CONSCIÊNCIA NEGRA

Programação da Semana da Consciência Negra começa nesta terça-feira

Programação da Semana da Consciência Negra começa nesta terça-feira com temas sobre racismo, igualdade de direitos, políticas públicas

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Respeito, igualdade, justiça, sempre foram temas presentes e recorrentes na vida do negro. Este ano, um 2020 inesquecível em todos os sentidos, essas questões ficaram mais afloradas e latentes depois de uma série de ocorrências e atentados contra a vida dos negros (no Brasil e no mundo), gravíssimas violações de direitos humanos, depois das consequências da pandemia de Covid-19 mostrando o impacto maior do desemprego e da miséria entre a população, depois que o negro se viu impotente diante de tantas mazelas que chegaram com a pandemia.

Nesta semana, em todo o Brasil, várias atividades marcam o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. Um debate importante que expande um diálogo necessário não só em novembro, não só no dia 20, mas sempre.

Em São Luís, a programação da Semana da Consciência Negra, realizada pelo Governo do Estado, começa nesta terça-feira, 17, com eventos que marcam o avanço da política de promoção da igualdade racial no Maranhão. Por conta da pandemia, os eventos serão mais virtuais, como medida de prevenção a covid-19.

A data de 20 de novembro foi escolhida para homenagear um dos maiores nomes da resistência dos negros à escravidão no período do Brasil Colonial, Zumbi dos Palmares, que morreu em 20 de novembro, de 1695. O dia da Consciência Negra, projeto idealizado pelo professor porto-alegrense Oliveira Silveira (1941-2009), reconhecido legalmente apenas em 2011, foi criado para promover a reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional.

No estado a população negra e parda chega a 74%, segundo o último censo realizado pelo IBGE, e está mais concentrada na zona rural do que nas cidades. Apesar dessa grande maioria, a história do povo negro e a reflexão sobre a Consciência Negra ainda são pautas recorrentes.

Pela programação do Governo do Estado, nesta terça-feira, 17 será realizado um webnário com os gestores municipais de igualdade racial quando serão abordados os avanços da política nos municípios e prossegue com eventos virtuais e presenciais. A programação completa pode ser acompanhada pelo site www.igualdaderacial.ma.gov.br ou nas redes sociais da Secretária de Estado de Igualdade Racial (SEIR).

O secretário da SEIR, Gerson Pinheiro, explica o significado das comemorações. “A Semana da Consciência Negra é um momento de reflexão e lutas e, apesar do recrudescimento da violência contra a população negra, seja nos Estados Unidos ou no Brasil, a luta prossegue e as conquistas se consolidam. É necessário que a gente se prepare para uma luta que possa trazer mais políticas públicas e buscar mais respeito pela igualdade das etnias no Brasil e no mundo”.

A programação segue até o dia 21 com a entrega do primeiro canteiro do Projeto Minha Folha Minha Cura, no Terreiro de Ilê Amãhousú, Pai Mariano, às 10h.

A Semana da Consciência Negra é um momento de reflexão e lutas e, apesar do recrudescimento da violência contra a população negra, seja nos Estados Unidos ou no Brasil, a luta prossegue e as conquistas se consolidam

Mercado de trabalho e informalidade

“Para ajudar minha família, eu tive que largar a escola no ano passado. Aí fui fazendo uma coisa, outra, hoje consegui trabalho como ajudante de pedreiro, mas ainda quero voltar a terminar meu ensino médio”, disse Emanuel Pereira, 21 anos.

Estudante da escola pública, negro, pobre, entra para a estatística da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2019 (PNAD), no estudo Síntese de Indicadores Sociais sobre mercado de trabalho, em que a taxa de desocupação foi, de 9,3%, para brancos, e 13,6% para pretos ou pardos.

Entre as pessoas ocupadas, o percentual de pretos ou pardos em ocupações informais chegou a 47,4%, enquanto entre os trabalhadores brancos foi de 34,5%.

O resultado reflete a maior participação dos pretos e pardos em trabalhos característicos da informalidade, como por exemplo atividades agropecuárias, que tinha 62,7% de ocupados pretos ou pardos, construção, com 65,2%, e serviços domésticos, 66,6%.

Segundo o estudo, “a população de cor ou raça preta ou parda está mais presente na informalidade, possui menos anos de estudo, está em atividades que remuneram menos, então tudo isso contribui para que a renda do trabalho seja menor. Certamente, todos esses elementos tanto do mercado de trabalho quanto de fora do mercado de trabalho fazem com que tenham um rendimento domiciliar per capita inferior e se insiram relativamente mais nessas categorias de pobreza e extrema pobreza”.

Para ajudar minha família, eu tive que largar a escola no ano passado. Aí fui fazendo uma coisa, outra, hoje consegui trabalho como ajudante de pedreiro

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