PROGRAMAÇÃO

Hospital Nina Rodrigues comemora 75 anos de fundação

Em alusão à comemoração do aniversário, neste mês de março estão sendo desenvolvidas diversas atividades envolvendo os pacientes e ex-pacientes

Foto: Divulgação.


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No bazar foram expostos a venda produtos como toalhas de cozinha, capas de sofá e biscoitos. Todos os artigos foram confeccionados por pacientes do Hospital Nina Rodrigues

O Hospital Nina Rodrigues (HNR), da Secretaria de Estado da Saúde (SES), é referência no Estado na oferta de tratamento de diversas especialidades psiquiátricas. No próximo dia 16 de março, o hospital inaugurado em 1941, e que recebeu o nome em homenagem ao médico maranhense Raimundo Nina Rodrigues, completa 75 anos.

Nos últimos anos, o HNR passou por grandes avanços, desde a área estrutural e de equipamentos, à qualificação no atendimento. A partir da ‘Reforma Psiquiátrica’ (Lei 10.216/2001), foi estabelecido um modelo de tratamento voltado para a reinserção social, a reabilitação e a promoção de direitos humanos, tirando o foco da hospitalização, oferecendo tratamento humanizado às pessoas com transtornos mentais, e decorrentes do uso de álcool e drogas.

Esse processo de reabilitação psicossocial consiste na busca da reinserção do paciente nas relações sociais. A reabilitação acontece por meio de diversas intervenções terapêuticas e de apoio. Dentre elas, a criação de protocolos para acolhimento humanizado e atendimento de acordo com a classificação de risco no Serviço de Pronto Atendimento (SPA); a implantação do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), serviço de atenção integral às pessoas com necessidades pelo uso de álcool, crack e outras drogas; e o Serviço de Residências Terapêuticas (SRT), que são moradias localizadas no espaço urbano, para acolher pessoas portadoras de transtornos mentais graves e que auxiliam na reabilitação do paciente.

Segundo o diretor-geral do Hospital Nina Rodrigues, Ruy Cruz, 2015 foi um ano de avanços na unidade, principalmente pela ampliação de atendimentos na Unidade de Retaguarda Clínica (URC), que funciona dentro do HNR e serve de apoio ao atendimento para toda a rede de serviços de saúde do Estado em São Luís. A URC possui cinquenta leitos, sendo 42 de clínica médica e oito de cuidados intermediários.
“Foi um ano de muitos avanços. Tivemos a contratação de um número maior de médicos para a retaguarda clínica, possibilitando a ampliação dos serviços prestados à população em clínica médica, cardiologia, infectologia, urologia e hematologia. O hospital está agora integrado com a comunidade, diminuindo o estigma do transtorno mental e da assistência aos pacientes que precisam de tratamento por uma doença psíquica, ou em decorrência do uso de álcool e outras drogas”, ressaltou o diretor-geral do HNR, Ruy Cruz.
Neste último ano, a gestão do governo Flávio Dino aprimorou também a qualidade da assistência prestada aos pacientes em conflitos com a lei que fazem tratamento no hospital. A segurança foi reforçada e os pacientes estão sendo assessorados judicialmente e também foram inseridos em oficinas terapêuticas.
Comemoração
Em alusão à comemoração do aniversário do Hospital Nina Rodrigues, neste mês de março estão sendo desenvolvidas diversas atividades envolvendo os pacientes que realizam tratamento no hospital e também os que já foram reintegrados à comunidade, mas que continuam participando das ações no hospital.

A programação conta com apresentações culturais, torneios esportivos, simpósio de saúde mental, gincanas, além de bazar com produtos confeccionados pelos pacientes.

Na quinta-feira, dia 10, aconteceu um bazar no ambulatório do hospital que expôs a venda toalhas de cozinha e capas de sofá confeccionadas por pacientes do hospital, como resultado do projeto terapêutico desenvolvido desde agosto de 2015. Além do bazar, um espetáculo de dança foi apresentado aos pacientes por um grupo artístico filantrópico formado por amigas dos funcionários do hospital.

“Todas estas atividades fazem parte do tratamento disponibilizado aos pacientes, pois no período em que eles estão aqui precisam ter contato com ações que desenvolvam a capacidade e autonomia”, explicou o diretor Ruy Cruz.

Além do artesanato, estiveram à venda também biscoitos produzidos na cozinha da Vovó Lourdes, por meio do projeto ‘Arte Culinária’, criado para os usuários dos serviços de saúde mental da SES como forma de promover novas alternativas nutricionais e de renda, que contribuem para a inclusão dos pacientes no meio social, de acordo com os preceitos da Reforma Psiquiátrica e dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).

A instrutora do projeto ‘Arte Culinária’, Maria Lourdes Mota Serra, conhecida como ‘Vovó Lourdes’, explicou o sentimento de gratidão em ver o resultado do trabalho desenvolvido no HNR. “Acompanhei a evolução dos serviços terapêuticos desse hospital, pois é onde trabalho há 45 anos. Hoje comemoramos com quitutes feitos pelos pacientes, que descobriram suas capacidades e estão cada vez se desenvolvendo mais”, afirmou Maria Lourdes Mota Serra.

A paciente Elizete Feitosa, de 31 anos, participa da ‘Oficina de Corte e Costura’ e ajudou na confecção dos produtos expostos no bazar. “É muito bom aprender e ocupar o nosso tempo fazendo coisa boa. Já sei colocar elásticos, fazer os cortes e bainhas das toalhas. Eu acho muito legal participar das aulas, me sinto bem aqui”, contou a paciente.

Segundo Ana Maria Belfort Souza, pedagoga e psicóloga, coordenadora do ambulatório, os trabalhos terapêuticos são estímulos satisfatórios no tratamento de qualquer diagnóstico. “Participar desses projetos e oficinas favorecem o tratamento, pois auxiliam os pacientes a se situarem, conviver socialmente, e desenvolver uma prática que gere renda. Isso trabalha a auto-estima deles e nos dá satisfação em vê-los nesse processo de superação”, explicou Ana Maria Belfort.

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