ENTREVISTA

Dinair Veloso, prefeita de Timon, fala dos projetos para a cidade

Em entrevista a O Imparcial, a prefeita de Timon deu detalhes sobre seus planos na gestão.

A prefeita de Timon relata como pretende reorganizar o município. (Foto: Arquivo Pessoal)

O IMPARCIAL –  A Sra foi eleita prefeita da quarta maior cidade do Maranhão, com o apoio de um grupo político tradicional, os Leitoa, como se deu esse processo?

Dinair Veloso – Desde muito cedo milito nos movimentos sociais, sempre fui muito inquieta frente às injustiças que eu presenciava. Talvez por ser filha de um vaqueiro e de uma professora leiga, vinda da zona rural pra estudar na cidade, sei bem das agruras, das necessidades, que nosso povo enfrenta.

Na política partidária milito há bastante tempo, fui da Juventude Socialista do PDT, fui a primeira vereadora eleita em Timon após vinte anos, em 2012, e daí fui convidada pelo então prefeito Luciano Leitoa para ser secretária de Educação, dada a minha formação como pedagoga e minha luta em favor da educação pública e de qualidade.

O Chico Leitoa é nosso líder político e sempre me deu apoio, me deu forças para estar na luta política. Hoje sou prefeita da quarta maior cidade maranhense e vou deixar o meu legado, minhas obras e ações, na minha querida Timon.

O IMPARCIAL –  A Sra assumiu a prefeitura num momento de crise econômica forte no país e, também, juntamente com a pandemia do Coronavírus, como a Sra conseguiu atravessar esse período?

Dinair Veloso – O Luciano, meu antecessor, fez uma gestão equilibrada, responsável, o que é um bom começo pra quem está chegando. E como a secretaria de Educação acaba sendo bastante transversal, ou seja, atua em diversas ações junto a outras secretarias, eu já tinha uma ideia de como seria encarar o desafio de ser gestora municipal, de ser prefeita.

Mas foi um grande desafio assumir a prefeitura no meio da pandemia, quando ainda não havia vacinas suficientes, tudo era muito incerto, o comércio tendo que fechar as portas, as aulas tendo que ser suspensas e passarem a ser virtuais. Mas, graças a Deus e ao empenho de toda a nossa equipe conseguimos atravessar esse momento de tragédia.

Até hoje seguimos obedecendo o que determinam as autoridades sanitárias, sobretudo ao repique que tivemos agora com novo aumento de casos.

Administração publica e eleições

O IM­PAR­CI­AL – O que fez Ti­mon ser ho­je uma das ci­da­des de me­lhor re­fe­rên­cia em edu­ca­ção bá­si­ca no Ma­ra­nhão, ten­do re­ce­bi­do prê­mi­os e ser lí­der do ran­king do Ideb no es­ta­do?

Di­nair Ve­lo­so – Uma das prin­ci­pais ban­dei­ras de lu­ta do PDT é a edu­ca­ção e, co­mo mi­li­tan­tes, sem­pre es­ti­ve­mos jun­to nos gran­des de­ba­tes na­ci­o­nais so­bre a im­por­tân­cia da edu­ca­ção e seu pa­pel trans­for­ma­dor. Te­mos dois gran­des lí­de­res na­ci­o­nais, que in­fe­liz­men­te não es­tão mais en­tre nós, Le­o­nel Bri­zo­la e Darcy Ri­bei­ro, que sem­pre de­fen­de­ram a edu­ca­ção co­mo um agen­te po­lí­ti­co re­vo­lu­ci­o­ná­rio.

Sob es­ses pre­cei­tos, co­me­ça­mos em Ti­mon uma to­tal re­es­tru­tu­ra­ção do sis­te­ma mu­ni­ci­pal de en­si­no. Nos meus oi­to anos co­mo se­cre­tá­ria de Edu­ca­ção, o pre­fei­to Lu­ci­a­no Lei­toa sem­pre dei­xou mui­to cla­ra a ur­gen­te ne­ces­si­da­de de me­lho­rar­mos a edu­ca­ção e ali, ar­re­ga­ça­mos as man­gas, cha­ma­mos os edu­ca­do­res pa­ra cons­truir­mos no­vos ca­mi­nhos. Ini­ci­a­mos a re­es­tru­tu­ra­ção fí­si­ca das es­co­las mu­ni­ci­pais, in­ves­ti­mos em for­ma­ção e qua­li­fi­ca­ção pro­fis­si­o­nal dos edu­ca­do­res, fi­ze­mos um ri­go­ro­so mo­ni­to­ra­men­to da vi­da aca­dê­mi­ca dos es­tu­dan­tes e, as­sim, ho­je já po­de­mos co­lher fru­tos des­sa tra­je­tó­ria.

Pa­ra se ter uma ideia, so­men­te nos dois pri­mei­ros anos de mi­nha ges­tão, re­for­ma­mos e am­pli­a­mos 26 es­co­las, cons­truí­mos uma no­va e im­plan­ta­mos mais uma es­co­la de tem­po in­te­gral. Pa­ra nós ti­mo­nen­ses é mo­ti­vo de or­gu­lho ter­mos seis es­co­las pre­mi­a­das no pro­gra­ma Es­co­la Dig­na do Go­ver­no do Ma­ra­nhão e de ser­mos os pri­mei­ros co­lo­ca­dos no Ideb no es­ta­do.

E is­so tu­do é re­vo­lu­ci­o­ná­rio, é trans­for­ma­dor, pois nos­sas cri­an­ças e jo­vens, mais à fren­te te­rão uma ba­se edu­ca­ci­o­nal for­te, con­so­li­da­da, lhes per­mi­tin­do al­can­çar to­dos os seus so­nhos pro­fis­si­o­nais e de vi­da.

O IM­PAR­CI­AL – Ti­mon, as­sim co­mo to­das as mé­di­as e gran­des ci­da­des, tem mui­tos pro­ble­mas de in­fra­es­tru­tu­ra, so­bre­tu­do por con­ta do cres­ci­men­to de­sor­de­na­do. Co­mo a Sra es­tá li­dan­do com is­so em Ti­mon?

Di­nair Ve­lo­so – Ti­mon se apro­xi­ma da mar­ca de du­zen­tos mil ha­bi­tan­tes e, se le­var­mos em con­ta a po­pu­la­ção flu­tu­an­te, su­pe­ra­mos es­se nú­me­ro. Te­mos ho­je pró­xi­mo a oi­ten­ta bair­ros e po­vo­a­dos on­de mo­ra e con­vi­ve to­da es­sa gen­te, a gran­de mai­o­ria na área ur­ba­na.

O gran­de de­sa­fio do po­der pú­bli­co é le­var qua­li­da­de de vi­da pa­ra a po­pu­la­ção, com vi­as de aces­so em bo­as con­di­ções de tra­fe­ga­bi­li­da­de, ilu­mi­na­ção pú­bli­ca efi­ci­en­te, pos­tos de saú­de, es­co­las, áre­as de la­zer, en­fim, um gran­de nú­me­ro de obras, ações e ser­vi­ços. Só com pa­vi­men­ta­ção já im­plan­ta­mos mais de 30 km de pa­vi­men­ta­ção com as­fal­to, blo­que­tes, pa­ra­le­le­pí­pe­dos e re­ca­pe­a­men­to de ru­as com im­plan­ta­ção de dre­na­gem su­per­fi­ci­al; es­ta­mos mu­dan­do a ilu­mi­na­ção de to­das as ave­ni­das, pra­ças e rua pa­ra Led, que é mais econô­mi­ca e mais efi­ci­en­te; a ci­da­de es­tá lim­pa, ur­ba­ni­za­da.

Em ou­tras áre­as, en­tre­ga­mos um no­vo Cen­tro Or­to­pé­di­co, a no­va Se­de do Cen­tro de Aten­ção In­te­gral de Saú­de da Mu­lher (Caism), tam­bém a no­va se­de do Cen­tro Es­pe­ci­a­li­za­do em Aten­di­men­to Odon­to­ló­gi­co, um no­vo Cen­tro Ci­rúr­gi­co no Hos­pi­tal Mu­ni­ci­pal e nos­sa Ofi­ci­na Or­to­pé­di­ca, que irá fa­bri­car e for­ne­cer equi­pa­men­tos or­to­pé­di­cos pa­ra quem ne­ces­si­ta, já es­tá em fa­se de con­clu­são. Te­mos em an­da­men­to uma obra es­tru­tu­ran­te pa­ra a ci­da­de, que é o Ca­nal da Es­pe­ran­ça. 

O ca­nal é uma obra imen­sa e que vai re­sol­ver de­fi­ni­ti­va­men­te um gra­ve pro­ble­ma de inun­da­ção que atin­ge di­ver­sos bair­ros. Te­rá dre­na­gem pro­fun­da com 3 mil me­tros de ga­le­ri­as, dre­na­gem su­per­fi­ci­al, ur­ba­ni­za­ção de 31 ru­as com blo­que­tes e cal­ça­das, be­ne­fi­ci­an­do uma po­pu­la­ção de mais de 25 mil pes­so­as.

 O IM­PAR­CI­AL – Fa­lan­do ago­ra de po­lí­ti­ca, a Sra na­tu­ral­men­te irá con­cor­rer à re­e­lei­ção da­qui a dois anos, co­mo a Sra es­tá ven­do o qua­dro po­lí­ti­co de uma ma­nei­ra ge­ral?

Di­nair Ve­lo­so – A re­e­lei­ção é uma ten­dên­cia na­tu­ral, so­bre­tu­do quan­do a po­pu­la­ção apro­va o mo­de­lo de ges­tão que es­tá sen­do se­gui­do. Aqui em nos­so país se diz que uma cam­pa­nha se ini­cia ime­di­a­ta­men­te após a que ter­mi­na. Eu acre­di­to que a prin­ci­pal cam­pa­nha pa­ra quem es­tá à fren­te da ges­tão, se­ja na­ci­o­nal, es­ta­du­al ou mu­ni­ci­pal, é o tra­ba­lho re­a­li­za­do. Se foi apro­va­do pe­la po­pu­la­ção, já é um gran­de avan­ço.

Ain­da con­si­de­ro mui­to ce­do pa­ra pen­sar­mos na pró­xi­ma elei­ção, que só irá acon­te­cer da­qui a dois anos, mas no mo­men­to cer­to eu irei sen­tar à me­sa com nos­so gru­po po­lí­ti­co, os ve­re­a­do­res, as li­de­ran­ças, nos­sos ali­a­dos, e va­mos de­fi­nir co­mo se­rá es­se pro­ces­so. 

Ain­da te­nho mui­to tra­ba­lho à fren­te da pre­fei­tu­ra, li­de­ran­do os ca­mi­nhos de nos­sa gen­te, tra­ba­lhan­do de sol a sol pa­ra dar con­ta da gran­de res­pon­sa­bi­li­da­de e or­gu­lho que é ser pre­fei­ta de mi­nha ci­da­de. Em ní­vel es­ta­du­al con­ta­mos com o apoio do go­ver­na­dor Car­los Bran­dão pa­ra tra­zer me­lho­ri­as pra nos­sa ci­da­de e es­pe­ro me reu­nir com ele, as­sim que for pos­sí­vel, pa­ra lhe apre­sen­tar nos­sas de­man­das. 

O mo­men­to é de aguar­dar que ele te­nha tem­po e tran­qui­li­da­de pa­ra mon­tar sua equi­pe de go­ver­no. No pla­no na­ci­o­nal te­mos um no­vo go­ver­no, do pre­si­den­te Lu­la, que tem nos tra­zi­do bo­as ex­pec­ta­ti­vas, so­bre­tu­do na re­es­tru­tu­ra­ção da re­de de pro­te­ção so­ci­al e na re­to­ma­da do cres­ci­men­to econô­mi­co. Es­te é o ce­ná­rio po­lí­ti­co do mo­men­to e aque­les que ten­tam an­te­ci­par o pro­ces­so sus­ce­só­rio de­ve­ri­am era bus­car obras e re­cur­sos pa­ra Ti­mon, em vez de fi­car cri­an­do con­jec­tu­ras e an­te­ci­pan­do um de­ba­te que es­tá bem dis­tan­te de ser fei­to.

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