Itaipava do Grajaú

Técnicos permanecem reféns de índios

Equipe da Seduc está impedida de deixar aldeia timbira. Polícia Federal assumiu negociações para a liberação dos servidores

Três técnicos da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) foram feitos reféns por índios timbiras da aldeia Sibirino, em Itaipava do Grajaú, cidade localizada a cerca de 500 quilômetros de São Luís. Os técnicos estavam entregando alimentação escolar indígena quando lideranças informaram, na quarta-feira, dia 6, que eles não poderiam deixar a aldeia. Esta é a terceira vez, somente em 2016, que servidores da Seduc são feitos reféns em aldeias indígenas no Maranhão.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), os índios reclamam que as escolas estão funcionando em condições precárias, sem carteiras escolares e sem a quantidade suficiente de professores. Outra queixa é a falta de docentes bilíngues (Português e língua nativa). Pedem ainda a construção de escolas e estradas para melhorar o transporte dos estudantes.
A Seduc informou na sexta, dia 8, que tentou negociar a libertação da equipe, mas repassou as negociações para a Polícia Federal. O Ministério Público Federal e a Funai (Fundação Nacional do Índio) também foram notificados na sexta-feira.
Em nota oficial, o Governo do Estado informou que “mantém diálogo permanente com as lideranças indígenas para assegurar direitos e atender reivindicações antigas que deixaram de ser cumpridas por gestões anteriores”.
Confira a nota do Governo na íntegra:
Com relação à equipe que está mantida sob o poder dos indígenas na aldeia Sibirino, no município de Itaipava do Grajaú, o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informa que:
1 – Oficiou aos órgãos competentes para que tomem as medidas cabíveis no sentido de garantir a liberação o mais breve possível da equipe;
2 – A equipe da Seduc realizava a entrega da alimentação escolar indígena na aldeia, quando foi retida pelos índios. Há 15 dias outra equipe da Secretaria, que realizava levantamento nas aldeias para confirmar o quantitativo de alunos para o transporte escolar indígena, também foi impedida de desenvolver suas atividades e mantida refém pelos índios. O levantamento estava sendo feito por haver inconsistências entre o número de alunos informados pelas lideranças e o Censo Escolar;
3– Desde os primeiros dias da atual gestão do Governo do Maranhão foi estabelecido um diálogo permanente com as lideranças indígenas, no sentido de assegurar os direitos e atender reivindicações antigas que deixaram de ser cumpridas por gestões anteriores;
4 – Entre as medidas concretas já em andamento em todos os níveis de ensino estão: implantação do Curso de Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Indígena, com objetivo de formar e habilitar professores indígenas para atender às escolas de Ensino Médio e também de Ensino Fundamental que, embora sejam de competência legal dos municípios, ainda estão sob a gestão do Governo Maranhão; criação de um comitê intersetorial no âmbito do Estado para discutir e encaminhar melhorias; entrega de oito escolas reformadas nas aldeias, ressaltando que essas obras estavam paralisadas; aquisição de 12 mil kits pedagógicos e de materiais pelo Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) do Ministério da Educação, para alunos e professores; kits de limpeza e de cozinha, além de material permanente; entre outras;
5 – Por fim, reitera que o Governo do Estado mantém sua postura de diálogo com os povos indígenas no sentido de assegurar os direitos e encaminhar melhorias para a educação escolar indígena.
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