IMBRÓGLIO

“O que a praça interfere?”, questionam defensores da praça do Cruzeiro do Anil

Comunidade do Cruzeiro do Anil se une em manifestação pelo “Abraço da Esperança e da Paz” em defesa da praça e do cruzeiro centenário

(foto: Pascom/ Igreja São Sebastião)

Na manhã deste domingo (17), os moradores da Comunidade do Cruzeiro do Anil, em São Luís, protagonizaram um ato de significativa importância cultural e histórica. Sob o título “Abraço da Esperança e da Paz”, centenas de residentes, vestidos com camisas brancas, se reuniram em frente à icônica igreja católica São Sebastião, no bairro, em um ato de apoio à preservação da praça e do cruzeiro que há tempos marcam a identidade e a história do Cruzeiro do Anil.

A mobilização contou com a presença de representantes locais, incluindo membros da União de Moradores do Cruzeiro do Anil, lideranças da igreja católica e da paróquia Nossa Senhora da Conceição do Anil, além de representantes de igrejas evangélicas e de umbanda, bem como diversos moradores conscientes da relevância histórica, religiosa, cultural e social que a praça de São Sebastião e o cruzeiro representam para o bairro.

No intervalo das falas, entoaram-se cânticos que ecoavam pela praça, unindo ainda mais os presentes em um clima de espiritualidade e resistência.

(foto: Pascom/ Igreja São Sebastião)
(foto: Pascom/ Igreja São Sebastião)

A programação do evento foi marcada por diferentes intervenções que endossaram a causa, entre elas, as palavras da atual coordenadora da igreja São Sebastião, Leila Fonseca. “Hoje, a Comunidade expressou sua esperança e sua busca pela paz, reunindo-se em torno de nossa praça, que foi ameaçada de ser removida pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), por meio da Prefeitura de São Luís”, disse ela. “Nos unimos em oração, pedindo para que o Senhor Jesus sensibilize aqueles que pretendem remover parte da praça e o cruzeiro, um marco centenário que dá nome ao nosso bairro.”

Gilvana Cardoso, vice-presidente da União dos Moradores do Cruzeiro do Anil, também expressou a preocupação da gestão local em relação à possível intervenção da prefeitura na praça. “Não concordamos com a diminuição da acessibilidade de crianças e idosos que frequentam a região. É inconcebível deixar como está ou intervir no marco histórico do bairro que possui apenas esta praça como meio de vivência”, afirmou.

(foto: Pascom/ Igreja São Sebastião)

A ex-vice-prefeita da cidade, ex-deputada estadual, ex-vereadora e atual secretária de Estado de Políticas Públicas para as Comunidades, Helena Duailibe, demonstrou sua solidariedade à comunidade do Cruzeiro do Anil ao participar do ato. “Não se pode destruir a história das pessoas, das comunidades. Eu entendo que na verdade se constrói coisas melhores, não se destrói algo que pertence à comunidade. Para se fazer estudo, é preciso antes ouvir a comunidade. É inaceitável que deixemos isso acontecer. Estou solidária com essa ação, que não é somente da igreja católica, mas de toda a comunidade do Cruzeiro do Anil, mostrando nossos direitos para não permitir que esse absurdo aconteça.”

Tereza Cardoso, uma moradora antiga do Cruzeiro do Anil, ressaltou a importância histórica do cruzeiro, mencionando sua presença no bairro desde sua chegada em 1974. Ela expressou sua oposição à remoção do monumento, enfatizando que é onde a comunidade se reúne e convive. Tereza enfatizou a esperança de que a prefeitura de São Luís resolva a situação sem prejudicar a comunidade, especialmente ao arrumar a avenida adjacente. Sua participação no ‘Abraço da Paz’ demonstra a determinação coletiva em proteger o espaço que é vital para a identidade e convivência da comunidade.

(foto: Pascom/ Igreja São Sebastião)

Ao final do evento, os presentes cantaram a oração de São Francisco e rezaram a invocação do Espírito Santo sob a liderança do pároco da Paróquia do Anil, Frei Pablo Portilho, simbolizando um grande abraço ao redor da praça e do cruzeiro, todos de mãos dadas. Este gesto coletivo evidenciou a união e a determinação da comunidade em proteger seu patrimônio histórico e cultural.

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