ELEIÇÕES 2016

O marketing por trás da campanha eleitoral

O marqueteiro eleitoral é a figura que atua nos bastidores dos candidatos coordenando toda campanha e criando uma imagem para angariar votos

A propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão, os cartazes espalhados pelas ruas, a plotagem em automóveis e, principalmente, os discursos em comícios e entrevistas durante o período de campanha nada seriam sem a presença de uma figura que atua nos bastidores dos comitês de cada candidato que se preze e esteja muito a fim de ser eleito. Tal personagem é o marqueteiro eleitoral.
Tendência observada nas últimas décadas em democracias representativas contemporâneas – como é o caso do Brasil -, este personagem é o responsável por pensar, criar e coordenar as ações dos candidatos diante da mídia e do público a fim de apresentar uma imagem que seja sugestivamente forte e diferenciada perante os demais concorrentes.
Não é exagero dizer que quem vence a disputa sempre tem por trás alguém nesse perfil ajudando toda a equipe de assessores e demais aliados a levar o candidato a ser o vencedor da disputa eleitoral.
Numa verdadeira “democracia da audiência”, o eleitor é levado a conhecer as propostas e perfis dos candidatos por meio do turbilhão de informações apresentadas pela TV ou pelo rádio, o que acaba gerando uma noção de identificação até levar a decisão em quem votar.
Exemplos fortes da presença de marqueteiros na política brasileira são as atuações de James Carville e Duda Mendonça, que ajudaram a eleger Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) e Luís Inácio Lula da Silva (2002-2010), respectivamente. O mesmo para João Santana, em 2014, na reeleição de Dilma Rousseff.
Guilbert Macedo

Para o professor universitário Guilbert de Menezes Macedo, especialista em Estratégias de Comunicação e Marketing, no entanto, aqui em São Luís ainda não se enxerga o Marketing Eleitoral ainda não é apreciado por todas as campanhas e políticos.

“Aqui em São Luís há o mito de que quem faz Marketing e/ou Publicidade e Propaganda não é bom. Há políticos que não enxergam os marqueteiros de São Luís como bons profissionais”, disse o especialista ao citar o fato de que algumas campanhas vão buscar marqueteiros em outros estados.
O professor fala também que com um bom marketing qualquer imagem pode ser vendida. “Se o cara [candidato] não é bom e não tiver um bom marketing fica difícil. Um bom marketing vende até um produto não tão bom”, explicou.
Em tempos de internet a democracia da audiência perde força diante de um apelo maior das redes sociais diante do público. As campanhas deixaram de ser pensadas somente para os veículos de comunicação de massa e tiveram que se adequar a este novo espaço. A única coisa que não mudou foi o público.
Sobre a participação da internet no processo o professor Guilbert diz: “A presença do marketing eleitoral na internet foi inteligente. Quanto mais criativo, mais entendido for o marketing mais a internet vai contribuir”, finalizou.
Na tentativa de reavivar a credibilidade na política – e principalmente nos políticos – os marqueteiros não podem ser ignorados como importantes personagens nas eleições brasileiras. Assim como nas campanhas presidenciais o movimento se repete nas Eleições Municipais 2016. Em São Luís as principais campanhas para a prefeitura contam com a presença de especialista em marketing político para ajudar a formar a opinião do eleitorado sobre os candidatos.
O Imparcial destaca agora as campanhas de marketing eleitoral das principais campanhas apontadas na frente de acordo com os resultados da pesquisa do Instituto Ímpar de Pesquisas registrada na Justiça Eleitoral no último dia 23 de agosto sob o protocolo MA-02095 no TRE-MA.
Marketing em Campanhas com Baixo Custo
Bruno Menegazzo

Para a promoção do marketing eleitoral da campanha de Rose Salles (PMB) o jornalista Bruno Menegazzo assumiu a responsabilidade de pensar e desenvolver a imagem da candidata. Buscando apresentar uma Rose Salles humana e bastante próxima da comunidade a campanha, segundo Bruno, está voltada para uma retomada da carreira política dela, que já segue por 8 anos como vereadora.

“Nós não trabalhamos com ela uma pegada de ‘político’. Postura, forma de gesticular, forma de falar etc. Ela é uma mulher popular então as pessoas que mantém contato com ela percebem naturalidade e a gente quer manter isso”, explicou Bruno Menegazzo em entrevista a O Imparcial. Bruno Menegazzo disse também que o marketing eleitoral deve ser pensado de acordo com os recursos financeiros destinados à campanha. Segundo ele a campanha política está cada vez mais sendo pensada para o ambiente virtual já que conforme minirreforma eleitoral o tempo da propaganda eleitoral no Rádio e na TV diminuiu.
Bruno não é preciso em valores, mas aponta motivos para mudanças na estratégia de marketing de sua candidata. “A gente tem uma campanha extremamente popular (…) a gente não tem recursos para fazer grandes caminhadas com muitas bandeiras, muitos carros, mas aposta no corpo a corpo o que faz o eleitor se sentir mais prestigiado”, falou o jornalista.
Dessa forma Rose Salles aparece como um exemplo de marketing eleitoral que busca não só a tão sonhada vitória nas urnas em outubro, mas adianta a promoção da imagem da candidata para outro futuro compromisso eleitoral.
Estratégias em Segredo
A coordenação de campanha do candidato a prefeito Edivaldo Holanda Jr (PDT) optou por não entrar em detalhes sobre as ações de marketing para a eleição. Até a publicação dessa matéria a coordenação de campanha de Eliziane Gama (PPS) não retornou nosso contato.
Vale lembrar que, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos a prefeitos de São Luís tem um limite de gasto na campanha fechado em R$ 3.142.613,79 no primeiro turno e de R$ 942.613,79 em um eventual segundo turno.
Há diferença entre marketing político e marketing eleitoral?
É bom que fique claro que a diferença entre o marketing político e o marketing eleitoral. Por marketing político se entende aquele que é pensado para a promoção da imagem de um gestor em atuação. É o caso da campanha de Edivaldo Holanda Jr, que é o atual prefeito de São Luís. O conceito da campanha é pensado na promoção da administração feita pelo candidato do PDT durante os 4 anos a frente do município. Por consequência assume isso como o ponto de partida para o marketing eleitoral.
Isso porque marketing eleitoral são as estratégias em curto prazo tanto em comunicação quanto em divulgação instantânea durante o pleito. São as peças e produtos elaborados para literalmente vender a imagem dos candidatos. Pode ser feito destaque a sua carreira política e social (como é o caso dos demais citados na matéria), mas não se prende nisso para conquistar a atenção e a confiança do eleitor. O que vale é somente o agora e como isso é feito.
Quando a Imagem é Tudo
Guga Fleury

Diferente da candidata do PMB, o candidato Wellington do Curso (PP) aposta no investimento de campanha para promover uma boa imagem e conquistar a Prefeitura de São Luís. Isso porque o marketing político de sua campanha está por conta de Guga Fleury, marqueteiro de renome em instância nacional que já trabalhou com diversos políticos.

Na lista políticos que já tiveram consultoria feita por Guga Fleury estão nomes como os já falecidos Clodovil Hernandez e o ex-Presidente da República Itamar Franco. Completam a lista: Frank Aguiar, Gilberto Kassab, Jean Wyllys, José Agripino, Romário, Tarso Genro e até mesmo a Prefeitura de São Luís em outras oportunidades.
Para Wellington do Curso a agência de Guga Fleury aposta na imagem de bom gestor criada pelo desempenho á frente do seu cursinho preparatório. É nessa ideia de manutenção e adequação de imagem pública que está sustentada toda a campanha.
A coordenação de campanha de Wellington, por telefone, disse que todas as estratégias de marketing ficam por conta da agência que tem sedes em Brasília e em São Paulo com a produção de materiais feitos por produtoras da capital maranhense.
VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Mais Notícias