Barragem do Bacanga

Nova comporta deve chegar em novembro

Peça está sendo fabricada no Estado de São Paulo. Instalação da comporta será última fase das obras de recuperação da Barragem

Com o rompimento do cabo de aço que sustentava a única comporta em andamento, na Barragem do Bacanga, no dia 17 de setembro de 2015, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) iniciou uma intervenção emergencial bloqueando a entrada de água no Lago do Bacanga com a colocação de pedras para evitar que a inundação desabrigasse 27 mil famílias e impedisse o acesso de outras 100 mil que moram em bairros como Areinha, Sá Viana, Primavera, Vila Embratel, Bairro de Fátima e Coroadinho. A última fase será a implantação da comporta grande do tipo vagão, a peça está sendo fabricada por uma empresa especializada no estado de São Paulo devendo chegar a São Luís no dia 28 de novembro.
Para auxiliar nas intervenções da barragem foi criado um grupo de trabalho que está desenvolvendo estudos para identificar possíveis consequências e eventuais impactos junto à comunidade e ao meio ambiente. “A primeira função do grupo é montar cenários a partir de estudos que já estão sendo desenvolvidos para termos uma ideia de quantas pessoas dependem do lago, quantas pessoas estariam em risco caso a barragem rompesse, e, também, para montar cenários de possíveis consequências à fauna e flora”, explicou o cientista ambiental e coordenador do estudo, Márcio Vaz.
O Lago do Bacanga é artificial. Surgiu na década de 1970, a partir da construção da barragem, com três comportas em funcionamento, com o objetivo de fornecer uma ligação rodoviária com o Porto do Itaqui, melhorar a paisagem e viabilizar novas áreas para a expansão urbana de São Luís. O problema é que a estrutura ficou mais de 40 anos sem receber manutenção. Em 2007 houve a primeira ameaça de inundação, a única comporta de setor operacional cedeu e foi substituída por uma nova.
Em 2015 o atual Governo do Estado recebeu a barragem com duas comportas paralisadas e apenas uma funcionando de forma precária. A equipe da Sinfra chegou a elaborar um projeto de recuperação das comportas, mas antes que fosse aprovado e passasse pelos trâmites licitatórios houve o rompimento da única que estava em funcionamento.
“Se não tivéssemos tido a perda dessa terceira comporta, já teríamos resolvido o problema do cenário que nós tínhamos antes do rompimento da comporta. Com o rompimento, virou uma situação emergencial e tivemos que colocar as pedras para evitar que 27 mil famílias do entorno da barragem ficassem desabrigadas. Por isso foi fechada a passagem e mandamos fabricar essa terceira comporta”, esclarece o subsecretário da Sinfra, Adenilson Pontes.
Atualmente, os serviços estão na fase de recuperação e reforço estrutural das pontes que ficam sobre a barragem. Nesta fase, elas receberão, também, os equipamentos e urbanização para embelezamento. A primeira etapa foi a recuperação das seis comportas do tipo stop-logs, que foram concluídas em janeiro para amenizar a troca das águas, viabilizando a salinidade e oxigenação do lago do Bacanga.
Comporta tipo vagão
A última fase será a implantação da comporta grande do tipo vagão, a peça está sendo fabricada por uma empresa especializada no Estado de São Paulo devendo chegar a São Luís no dia 28 de novembro. Adenilson Pontes explica os motivos da demora. “Só existem duas empresas no Brasil com capacidade para fazer essa comporta. Não é como produzir um portão, simplesmente, é algo muito grande e com muitos detalhes técnicos”.
O planejamento para a condução dos serviços foi elaborado em conjunto com moradores do entorno e as comunidades pesqueiras. O acompanhamento dos serviços é realizado de forma regular por representantes destes grupos que promovem o elo com as equipes de trabalho.
“Sobre a questão técnica, a Sinfra tem nos orientado. Os pescadores e comunidade sentaram com a Sinfra e o prazo que nos foi dado seria até janeiro, mas que iam fazer de tudo para antecipar para dezembro porque vem aí período chuvoso e a gente nunca sabe como é o inverno. E de certa forma esse problema é prejuízo não só para o Sá Viana, Jambeiro como toda área do Itaqui-Bacanga que dependem do lago e do seu sistema”, disse o presidente da associação de moradores do Sá Viana, Alex Rodrigues.
Walter Cutrim também mora na região do Bacanga. Ele tem acompanhado as reuniões para entender mais sobre o problema. “O governo está trabalhando e está procurando o melhor para resolver o mais rápido possível. Mas só que as coisas não se resolvem de uma hora para outra. Mesmo assim estamos muito ansiosos para ver tudo resolvido”.
Atualmente a Barragem tem, basicamente, a finalidade de prover o acesso viário ao Porto do Itaqui e bairros como Anjo da Guarda, Sá Viana e Vila Embratel, controlar as cotas de cheia do lago para evitar inundações e gerenciar a qualidade de água do lago promovendo a manutenção da atividade pesqueiras da área.
VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Mais Notícias