SÃO LUÍS

Davi Telles promete praias e lagoa despoluídas com obras do Mais Saneamento

Segundo Davi a Secretaria de Infraestrutura resolverá o problema da comporta danificada que está impedindo a troca de água da lagoa

Cinco anos de péssimas condições de banho nas praias da Ilha de São Luís, e consequente afastamento de maranhenses e turistas do litoral urbano, podem estar no fim. É o que diz o novo relatório do Governo do Estado sobre balneabilidade das praias, que aponta que 19 dos 21 pontos das praias de São Luís e São José de Ribamar estão próprios para banho. Os resultados, segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão são, em grande parte, devido à instalação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Vinhais.
Tema de constante reclamação da população da Ilha e de quem a visita, sendo já considerado por muitos, em comentários em redes sociais, uma “causa perdida” ou que “só mandando para Deus”, a despoluição das praias não é algo que “veio do nada”, como enfatizou o presidente da Caema, Davi Telles, em entrevista à O Imparcial. “A construção da ETE Vinhais, uma das maiores do Nordeste teve papel fundamental nesse resultado, sendo responsável pelo tratamento de toda a margem direita do Rio Anil, que está sendo progressivamente limpa”, comentou Telles.
Segundo a Caema até janeiro de 2017 está concluída também a ETE do Anil, que despoluirá toda a margem esquerda do rio de mesmo nome. “Serão 355 km de redes coletoras e interceptadoras, além da recuperação do sistema já existente”, apontou o gestor. Telles enumerou ainda as redes interceptadoras na Avenida dos Africanos e no rio Pimenta, além das obras na linha de esgoto da Avenida Daniel De La Touche, outro ponto crítico e de constantes reclamações.
Segundo Telles, a obra que já dura mais de dois meses está em fase de conclusão e a Companhia reconhece o inconveniente que ela tem representado em uma das avenidas mais movimentadas da cidade, mas frisa que sem ela não se teria chegado aos 90% de balneabilidade nas praias. “Essa linha existe há 35 anos e não havia tido reparos. Entendemos que é uma obra que causa transtornos, mas ela era imprescindível para a limpeza das praias, e já está em processo de conclusão, mais duas semanas apenas”, contou.
Quebra asfalto
Reclamações, por sinal, não faltam sobre as intervenções da Caema pela cidade. Quebra de asfalto recém colocado é uma das campeãs e uma das maiores dúvidas é sobre quem pesa a responsabilidade sobre o reparo da via. “Cabe à Caema”, assumiu o presidente da Companhia. Telles afirmou estar ciente da quantidade de reclamações, e que o órgão tem adotado medidas que minimizem os danos à população. “Criamos um setor encarregado de acompanhar as empresas que prestam serviço à Caema. Toda a responsabilidade pela via que a Caema lese é da Companhia, e reconhecemos que isso foi um problema constante. Mas as reclamações diminuíram em 70%, 80%. Estamos revendo as planilhas de serviços das empresas, inclusive sobre a qualidade da massa asfáltica que é usada, além de intensificarmos o diálogo com a população”, contou.
Para o gestor público um dos pontos que explicaria os problemas que estão sendo enfrentados é que nos últimos cinco anos a Ilha de São Luís expandiu em larga escala a ocupação urbana, com um mercado imobiliário efervescente, mas com um sistema de saneamento básico deficiente. Telles lembrou que os problemas de balneabilidade tem relação direta com o crescimento da urbanização.
“Os investimentos em Saneamento não acompanharam o investimento imobiliário, há diversos conjuntos habitacionais novos, tanto aqui na capital quanto no interior. Hoje 83% da população do Brasil está nas cidades, no Maranhão isso não é diferente. Sem uma gestão de saneamento os problemas vão se multiplicando”.
Segundo Telles os investimentos no Maranhão são em grande parte do programa PAC Saneamento. São R$ 350 milhões do governo federal, e uma contra partida de R$ 90 milhões do governo do estado.
Lagoa mal cheirosa
Parte desse investimento está sendo aplicado em mais um dos problemas históricos de São Luís, a poluição e o mau cheiro na Lagoa da Jansen. Naturalmente uma laguna, o espaço foi represado e o que antes era um braço de mar virou uma lagoa com apenas duas comportas de troca de água. O prejuízo veio com os anos e o mau cheiro sazonal, particularmente entre setembro e outubro, incomoda quem vive próximo ao ponto de lazer e turismo da capital.
Telles explicou que os meses em que menos chove e há mais vento piora a situação. Mas não é culpa da natureza, e sim dos esgotos lançados na lagoa que se acumularam ao longo das décadas. O gestor prometeu que a Lagoa está com seus dias de odor forte contados. “Em 2017 isso não acontecerá mais”, garantiu.
“Mais de 20 pontos de lançamento de esgoto já foram retirados, o setor sul da Lagoa está em reformas, e mais 18 pontos de esgoto serão removidos, além da construção de duas Estações Elevatórias, que devem ficar prontas entre o final de outubro e começo de novembro deste ano”, ressaltou.
Segundo Davi a Secretaria de Infraestrutura resolverá o problema da comporta danificada que está impedindo a troca de água da lagoa. “Existem mais sugestões, como a dragagem do que há no fundo da lagoa, mas só a retirada dos esgotos será já um grande passo. É incrível como a natureza se renova, desde que não seja jogado poluição. Esse é o último verão com odor na lagoa”, sublinhou.
No interior do estado a Caema apontou que está recuperando os sistemas de tratamento de esgoto de Barra do Corda, Barreirinhas, Chapadinha e Tutóia, sendo está última uma cidade que não conhecida água saindo das torneiras.
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