Troca de comando

Luís Fernando troca novamente prefeitura de Ribamar por secretaria no governo Dino

A exemplo de dezembro de 2010, quando renunciou ao cargo de prefeito de São José de Ribamar, no segundo mandato para o vice Gil Cutrim, Luís Fernando repetirá o mesmo gesto

Ainda na ressaca do lava-pratos da cidade que administra (carnaval fora de época), o prefeito Luís Fernando Silva renuncia à prefeitura de São José de Ribamar, 3ª maior município do Maranhão, com população de 176.008 mil habitantes, dentro da região metropolitana de São Luís. Logo em seguida, ele será nomeado Secretário de Projetos Estratégicos do governo Flávio e passará a compor o núcleo central da administração do PCdoB, com o vice-governador Carlos Brandão e os secretários Marcelo Tavares (Casa Civil) e Rodrigo Lago (Comunicação e Articulação Política).

A exemplo de dezembro de 2010, quando renunciou ao cargo de prefeito de São José de Ribamar, no segundo mandato para o vice Gil Cutrim, Luís Fernando repetirá o mesmo gesto agora, passando o cargo ao vice Eudes Sampaio (PTB). Há nove anos, Luís Fernando, então filiado ao DEM, foi convocado para assumir a Secretaria da Casa Civil do governo Roseana Sarney (PMDB), de onde foi depois removido para a pasta da Infraestrutura. Gil conseguiu terminar o mandato, se reeleger em 2012, mas depois rompeu com o antigo chefe e, em 2018, se elegeu deputado federal, pelo PDT, comandado no Maranhão pelo senador Weverton Rocha.

A diferença de 2010, com Roseana e 2019 com Flávio Dino é que naquele ano Luís Fernando foi para o governo estadual como alternativa do grupo Sarney para disputar o Palácio dos Leões, no fim do mandato de Roseana Sarney. O projeto fracassou porque Fernando exigiu condições excepcionais para tocar a campanha, com força total da gestão da peemedebista. Porém, ele não as obteve, em razão de resistência no próprio núcleo sarneísta, por sua relação estreita com José Reinaldo (PSB), na época, ligado a Flávio Dino. Luís Fernando desistiu do projeto de candidatura.

O fim do enredo foi Roseana ficando até 20 dias para terminar o mandato em 2014 quando renunciou para o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo terminar o governo, já anticlímax político da derrota imposta por Flávio Dino. Em 2016, Luís Fernando entrou para o PSDB, então, comandando pelo vice-governador Carlos Brandão, a quem ele havia convidado para seu vice, caso fosse candidato em 2014. Na época, os tucanos ficaram divididos entre apoiar Flávio Dino, com Brandão à frente, ou Luís Fernando, puxado por Gardênia Castelo e o marido João Castelo.

Com a confirmação de Brandão na vice de Flávio Dino, o cenário mudou radicalmente na política maranhense até as eleições de 2018. Porém, em 2016, Luís Fernando foi eleito prefeito de Ribamar, sem nenhum candidato adversário, num inédito “WO” na política de Ribamar. Passados os dois anos, ele anda desanimado com gestão que realiza, cheia de problemas financeiros, herdados de Gil Cutrim e sem os recursos necessários para tocar as realizações no ritmo que empreendeu no governo passado.

A população do município de Ribamar explodiu, com vários conjuntos residenciais populares, como o Terra Nova, além de incontáveis invasões, com o mesmo FPM que, embora sendo especial (dobrado), no entanto não atende um projeto de governo arrojado, como foi no passado. Agora, a história muda de rumo. Quinta-feira o prefeito, ainda filiado ao PSDB, se reuniu com o governador Flávio Dino no Palácio dos Leões e aceitou o convite, articulado por Carlos Brandão e Marcelo Tavares, para assumir a nova Secretaria de Projetos Estratégicos, criada sob medida para ele colaborar com a gestão “comunista”.

Provavelmente, que o PSDB do Maranhão vai perder o próximo secretário Luís Fernando Silva, que tem chance de se filiar ao PDT de Weverton Rocha. Ele já disse a Flávio Dino que não tem muito afinidade com a ideologia comunista. Por isso, já como ex-prefeito de Ribamar, Luís Fernando pode assinar a ficha do PRB, partido de Carlos Brandão, que conta com outro prefeito de município grande, Fábio Gentil, de Caxias.

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