ELEIÇÕES 2016

Campanhas não despertam o interesse do eleitorado maranhense

Próximo às eleições, campanhas não empolgam o eleitorado maranhense. Explicação pode ser o desgaste da classe política

No próximo dia 2 de outubro, quase 660 mil eleitores irão às urnas em São Luís para participar das eleições no primeiro turno e escolher o nome daquele que vai comandar os destinos da cidade nos próximos quatro anos. São nove os candidatos que disputam a Prefeitura de São Luís: Cláudia Durans (PSTU), Edivaldo Holanda Júnior (PDT), Eduardo Braide (PMN), Eliziane Gama (PPS), Fábio Câmara (PMDB), Rose Sales (PMB), Valdeny Barros (PSOL), Wellington do Curso (PP) e Zeluís Lago (PPS).
Concorrem a uma das 31 vagas para a Câmara Municipal, 665 candidatos. Uma campanha ainda mais acirrada, onde cada voto fará a diferença.
As propagandas eleitorais em rádio e TV começaram a ir ao ar no dia 26 de agosto e já estão numa fase decisiva, com encerramento no fim deste mês, no dia 29. Os partidos neste ano tiveram tempo reduzido com apenas dois blocos no rádio e na televisão, com 10 minutos cada.
Embora a campanha política no Rádio e TV seja uma das melhores formas do eleitor conhecer as propostas e escolher seus candidatos, em São Luís, parece que não conseguiu chamar a atenção da população. A reportagem de O Imparcial percorreu o Centro de São Luís e constatou que a maioria dos entrevistados nunca assistiu ou ouviu nenhum programa eleitoral nestas eleições.
A dona de casa Neoci Bernardo Padinha, de 69 anos, afirmou que nunca assistiu e nem vai assistir os programas. “Eles mentem muito, dizem que vão fazer uma coisa e na hora não cumprem, então a gente não gosta mais dos políticos. Por isso, a gente não acredita mais em nenhum. Hoje em dia eles passam beijando as pessoas, abraçando, quando chegam em casa vão se banhar, se lavar com álcool”, finalizou indignada.
O estudante John Watanabe, de 18 anos, não assiste aos programas “porque tudo é a mesma coisa, todo tempo eles prometem e não mostram nada e a gente acaba desiludindo, não temos interesse nenhum em assistir às coisas do horário político”, explicou o jovem.
Se a maioria das pessoas ouvidas não tem interesse nas propostas dos políticos, para outras, assistir à propaganda eleitoral faz toda a diferença na hora do voto. Com apenas 16 anos, a estudante Thaise Everton Carvalhal tem essa consciência. Ela foi a única a afirmar que não perde os programas, dizendo que, quando seu pai quer mudar de canal, ela pede para continuar assistindo.
“Gosto muito, eu acho muito importante, enquanto sociedade, que a gente entenda e observe o que os políticos têm para nos oferecer, porque muitas vezes a gente se arrepende depois. E é justamente por conta disso, para conhecer as propostas e para votar com todo conhecimento, que eu assisto sempre, não perco”, finalizou sorridente.
Motivos
Para entender essas motivações, a reportagem de O Imparcial conversou com o cientista social Diogo Neves. Ele explicou que a resposta para este desinteresse reside em duas dimensões. “Primeiro, a população não recebeu educação política, deveria ser inclusive uma disciplina constando na grade do ensino médio e fundamental público, você só gosta daquilo que conhece”.
Neves comentou também o desgaste da classe política. “O político de hoje não está sendo recrutado entre os cidadãos comuns, mas, sim, entre as famílias tradicionais que tomaram conta do sistema. Hoje existe a mercantilização da política, o cidadão comum se transforma em um mero expectador, que assiste e não participa, é uma política excludente, por isso, tanto desinteresse”, explicou o cientista.
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