A filiação do secretário de Estado da Educação do Maranhão, Felipe Camarão, ao Partido dos Trabalhadores (PT), ocorrida na tarde desta segunda-feira (7), estremeceu parte da base política da legenda no Maranhão. Camarão vai para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022, usou as redes sociais para anunciar a sua migração do DEM para o PT, sigla a qual afirmou ingressar com muito orgulho e determinação para fazer o melhor para o estado e o país.

Camarão encaminhou o seu pedido de filiação ao diretório estadual da legenda, comandado por Augusto Lobato. Questionado por O Imparcial sobre a ida do secretário de Educação para o PT, Lobato ressaltou que Felipe Camarão é muito bem vindo ao partido, mas que a sua filiação será analisada pela executiva nacional.

“Felipe Camarão é muito bem vindo ao PT. É um quadro qualificado que chega para somar com o PT, que é um partido de massa. Vejo com bons olhos sua vinda para a legenda. Só que o diretório nacional fará uma analise de sua filiação, pois há um recurso encaminhado pelo deputado federal Zé Carlos à executiva nacional, pedindo que analise a sua filiação ao partido. Nós temos um estatuto que temos que seguir.

E ele terá o mesmo tratamento que é dado de forma igual aos 56 mil filiados em todo país”, ressaltando que o que será analisada é a forma de sua filiação, lembrando a filiação do ex-deputado federal Haroldo Saboia no PT nos anos 1990, que também causou uma certa animosidade em alguns membros do partido.

Augusto Lobato afirmou ainda que, outras figuras públicas estão solicitando a filiação à legenda, como Waldir Maranhão Cardoso, veterinário e político brasileiro filiado atualmente ao PSDB e o professor-reitor do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), professor Roberto Brandão.

Quem também deu boas vindas a Camarão no partido foi o vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa, afirmando que a sua chegada na sigla reforçará o projeto de ampliar a bancada federal petista em Brasília. “Seja bem-vindo! Após protocolo de filiação, o pedido deve ser apreciado na Executiva Estadual do PT/MA. Felipe Camarão é mais um quadro que vem se somar ao @ptbrasil , na expectativa de ampliar a bancada de Deputados Federais do PT/MA na Câmara Federal”, afirmou, nas suas redes sociais.

Já o secretário Francisco Gonçalves, secretário de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (SDHPOP), ressaltou que a chegada de Camarão ao PT é coerente com a sua história e vai reforçar a luta do partido para derrotar o Bolsonarismo ao lado do ex-presidente Lula nas eleições.

“Felipe Camarão está fazendo um caminho convergente com a sua trajetória política. Porque o PT é um partido que se destaca pela educação e ele, Camarão, comanda um dos maiores programas de educação do estado que é o “Escola Digna”, que tem mudado a vida de milhares de estudantes de nossa rede de ensino estadual. Felipe Camarão junta-se ao ex-presidente Lula para derrotar o Bolsonarismo nas próximas eleições e reconstruir a democracia no Brasil”, disse Francisco Gonçalves.

Para barrar a filiação de Felipe Camarão no PT, o deputado federal Zé Carlos, que é ex-superintendente da Caixa no estado, encaminhou à executiva nacional do PT um pedido solicitando que a filiação de Camarão seja indeferida. “Estamos enviando um recurso à direção nacional, solicitando postergar essa avaliação após essas duas condições serem cumpridas dentro de um contexto aqui abordado”, disse, referindo-se à condições que a filiação de Felipe não estaria cumprindo.

Zé Carlos gravou um vídeo que está circulando nas redes sociais, no qual demonstra insatisfação, afirmando que Camarão estaria usando sua força política para convencer parte da executiva estadual a aprovar a sua ida ao PT. 

Zé Carlos também cita como ‘gravíssimo’ a ação de ‘um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado’ (referindo-se ao ex-presidente do PT e ex-vice-governador Washington Oliveira), sendo um dos principais articuladores da filiação do secretário de Educação ao Partido dos Trabalhadores. Por fim, Zé Carlos reclamou da pressa na filiação de Camarão, “sem o devido debate nas instâncias partidárias”.