhou para o esposo e em seguida foi embora.

Uns dias depois o casal junto com a criança voltou ao shopping, foram até o papai Noel para tirarem fotos e ele logo reconheceu a família, Arlindo conta que a felicidade era nítida no olhar da criança, quando ela se aproximou disse que naquele dia estava feliz pois os pais resolveram não se separar, ele foi tomado por um sentimento de alegria e satisfação “aquilo pra mim foi tudo, eu contribuo para que o sonho daquela criança se realizasse.

O presente de Natal dela foi a união dos pais, foi show”.

Para compor o personagem do papai Noel, um sentimento que não pode ficar de fora é a alegria, que precisa sempre estar em evidência, afinal, as crianças esperam receber um largo sorriso do ilustre Noel.

Assim como todos os seres humanos tem dias bons e ruins, não seria diferente para seu Arlindo, que diz conhecer a responsabilidade e se considerar muito bem preparado psicologicamente, ele contra seu “truque” para não deixar os problemas pessoais interferirem no personagem “sempre deixo o problema lá! Faço a ação do papai Noel, e no dia 26 de dezembro começo a resolver”.

O que é o Natal para seu Arlindo Farias?

O natal para o papai Noel é uma festa de magia que envolve o ambiente, tudo é alegria e satisfação, tudo é lindo! Ser o papai Noel no Natal pra mim é receber um grande presente, eu sempre digo que no Natal quem ganha o primeiro presente é o papai Noel. Por que ele passa para criança aquela verdade, esse é o presente maior.

Outro papai Noel que espalha alegria no período natalino é o seu Claudionor Correia que durante os outros 11 meses do ano também tem um trabalho totalmente diferente de ser personagem natalino, ele é montador de estrutura metálica.

Tudo começou em família

A história de Claudionor como papai Noel começou em família, com uma ideia de sua esposa em montar uma companhia e fazer o Conto de Natal em comunidades de São José de Ribamar, e eles já estavam com toda a ideia e os aparatos em andamento, mas faltava um papai Noel para completar a festa, foi aí que Claudionor decidiu vestir pela primeira vez essa fantasia mágica.

Ele conta que a primeira vez que vestiu a roupa do personagem “foi um sentimento diferente”, uma emoção que não tem palavras pra explicar as crianças que não tinham contato com o personagem, alguns que não cresceram com a ideia da existência do papai Noel se aproximavam do local da apresentação e ele pode ver a inocência e sinceridade das crianças.

Nesses 7 anos de papai Noel uma das histórias que mais marcaram a trajetória de Claudionor Correa aconteceu no amo passado e não foi com um telespectador foco desde período como geralmente são as crianças, mas com uma senhora que tem por volta de 70 anos, ela chegou e disse “papai Noel, posso te dar um abraço? eu nunca cheguei perto de um papai Noel, nunca abracei um e era meu sonho”.

Na hora do tão esperado pedido ao papai Noel a senhora surpreendeu mais uma vez, os personagens estão acostumados a escutarem pedidos para presentes materiais, mas como se estivesse determinada que o pedido seria realizado a senhora pediu saúde, e ele confessa que após isso, chorou junto com ela.

Como sempre as crianças surpreendem em suas ações e reações, e seu Claudionor carrega muitas histórias hilárias no currículo, uma certa vez no Natal de Paço do Lumiar uma criança não queria chegar perto da poltrona do papai Noel, ele então foi até ela e perguntou o que estava acontecendo, ela então acusou “o papai Noel não existe”.

Acostumado com essas situações, afinal já foram muitos Natais convivendo com esses seres inteligentíssimos que são as crinas, com muita malemolência começou a conversar afirmando que Papai Noel existe sim, e que ele estava em sua frente e estava ali para vê-lo, até que conseguiu convencê-lo e noite que seguia…

Outro dia, Claudionor não estava escalado para o personagem, então, outra pessoa foi interpretá-lo, e lá foi a mesma criança aparecer, para ver o papai Noel, que até um dia antes ela não acreditava que conhecia, mas a parte que surpreendente foi contava depois, a criança não queria chegar perto do subtítulo dele naquele dia, pois afirmava que o papai Noel era outro, de olhos verdes (cor dos olhos de Claudionor).

Ele diz que todos os dias aprende um pouco sobre a linguagem das crianças, e se emociona durante todos os 7 anos que já fez o personagem papai Noel.