Igreja celebra festa para São João Paulo II

Neste sábado, dia 22 de outubro, São João Paulo II, o papa pop que virou santo tem sua memória celebrada pela igreja católica na capital maranhense.

João Paulo II foi aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX. (Foto: Reprodução)

Neste sábado, 22 de outubro, a Igreja celebra a memória litúrgica de São João Paulo II, que faleceu no dia 2 de abril de 2005. O seu pontificado foi um dos mais longos da história da Igreja, quase vinte e seis anos como bispo de Roma.

Entre as marcas que ficaram de sua figura, estão seu carisma e grande poder de comunicação, seu senso de conciliação, a canonização de 482 santos, e a famosa teologia do corpo, em que defendeu os valores da família e a dignidade de todo ser humano dentro do amor de Deus.

Para Dom Gilberto Pastana de Oliveira, arcebispo de São Luís, um dos fatores que contribuíram para a popularidade do pontífice foi justamente seu carisma. “Ele era muito carismático, ele lia o semblante das pessoas, a profundidade de seu pensamento, de um modo especial ele sabia se comunicar com os jovens. O gesto dele chegar nos países e beijar o chão cativava toda a população dos lugares. Ele conseguia penetrar no coração das pessoas”, relata.

Karol Jozef Wojtyła nasceu em 18 de maio de 1920, em Wadowice, na Polônia. Era o filho mais novo de um oficial do exército polonês, Karol Wojtyla e de Emilia Kaczorowska. Sua mãe faleceu quando ele tinha oito anos. Três anos mais tarde perdeu o irmão mais velho, e o pai aos 21 anos. Em 1942, em meio a Segunda Guerra Mundial, ele entrou para um seminário clandestino, com intenção de estudar filosofia, em Cracóvia, na Polônia.

Quatro anos mais tarde foi ordenado padre pelo cardeal Adam Sapieha. Por cerca de doze anos, Karol Wojtyla teve sua vida dividida entre os estudos, ética social e teologia. Em 1964, tornou-se arcebispo de Cracóvia, e em 1967 passou a ser cardeal, por indicação de Paulo VI.

Em agosto de 1978, o papa João Paulo I morreu 33 dias após ser eleito como pontífice, ocasionando assim um segundo conclave naquele ano, dessa forma Karol Wojtyla tornou-se o primeiro papa não italiano em 455 anos. Com 58 anos de idade, é ainda o segundo mais novo a ocupar o cargo, atrás apenas do papa Pio IX.

Durante seu papado João Paulo II, teve um papel fundamental na diplomacia, em um momento que o mundo era dividido entre a chamada Guerra Fria, entre Estados Unidos e União Soviética. Ao mesmo tempo, o Santo Padre, desempenhou forte papel social e ficou conhecido ainda como “o papa pop”. Ele foi o primeiro a ter todos os seus passos acompanhados pela imprensa.

Segundo Dom Gilberto Pastana de Oliveira, “o maior legado de São João Paulo foi o caráter missionário de seu pontificado, ele deu abertura da igreja para o mundo, foi um papa que visitou muitos países e culturas. Então, ele é o papa que sai do Vaticano e vai ao encontro de suas ovelhas em cada contexto cultural. Também apontaria as suas encíclicas socias, quando esteve aqui no Maranhão ele falou sobre reforma agrária, dos lavradores e da defesa da terra”, relembra.

Atentados contra o pontífice e vinda a São Luís

Em 1991, o papa João Paulo II realizou uma missa em solo maranhense em outubro daquele ano, realizada no Aterro do Bacanga. (Foto: Reprodução)

O papa sofreu duas tentativas de assassinatos. A primeira ocorreu em 1981, em que João Paulo II foi baleado e gravemente ferido por um atirador turco, enquanto discursava em uma audiência na Praça de São Pedro, no Vaticano.

A segunda tentativa aconteceu em 1995, nas Filipinas, durante a Jornada Mundial da Juventude. O atentado foi arquitetado pelo grupo terrorista Al-Quaeda. O plano foi descoberto pela polícia local que prendeu vários envolvidos, ocasionando o fracasso da tentativa.

Em 2005, já com a saúde deteriorada em virtude da doença de Parkinson, faleceu em 2 de abril. Uma das consequências da ampla exposição midiática que teve durante os 26 anos à frente da Igreja Católica, é que a sua decadência física foi muito explorada, o público acompanhava o seu sofrimento sempre que aparecia em eventos durante os últimos anos da sua vida.

Já no seu funeral, as multidões gritavam “santo súbito” ou santo imediatamente. O processo de beatificação foi iniciado pelo papa Bento XVI e a cerimônia de canonização ocorreu em 27 de abril de 2014. Sua festa litúrgica é celebrada em 22 de outubro, data escolhida pelo Papa Francisco, em homenagem a primeira missa celebrada por João Paulo como pontífice.

Vindas ao Brasil e a São Luís

O Santo Padre veio ao Brasil em quatro oportunidades, e em três delas como visitas oficiais. A primeira delas em 1980, numa viagem que durou 12 dias, em passou por várias cidades como Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife, Manaus, Teresina, entre outras.

Visitou o presídio da Papuda, subiu os morros da favela dos Alagados, em Salvador, e visitou doentes.

A segunda vez que passou pelo Brasil foi em 1982, em visita não-oficial no qual realizou um discurso em uma escala de seu voo no Rio de Janeiro, que tinha como destino a Argentina.

Ao desembarcar aqui em 1991, participou do encerramento do Congresso Eucarístico Nacional, plantou árvores e visitou a Irmã Dulce, que já se encontrava com a saúde debilita naquela ocasião. 

Foi também nessa visita que ele passou por São Luís, e celebrou uma missa em solo maranhense em outubro daquele ano, realizada no Aterro do Bacanga. A chegada de João Paulo II, agitou a cidade e sua recepção foi feita por um grande número de fiéis que o aguardavam já no aeroporto.

Segundo Dom Gilberto, “das vezes que João Paulo esteve no Brasil, infelizmente, não tive essa possibilidade. Mas eu tive essa alegria de encontra-lo umas três vezes em Roma, o primeiro deles foi em 1990, quando estava fazendo mestrado em teologia”.

A terceira de última vinda ao país aconteceu em outubro de 1997, em que participou do II Encontro Mundial das Famílias, no Rio de Janeiro, e condenou o divórcio e o uso de métodos contraceptivos.

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