EDUCAÇÃO

Servidores da UFMA continuam em greve

O Comando Local da Greve (CLG) do Sintema afirma que o movimento continua sem avanços nas negociações

Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press.


Honório Moreira/OIMP/D.A Press

Greve dos servidores técnicos da Universidade Federal do Maranhão – UFMA

Servidores técnicos-administrativos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) reuniram para avaliar o movimento grevista, na manhã de ontem. Permanece o impasse com o Governo Federal quanto ao índice de reposição dos salários. Categoria pede 27,3% com validade para janeiro do próximo ano; e governo apresentou contraproposta de 21,3% divididos em quatro anos. “Essa divisão não contempla o pedido. Estamos na mesa de negociação aguardando por um consenso”, disse o membro da diretoria do Comando Local da Greve (CLG) do Sindicato dos Trabalhadores das Instituições de Ensino do Terceiro Grau do Maranhão (Sintema), Jorge Mendes. Segundo o sindicato, até o momento, não houve qualquer avanço nas negociações.

O principal item da pauta é o índice de reposição salarial, referente às perdas, do qual a categoria diz não abrir mão. “Só ganhamos incremento de salário se fizermos greve. De outra forma, estamos sempre em defasagem”, afirmou Jorge Mendes. A última reposição foi em 2012 e o pagamento escalonado em três anos. O sindicalista reclama dessa forma de concessão de incremento, pois não é feita a atualização de valores ao fim do escalonamento. Outro item considerado importante da pautam é o não corte das verbas da Educação, que pelos planos do Governo Federal serão de 30%. “Conseguimos fazer o governo retroceder quanto à divisão no pagamento do índice de reposição. Estamos dando andamento às discussões”, disse Mendes.
A categoria solicita ainda atualização do Plano de Cargos, Carreiras e Salários; incremento em benefícios como auxílio alimentação com equiparação ao Judiciário e Legislativo – segundo os servidores, o valor atual é duas vezes menor que o dos demais poderes; ampliação do plano de saúde; e reposição para os servidores aposentados. De acordo com o sindicato, 80% dos servidores nos campi da capital e interiores aderiram ao movimento grevista. Para a servidora Ana Paula Martins, 30 anos, as condições impostas pelo Governo não podem ser aceitas. Segundo ela, a reposição não atende às reivindicações uma vez que será fracionado o pagamento. “Esse é um pedido histórico e que também precisa contemplar a perspectiva de inflação para o próximo ano. Queremos equiparação com os demais servidores federais. Da forma proposta não é reposição”, ressaltou. No Maranhão são aproximadamente 3,5 mil técnicos-administrativos federais, sendo 1,7 mil associados.
Direcionamentos
O comando grevista reúne semanalmente para discutir e avaliar o movimento. Nos dias 5 e 6 de agosto uma comissão local irá à Brasília para acompanhar mais uma rodada de negociações e debater com o comando nacional. A movimentação será de acompanhamento das negociações. Segundo o sindicalista Jorge Mendes, nenhuma medida mais incisiva será adotada. “Enquanto estivermos negociando e o Governo mostrando disposição em chegar a um consenso, não adotaremos nenhuma medida radical”, afirmou, referindo-se à ocupação da Reitoria e interdição do tráfego. Com a greve, estudantes que pretendiam fazer cadeiras de férias tiveram que adiar os planos. Além dos diversos serviços paralisados – aulas, emissão de certificados, Biblioteca, Restaurante Universitário etc – a greve pode ainda prejudicar o próximo período letivo.
Não ao corte
O início da greve dos servidores universitários federais foi deflagrado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), após decisão em 16 de maio. Os professores tentam pressionar o governo federal a ampliar o repasse às universidades federais, apesar do corte de R$ 9,42 bilhões no orçamento do Ministério da Educação (MEC), entre outros direcionamentos. Na ocasião, o MEC contrapôs o pedido de reposição salarial alegando que já havia sido concedido este ano. Rebateu ainda a decisão dos servidores de entrarem em greve, uma vez que estão em curso as discussões para negociar. “Greve com data marcada nas federais não é diálogo”, sentenciou o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.
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