TRAGÉDIA DE ALCÂNTARA

Explosão do VLS-1 completa 20 anos

A tragédia causou a destruição da plataforma de lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara, do foguete brasileiro VLS-1 V03 e a morte de 21 técnicos que trabalhavam no foguete

O acidente aconteceu no início da tarde do dia 22 de agosto de 2003, deixando um amontoado de ferro retorcido - (foto: reprodução)

O acidente de Alcântara, também conhecido como tragédia de Alcântara, completa 20 anos nesta terça-feira (22). O episódio foi provocado pelo acionamento não-planejado de um propulsor, segundo inquérito policial.

A tragédia causou a destruição da plataforma de lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara, do foguete brasileiro VLS-1 V03 e a morte de 21 técnicos que trabalhavam no foguete.

Era a terceira vez que se tentava lançar o VLS-1, com o objetivo de colocar, em órbita, o microssatélite meteorológico SATEC do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o nanosatélite UNOSAT da Universidade do Norte do Paraná (UENP). As duas primeiras tentativas ocorreram nos anos 1997 (quando o foguete caiu no Oceano Atlântico) e 1999 (quando foi destruído de forma remota devido a uma chama na parte superior do bloco do segundo estágio).

Nomeada Operação São Luís, a missão começou com o transporte de materiais para o foguete no dia 23 de agosto de 2002. No dia 2 de julho, foi realizada uma vistoria no equipamento, que não encontrou nenhum problema. Com isso, os satélites foram transportados para o foguete no dia 30 de julho. O lançamento do VLS-1 estava programada para o dia 25 de agosto de 2003, mas, três dias antes, aconteceu o acidente.

Segundo informações do Circuito Fechado de TV da Torre Móvel de Integração, o acidente aconteceu às 13h 26min 06s (horário de Brasília). Uma ignição não-planejada destruiu o veículo de lançamento enquanto estava na plataforma do CLA. Em menos de 10 segundos, a torre foi tomada pela fumaça e pelos gases aquecidos até 3000º C. Cinco minutos depois, a torre virou um amontoado de ferro retorcido. 21 pessoas morreram. Elas foram identificadas através de lista de chamada e pelos restos mortais, que foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML).

O episódio ainda ficou marcado pela infeliz declaração do então presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Luiz Bevilacqua, que, ao ser informado do acidente pela imprensa, disse que a explosão que ocorreu “só se for um foguete de São João”. A declaração foi dada em evento sobre o acordo firmado entre o Brasil e a Ucrânia para uso da base de Alcântara.

Um inquérito policial foi instaurado para identificar as causas do acidente. As investigações contaram com a ajuda de seis técnicos da Agência Aeroespacial Russa, que identificaram evidências de espionagem, mas não concluíram se houve sabotagem ao foguete. Os investigadores concluíram que o acidente foi provocado pelo acionamento não-planejado do propulsor A.

A reconstrução da torre de integração custou aproximadamente R$ 10 milhões. A torre de lançamento foi concluída e entregue em 2012, mesmo ano em que foi feito um teste com uma maquete do VLS-1. No entanto, o programa foi encerrado em 2016.

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