Decisão

TSE rejeita ação contra Bolsonaro por abuso de poder em ‘live’ nas eleições de 2022

Por unanimidade, ministros entenderam que não ficou comprovado que transmissão tenha ocorrido nas dependências do Palácio do Planalto.

Ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

Em uma decisão unânime, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou a Ação de Investigação Judicial Eleitoral apresentada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) contra Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto, alegando abuso de poder político e conduta vedada durante a campanha das Eleições 2022.

O PDT argumentou que Bolsonaro teria desviado o propósito de um bem público ao supostamente realizar uma transmissão ao vivo nas instalações do Palácio do Planalto em 18 de agosto do ano anterior.

O partido alegou que essas transmissões ao vivo teriam feito uso dos recursos e mobiliário do edifício público, incluindo a presença de um intérprete de Libras custeado pelo erário.

Os ministros, ao seguir o voto do relator e corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, decidiram que não foi comprovado que a mencionada transmissão ao vivo ocorreu nas áreas privativas do Palácio do Planalto, e que os serviços do intérprete de Libras custeados pelo governo não foram utilizados na transmissão.

Aqui está o resumo dos votos de cada ministro:

  • Benedito Gonçalves (relator): Rejeitou as objeções da defesa e enfatizou que não foi demonstrado onde exatamente a transmissão foi realizada, pois não havia símbolos da República ou outros indicativos que pudessem dar vantagem ao candidato. Ele concluiu que o PDT não conseguiu provar o uso da estrutura da Administração Pública.
  • Raul Araújo: Acompanhou integralmente o voto do relator e elogiou sua decisão.
  • Floriano de Azevedo Marques e Ramos Tavares: Concordaram com o relator, com algumas divergências na argumentação.
  • Nunes Marques: Votou de acordo com o relator e afirmou que não encontrou evidências de irregularidades nos autos, destacando a falta de tipicidade.
  • Cármen Lúcia: A vice-presidente do TSE seguiu o voto do relator para julgar a ação como improcedente, acrescentando observações sobre a complexidade de lidar com conceitos introduzidos após a legislação, especialmente em relação a atos públicos. Cármen Lúcia também enfatizou a ausência de uso, aproveitamento ou abuso de símbolos e insígnias estatais que pudessem indicar abuso de poder.
  • Alexandre de Moraes: O presidente do TSE seguiu integralmente o voto do relator, destacando a ausência de provas robustas de que a live de 18 de agosto do ano anterior tenha ocorrido no Palácio do Planalto. Ele observou que, no caso em questão, o então presidente e candidato à reeleição não exibiu símbolos da República nem tentou utilizar seu cargo para obter votos ou influenciar o pleito futuro.

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