ELEIÇÕES 2018

Apesar do sucesso, Bolsonaro não elegeu ninguém no Maranhão

PSL, partido do presidenciável, terá a segunda maior bancada da Câmara Federal, mas nenhum do estado.

(Foto: Vladimir Platonow/Agência Brasil)

O Partido Social Liberal, que até às eleições de 2018 era uma sigla minúscula, soube aproveitar o embalo do sucesso de Jair Bolsonaro e elegeu no primeiro turno uma eclética bancada de 52 deputados federais, entre eles um ex-ator de filme pornô, militares e policiais, um descendente da família real brasileira, líderes de movimentos pró-impeachment, uma jornalista processada por plágio, candidatos que fracassaram nas disputas anteriores…  A lista é longa.

Ao colar suas imagens ao presidenciável de extrema-direita, esses futuros deputados conseguiram triunfar nas urnas e formarão a segunda maior bancada da Câmara, ficando atrás apenas do PT, que fez 56 eleitos.

Mas no Maranhão a estratégia não funcionou. O estado que tem o primeiro governador da história do Partido Comunista do Brasil, e que fica na região que formou uma espécie de muro para frear a vitória do ex-militar no primeiro turno, elegeu em sua maioria deputados do centrão, como PR e PMN, e da esquerda, como o próprio PCdoB, mas nenhum do PSL. No total, “o partido de Bolsonaro” recebeu 117 mil votos maranhenses, sendo apenas o 11º mais votado.

A onda conservadora fez mais sucesso no sudeste. O maior número de deputados federais eleitos pelo PSL foi no Rio de Janeiro, com 12 representantes, e em São Paulo, com dez nomes. Entre eles Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável, que foi o deputado federal mais votado da história do Brasil, com 1,8 milhão de votos, à frente de Éneas (Prona – 2002) e Tiririca (PR – 2014), ambos também em São Paulo. Flávio, o outro filho de Bolsonaro, também foi eleito, só que Senador pelo Rio de Janeiro, mesmo com seu pai pregando que é contra “tudo que está aí”, como as oligarquias, por exemplo.

MARANHÃO À ESQUERDA

Na câmara estadual o eleitorado maranhense elegeu maioria à esquerda, fugindo a regra nacional que deu uma guinada a direita, e apenas um candidato do PSL estará na Assembleia em 2019.

Além disso, e de manter Flávio Dino (PCdoB) no Palácio dos Leões, os eleitores votaram também nos dois senadores da coligação da centro-esquerda encabeçada pelo comunista, elegendo para o Senado Federal Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), que culminou na queda do sarneísmo despois de 52 anos.

OS “ECLÉTICOS”

Entre os destaques paulistas da bancada pró-Bolsonaro estão Alexandre Frota, ex-ator pornô que participou de vários grupos antipetistas na internet, e Joice Hasselman, ex-repórter da revista Veja, já foi acusada de plagiar 65 reportagens. Em sua defesa, falou que o sindicato de jornalistas do Paraná representava a escória do jornalismo. Na eleição atual foi responsável por difundir boatos nas redes sociais, principalmente nos grupos de WhatsApp pró-Bolsonaro, como que um meio de comunicação teria recebido 600 milhões de reais para, na reta final de campanha, detonar a candidatura de Bolsonaro.

Já os cariocas elegeram para nomes como Hélio Negão, há dois anos concorreu para vereador de Nova Iguaçu e teve 480 votos. Bolsonaro se aproximou dele para amenizar sua fama de “racista”. Em 2018 teve 345.234 votos. E, o “príncipe” Luiz Philippe de Orleans Bragança (RJ), cientista político e herdeiro da monarquia brasileira.

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