ELEIÇÕES 2016

Notícias falsas viram arma na campanha em São Luís

De informações de desistência de candidatura a gravações pejorativas imitando candidato, artimanhas podem ditar o ritmo das eleições

Com a sensação de anonimato, muitos factoides se proliferam nas redes, principalmente no período eleitoral. Na última semana, circularam nas redes sociais e em alguns blogs da cidade, a falsa informação que a candidata Eliziane Gama, que disputa a Prefeitura de São Luís, teria desistido do pleito. Outro caso foi uma corrente disseminada em aplicativo de mensagens, com o suposto áudio do candidato Wellington do Curso ironizando uma pesquisa eleitoral. Tais informações inverídicas podem confundir o eleitor e prejudicar os candidatos.
O professor da Universidade Federal do Maranhão, Ed Wilson Araújo, doutor em Comunicação pela PUC-RS, alerta que os leitores, ouvintes, telespectadores e internautas, precisam ficar atentos aos boatos e buscar fontes confiáveis para então construir suas opiniões, durante o período eleitoral.
“As campanhas eleitorais são momentos delicados porque as candidaturas, em sua maioria, costumam usar todas as armas para derrotar os adversários, inclusive disseminando informações falsas. Penso que esse método deve ser abordado pela legislação eleitoral, cabendo punição aos agentes que disseminam boatos com o objetivo de depreciar candidaturas. Esse procedimento é fundamental para tomar decisões no processo eleitoral”, comenta Ed Wilson.
O analista de monitoramento, Elthon Aragão, alerta sobre a facilidade em que as falsas informações viralizam na rede e orienta o eleitor a buscar fontes de informações confiáveis.
“Em um mundo onde muita gente tem acesso a diversas ferramentas de informação, principalmente no mundo virtual, cabe ao eleitor, mas principalmente aos jornalistas, checar a origem das informações. Algo viralizar na internet é muito fácil. Há uma brincadeira que diz que ‘se está na internet é verdade’. É uma brincadeira, mas que, dado o potencial de disseminação das informações e sua velocidade, é muito mais fácil uma mentira virar verdade que desmentir algo”, ressalta Elthon.
O analista ainda conclui informando que o período eleitoral é o mais propício para circulação de factoides.
“Em época de campanha eleitoral, onde o nível moral baixa consideravelmente, o perigo é ainda maior. Se o jornalista não faz seu papel básico, de checagem de informações, cabe ao leitor/receptor assim o fazer”, conclui.
O que dizem os assessores
Eliziane Gama (PPS)
A coordenação jurídica da campanha da candidata Eliziane Gama (PPS), por meio do advogado Marlon Reis, ingressou na tarde dessa segunda-feira, dia 12, com pedido de investigação na Polícia Federal para apurar montagem divulgada na última sexta-feira, dia 09, onde informava, mentirosamente, que Eliziane teria desistido da candidatura.
O conteúdo falso foi divulgado em massa por meio do WhatsApp e redes sociais, causando dúvida no eleitorado.
“É preciso manter as eleições dentro dos limites da legalidade para que os eleitores possam decidir com liberdade. Com essa providência estamos defendendo a qualidade do processo eleitoral, que não pode ser influenciado por práticas ilícitas”, defendeu o advogado Marlon Reis.
Wellington do Curso (PP)
O assessor de campanha do candidato Wellington do Curso (PP), Marcelo Vieira, comentou a forma de desenvolvimento da campanha e a postura da equipe diante da circulação de notícias falsas.
“Nós fazemos uma campanha limpa, pautada em propostas como mostra todo nosso programa eleitoral. Lamentamos que práticas como estas de falsas notícias e de montagens pejorativas sejam usadas para denegrir um candidato. Defendemos uma campanha pautada na honestidade, na transparência e no campo das propostas. Defendemos que toda e qualquer tentativa de jogo sujo deve ser denunciada para que sejam tomadas as medidas necessárias”, conclui Marcelo Vieira.
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