INDEFINIÇÃO

Sem acordo, greve dos bancários completa um mês

Greve no estado foi reforçada com a adesão de funcionários do Banco Itaú e de gerentes e supervisores da Caixa. Paralisação aumentou movimento em casas lotéricas e terminais 24 horas

A greve nacional dos bancários completa hoje 30 dias. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), 13.358 agências e 34 centros administrativos estão fechados. O maior número de agências fechadas foi registrado no último dia 27 de setembro, quando 13.449 delas tiveram suas atividades paralisadas. De acordo com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias instaladas, segundo último balanço. Em São Luís a população já está sentindo os reflexos do movimento grevista. Muita gente que depende das agências bancárias está optando pelos serviços oferecidos nas casas lotéricas e nos terminais bancários 24 horas.
Diego Fontoura Arouche, fisioterapeuta

O fisioterapeuta Diego Fontoura Arouche, de 30 anos, revelou à equipe de O Imparcial, que, apesar dos transtornos que greve tem causado às pessoas, não mudou em nada sua rotina. “Geralmente, eu faço todos os meus pagamentos e transações pela Internet Bank e, particularmente, eu faço pouco uso dos serviços das casas lotéricas”, disse ele.

Marcelo Prazeres, professor

Já o professor Marcelo Prazeres, de 41 anos, disse que está se sentindo prejudicado com a paralisação dos bancários. “A greve dos bancos mudou muita coisa em minha rotina. Usar o caixa eletrônico para realizar os pagamentos e sacar dinheiro muitas vezes incomoda. Fora isso, ainda temos que enfrentar longas filas, o que faz com que as pessoas percam muito tempo. Até mesmo porque certos pagamentos só podem ser feitos pelas casas lotéricas”, explicou ele.

Depois de uma reunião que ocorreu na última segunda-feira (3) na sede do Sindicato dos Bancários do Maranhão, os gerentes e supervisores das agências da Caixa Econômica Federal no estado aderiram ao movimento de greve da categoria, que está sem previsão de chegar ao fim. Segundo informações do presidente do Sindicato dos Bancários do Maranhão, Eloy Natan, os funcionários das agências do Banco Itaú também entraram em greve, reforçando ainda mais a paralisação que já se estendeu em todo o estado. Com essa adesão, de 90% dos funcionários da Caixa, o movimento grevista se fortalece no estado. “Cerca de 90% dos funcionários da Caixa resolveram aderir ao movimento. Acredito que ficamos mais fortes com a decisão deles. Não chegamos a nenhum acordo até o momento, pois ainda não foi apresentada nenhuma proposta digna”, explicou Eloy Natan à equipe de O Imparcial.
Movimento reforçado
Durante a assembleia, os bancários maranhenses decidiram também reforçar, ainda mais, os piquetes nos bancos públicos e privados com o objetivo de pressionar os banqueiros e o governo federal (patrão dos bancos públicos) a retomarem as negociações, suspensas desde o dia 28 de setembro. Os bancários do Maranhão reivindicam 28,33% de reajuste, PLR de 25% do lucro líquido distribuídos de forma linear, reposição das perdas salariais, contratações, isonomia, segurança, fim do assédio moral, das metas abusivas e das demissões imotivadas. A proposta, no entanto, foi recusada, fazendo com que os bancos, por sua vez, ofereçam um novo modelo de acordo, retrógrado e perigoso, com validade de dois anos. Para este ano, a Fenaban insistiu no reajuste rebaixado de 7% para as verbas salariais mais abono de R$ 3,5 mil. Para 2017, o governo federal prometeu a recomposição da inflação do período mais 0,5% de aumento real. Luis Braido, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas, disse que hoje o impacto da greve dos bancários parece ser menor, porque “boa parte dos serviços dos bancos já pode ser feita eletronicamente”. Mas acrescenta como exemplo quem vai comprar carro ou imóvel e precisa de financiamento como prejudicados. “Ele pode até procurar uma financeira, mas os juros acabam sendo mais altos”, afirmou ele.
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