COMÉDIA

“Minha Mãe é uma peça 3” estreia nos cinemas

Apesar de histórias engraçadas, o roteiro acaba entregando “mais do mesmo” em nova aventura de Dona Hermínia

Divulgação

Não raras são as vezes em que sequências no cinema se tornam desgastantes e perdem a graça. Fugir de obviedades e piadas prontas é tarefa árdua para um sem número de produções, e o cinema nacional não foge à regra em “Minha Mãe é uma Peça 3”, com estreia marcada para esta quinta-feira em todo o Brasil.

É bem verdade que o longa, dirigido por Susana Garcia, ainda garante boas risadas (embora poucas), arrancadas da como sempre desvairada Dona Hermínia, personagem vivida por seu criador, o humorista Paulo Gustavo, fiel às tiradas dos dois primeiros filmes da franquia (2013 e 2016).

Certamente o público deverá lotar salas e o filme pode até tomar a frente de bilheterias, mas a terceira parte da saga da mãe de Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier) traz o mais do mesmo em um roteiro que não esboçou empenho em apresentar boas novas, talvez pela pretensão do sucesso dos anteriores e/ou dos trejeitos, caras e bocas de um dos nomes de peso do humor brasileiro, que não deixam a desejar.

Hermínia, como dito, faz rir, mas as facetas da mãe controladora, preocupada e que se acha abandonada pelos próprios filhos, cada vez mais independentes, são as mesmas de sempre, atestadas em cenas como a de Marcelina com o anúncio da gravidez ou quando Juliano avisa que vai casar com o primeiro namorado. Este último fato, aliás, como relação homoafetiva bem resolvida, é bem desenhado no decorrer da trama, que no contexto de familia feliz traz Thales Bretas, marido de Gustavo, e os gêmeos, filhos do casal, em um encontro despretensioso entre eles em uma rua de Hollywood, para onde a personagem viajou para desopilar do stress.

Ao mesmo tempo em que, embora o enlace do filho com outro homem leve a uma sequência no filme que gira em torno do casamento dos dois: preparativos da festa, local da cerimônia e a velha e boa rivalidade entre sogras, os noivos não ganham destaque no enredo, oportunidade que poderia ter sido mais aproveitada no filme para falar sobre o amor entre pessoas do mesmo sexo, haja vista o alcance do longa e os tempos sombrios que têm deteriorado, cada vez mais, o tema. Mas os resgates que são feitos ao passado de Dona Hermínia quando, por exemplo, ela ressalta o bulling sofrido por Juliano na escola, em uma festa à fantasia que ele queria ir de Emília ao invés de Visconde de Sabugosa, é um momento interessante pensado para o longa.

“Minha Mãe é uma peça 3” estreia nos cinemas Em pouco mais de 100 minutos de narrativa, incluindo as entradas “soltas” de Herson Capri na pele de Carlos Alberto, ex-marido de Hermínia, assim como das irmãs da personagem, vividas por Alexandra Richter e Patrícia Travassos, também pouco exploradas na trama, “Minha Mãe é uma Peça 3” entrega a lógica de uma família cuja mãe é o cerne de tudo e que, dessa vez, precisa aceitar que os filhos cresceram e tomaram seus rumos, criaram suas próprias histórias.

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