RESERVATÓRIO DO BATATÃ

Sem água para fornecer à população desde 2015

Para manter o abastecimento dos bairros da região central, Caema informou que tem realizado manobras, além da vazão dos 16 poços

Um estudo de 2011 publicado na Revista Geográfica de América Central, dava conta de que o Reservatório Batatã, no Parque Estadual do Bacanga tinha potencialidade hídrica responsável por abastecer cerca de 20% da população de São Luís, cinco anos depois a reserva não tem mais condições de atender a população, estando inoperante, segundo informações da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão – Caema
À época o estudo já dava conta de que o reservatório, o maior reservatório de água bruto da Ilha, estava secando, entre outros fatores devido ao aumento da ocupação urbana desordenada na área, fato sinalizado também pela Caema.
Segundo a Companhia de Saneamento, os problemas de abastecimento vinham se agravando desde 2013, até que “desde 2015 o Batatã tem se mantido inoperante devido a sucessivos períodos de escassez de chuvas, insuficientes para restaurar o nível nornal de abastecimento de água que é de 4,5 milhões de litros de água”.
Combate ao desperdício
Para manter o abastecimento dos mais de 10 bairros da região central de São Luís, a Caema informou que tem “realizado manobras que permitem transportar contribuições de capacitação do Sistema Italuís”, além da vazão dos 16 poços existentes na região.
A Companhia informou ainda, por meio de nota, que o abastecimento do Centro tem relação direta com o Reforço de Vazão da Italuís. “A obra deverá incrementar em toda a Ilha, 30% a mais na vazão atual”.
Se a ocupação desordenada parece difícil de controlar, o contorno à situação pode vir de um melhor uso da água pro parte da população. O controle pelo bolso, uma vez que a Caema informou estar implantando a hidrometração, “programa cujas ações visam estimular o controle e uso racional da água junto aos usuários do serviço”.
“Somente em São Luís já foram instalados até agora cerca de 15 mil hidrômetros. Na área do Centro já foram 2.606 aparelhos instalados em residências ou pontos comercias, que já apresentam resultados positivos aludidos pelos consumidores, mediante controle e acompanhamento da água consumida”, informou por meio de nota o órgão público.
O Parque
O Parque Estadual do Bacanga foi criado pelo Decreto Estadual nº7.545 de 2 de março de 1980, ocupando uma área de mais de 3 mil hectares. Com o tempo, segundo estudos, os limites foram sendo alterados. Em 1984 um novo decreto reduziu para aproximadamente 2.600 hectares a área do Parque, que tem gestão conjunta da Caema com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais. O Reservatório do Batatã está inserido dentro da área protegida do Parque do Bacanga, mas já operava como fonte de abastecimento cerca de 20 anos antes da criação do Parque e durante os anos de uso chegou a atender .
Crise hídrica
O problema enfrentado em São Luís encontra ecos em várias partes do Brasil, a sublinhar o Sudeste, a região do país com um maior grau de desabastecimento, desde 2014, seja por fatores naturais, gestão ou mau uso do recurso. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, o Norte do país possui 70% das reservas de água, mas o Brasil é um dos piores do mundo em distribuição de água. Para se ter um exemplo, 1% de toda a vazão do Amazonas seria suficiente para atender em mil vezes o que se necessita de água na maior cidade do país, São Paulo. Onde há mais gente, há menos água. E o que há de reserva no Norte não é aproveitado pelo resto do Brasil.
El Ninõ
Um dos fenômenos climáticos mais emblemáticos está afetando as chuvas em São Luís este ano, corroborando para que o Batatã possa não ser o único a perder nível de abastecimento nos próximos anos. O ciclo do El Ninõ varia a cada sete anos, de acordo com a meteorologista Andrea Cerqueira, do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão. Em entrevista para O Imparcial, no começo desde ano, ela explicou que o fenômeno consiste no aquecimento das águas acima da média, causando mudanças no padrão do vento e quebrando suas células. “É um fenômeno global que afeta cada região de maneira individual, com características diferentes”, ressaltou.
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