Conflitos

Atenção para violência no campo

A Comissão Pastoral da Terra lança no dia 10 de maio, os dados relacionados à violência no campo Maranhense.

Edvaldo Pereira Rocha foi a vítima mais recente dos conflitos no campo. (Foto: Reprodução)

A Comissão Pastoral da Terra, que reúne informações sobre as vidas perdidas devido aos Conflitos no Campo, lança no próximo dia 10 de maio, os dados relacionados à violência no campo Maranhense.

São conflitos que têm como vítimas os povos do campo, das águas e das florestas. O lançamento acontece no dia 10 de maio, as 9h na sede do Instituto de Estudos Superiores do MA (Praça Santo Antônio, no Centro).

Sobre essa violência que tem disparado nos últimos anos no Maranhão, as entidades de Direitos Humanos do Maranhão assinaram uma nota pública manifestando solidariedade aos familiares, aos companheiros e às companheiras de Edvaldo Pereira Rocha e à todas as vítimas da violência no campo no Maranhão.

Edvaldo Pereira Rocha, 52 anos, foi a vítima mais recente dos conflitos no campo, assassinado no dia 29 de abril de 2022, com oito tiros à queima-roupa na cabeça, e outro, na comunidade Jacarezinho, em São João do Sóter.

Em um dos últimos vídeos feitos por ele em vida, Seu Edvaldo afirmou que sua comunidade não negociaria com o fazendeiro interessado na remoção da Comunidade.

Em 2021, segundo a nota, foram 9 assassinatos no campo no Maranhão, e já este ano, em 2022, ocorreram 2. A outra vítima foi em 8 de janeiro deste ano, na comunidade Cedro, em Arari (município em que ocorreram dois assassinatos de camponeses em 2021).

No texto, as entidades pontuam que nos últimos 24 meses, foram assassinadas 14 pessoas em áreas de conflito, sendo 7 quilombolas e 2 indígenas. Do total de vítimas, 4 são mulheres e somente 3 desses casos tiveram inquéritos concluídos pela Polícia Civil/Federal.

“No Maranhão, a situação no campo é caracterizada por intensa disputa histórica por terras, ladeada pela destruição ambiental e potencializada pela priorização dada pelas políticas públicas agrária e ambiental aos interesses do agronegócio nesse cenário, grupos criminosos, que atuam para se apropriar, sobretudo, de terras públicas (solo e subsolo), fazem uso sistemático da violência, do terror e da ameaça para consolidar seus feitos”, diz a nota.

O texto informa ainda que durante a pandemia da covid-19, foram registrados no Maranhão, despejos judiciais e extrajudiciais, incêndios de casas, de roças, de usina de arroz, quatro tentativas de homicídios, sendo três de crianças, adolescentes.

De acordo com levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), no ano de 2021, o Maranhão foi o segundo estado da federação com maior número de assassinatos no campo.

Dentre as sete reivindicações ao poder público descritas na nota, estão: A imediata titulação do território quilombola Jacarezinho por parte do INCRA e ITERMA; que a FUNAI proceda à demarcação das terras indígenas no Maranhão; Que a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão e a Polícia Federal priorizem as investigações do assassinato de Edvaldo Pereira Rocha, assim como dos demais inquéritos não concluídos que envolvam assassinatos e tentativas de homicídio de camponeses, indígenas, quebradeiras de coco babaçu e quilombolas, garantindo inclusive a transparência dos processos investigatórios para as entidades que acompanham os casos.

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