ENTREVISTA/YGLÉSIO MOYSÉS

Yglésio aposta em uma pré-candidatura de direita à prefeitura de São Luís

Deputado estadual está se desfiliando do PSB e busca um partido que não esteja alinhado ao Governo Federal para concorrer às eleições em 2024 para prefeito da Ilha.

Dr. Yglésio Moysés é declaradamente de direita. (Foto: Divulgação/ Agência Assembleia)

Dono de algumas das polêmicas mais recentes no Maranhão, o médico e deputado estadual Yglésio Moysés vem para mais uma disputa eleitoral em São Luís. Tendo sido candidato em 2020, ele diz que está mais preparado para a eleição que se avizinha, com mais bagagem política – e histórias para contar também.

Em entrevista exclusiva a O Imparcial, Dr. Yglésio fala sobre seu amadurecimento político, suas relações com outras figuras políticas do estado, suas ideias não reveladas para São Luís e sobre – lógico – as polêmicas em que ele esteve ou está envolvido – como o caso do “Fortune Tiger”.

O Imparcial – O senhor já foi candidato a prefeito de São Luís em 2020. Ou seja, já experimentou este tipo de pleito. O que difere o candidato de 2020 do pré-candidato para 2024?

Dr. Yglésio – Difere a quantidade de trabalho, o amadurecimento, a oportunidade de ser mais conhecido durante toda essa trajetória. Nesses cinco anos de mandato, a gente coleciona um currículo que eu poderia chamar de praticamente impecável aqui na Casa. Nós temos o recorde de proposições legislativas nos cinco anos que aqui estamos. Zero faltas nesse momento. Se você fizer um revisionismo do mandato e das pautas que foram colocadas na Assembleia, das grandes pautas que chegaram à população: momentos difíceis na pandemia; questão de mensalidades escolares; situações difíceis de fechamento de hospitais, como Aldenora Bello; combate a várias situações de quadrilhas no estado do Maranhão, seja em questão de banca de concursos, como a gente conseguiu cancelar o concurso da Assembleia Legislativa; aposentadorias compulsórias de juízes, como no caso do juiz agiota de Caxias, Sidarta Galtama; e, agora, no desmonte das quadrilhas relacionadas a jogos de azar, que são verdadeiras pirâmides no estado do Maranhão.

Caso do “Fortune Tiger”: uma luta desigual

O assunto mais recente e que ajudou a catapultar ainda mais seu nome foi o caso dos jogos eletrônicos on-line. Nesse caso, o embate foi com outro tipo de gente, os influenciadores digitais que fazem ou faziam a divulgação destes jogos.

Imagina você, a dor de alguém que tem a sua família ou sua vida desestabilizada – e, aí, nós vamos entrar em dimensões que são de relacionamento familiar, dimensões de saúde física, saúde mental, saúde financeira também, passando pelo clímax disso tudo, da não-resolução de todos esses problemas, esses conflitos, dessas desarmonias, que é o suicídio. Então, temos claramente, que a questão dos jogos, para além da questão de evasão de divisas do país, tendo em vista que esses influenciadores divulgam plataformas estrangeiras, que não tem sede no Brasil; para longe da questão eventual de qualquer formação de pirâmide financeira, que é um crime muito frequente aqui no Brasil; para além de tudo isso, tal ponto prioritário, que é a empatia, é a conexão do mandato do deputado Yglésio com a vida das pessoas, nós adentramos uma luta dessa, uma luta desigual. 

Imagina você ter uma rede social com 140 mil, 150 mil seguidores – como é a minha hoje, lutar com centenas de pessoas que têm o dobro disso, 10 vezes mais do que
isso.

O senhor tem um problema com o atual partido onde está filiado. Como está a situação atualmente?

Eles embargaram [a causa]. Nós ganhamos de sete a zero na justiça. O partido embargou a sentença com a finalidade meramente protelatória – isso aí tá muito claro na petição que foi entregue ao partido. Uma situação como essa denota claramente a incapacidade do partido visualizar o processo eleitoral. Tentam me retirar da disputa. Óbvio que eles não irão lograr êxito, por conta da tese jurídica nossa ser muito forte e a tese jurídica deles ser muito fraca e óbvio que nós vamos, agora, para o TSE, depois do julgamento dos embargos. Caso o partido opte continuar perseguindo, nós vamos lá em cima discutir apenas questões de direito. A discriminação política pessoal partidária grave, ela já foi expressa nos autos. E já é jurisprudencial no TSE que uma discriminação política partidária pessoal grave é uma causa justa de desfiliação partidária. Eles estão protelando apenas para tentar atrapalhar, mas, ao mesmo tempo, dando um tiro no pé e, claro, me dando tamanho. 

Já foi convidado por algum outro partido?

Tem algumas conversas. Estou conversando com quatro legendas. Obviamente, não vou declinar os nomes no momento, até para não atrapalhar as negociações, tendo em vista que o modus operandi da cúpula do PSB – leia-se Flávio Dino e Ricardo Capelli – é de pressão extrema sobre pessoas, de ameaça velada em cima de investigações de Polícia Federal, coisas nesse sentido. A gente respeita muito esse tempo necessário, que a política precisa ser feita no bastidor, para depois ela ser feita fora do bastidor com total transparência, que é justamente essa marca muito forte no nosso mandato, da nossa atuação.

Suponho que seja um partido de direita…

A tendência é a gente buscar um partido não-alinhado ao Governo Federal.

O principal adversário do Yglésio, no momento, seria o atual prefeito, Eduardo Braide, tendo em vista que ele tem ideias de centro-direita?

O prefeito é uma pessoa que tem um temperamento claramente auto-centrado, egoísta e ensimesmado. Não é uma pessoa que tem qualquer tipo de ideologia política posta, já que não se sabe o que Braide pensa, não se sabe como Braide decide, não se sabe quem são as pessoas importantes no processo de gestão da cidade ao lado do prefeito. A impressão que dá é que todos são funcionários quase que com lealdade canina mesmo ao prefeito e que são meros executores dos seus anseios. Então, eu não poderia dizer que faria um embate ideológico com quem não tem ideologia. Eu acho que eu vou apresentar uma proposta de cidade de desenvolvimento para São Luís, um plano para São Luís, um plano para quatro anos, um plano para, caso eu logre êxito na campanha, para oito anos, um plano para o futuro da cidade. Medidas que vão mexer nas alavancas corretas da cidade, para que a gente tenha desenvolvimento. Não vou fazer detalhamento disso aqui porque não vou cair no mesmo erro que tive em 2020, de adiantar discurso, para que fosse copiado por colegas naquele período e eles, com mais mídia, tempo de TV e tudo mais, fizessem uso das minhas ideias. No tempo certo, mas não dá para apresentar essas ideias para a população.

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