ECONOMIA

Guedes e Bolsonaro querem que supermercados “congelem” preços

Durante evento nos EUA, presidente pediu para os empresários do setor que “tenham o menor lucro possível”.

Consumidor leva cada vez menos produtos para casa quando vai às compras. (Foto: Reprodução)

Em meio a alta inflação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu aos donos de supermercados que dêem “um freio na alta dos preços”. A declaração ocorreu durante o 2° Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) – ESG, nesta quinta-feira (9).

“Eu encerro reforçando o pedido, que é o seguinte: agora é hora de dar um freio nessa alta de preços. É voluntário, é para o bem do Brasil. Da mesma forma que os governadores têm que colocar a mão no bolso e ajudar o Brasil, o empresariado brasileiro tem que entender o seguinte: devagar agora um pouco porque a gente tem que quebrar essa cadeia inflacionária”, disse o ministro.

Guedes ainda tentou ser otimista ao dizer que o Brasil será o primeiro a deixar a crise de inflação que assola o mundo. Por isso, ele pediu o congelamento de preços até o ano que vem. “Nova tabela de preços, só em 2023. Trava os preços. Vamos parar de aumentar aí dois, três meses. Nós estamos em uma hora decisiva para o Brasil”, frisou.

No mesmo evento, o presidente Jair Bolsonaro (PL) apelou para que empresários do setor “tenham menor lucro possível” em relação aos produtos que compõem a cesta básica e reconheceu a alta da inflação principalmente em alimentos e combustíveis.

“Hoje em dia está como vilão da cesta básica o preço do óleo de soja, temos outros produtos que subiram bastante: ovos, leite, açúcar, café. Então, é um apelo pela nossa economia, para que nós possamos, ao continuar o governo, mostrar a vocês que nós não queremos, por exemplo, revogar a reforma trabalhista”, disse.

O que dizem os varejistas

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em nota, disse que se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na terça-feira (7) e apresentou as seguintes propostas:

  • Isenção de impostos dos produtos da cesta básica
  • Desoneração da folha de pagamento

Mais de 50 varejistas estavam presentes no encontro e se comprometeram a repassar ao consumidor qualquer redução que houver na cadeia produtiva.

Reajuste para servidores não vai sair neste ano

Durante a participação no evento, Paulo Guedes aproveitou para falar de outro tema polêmico: o reajuste dos servidores federais.

“O governo federal não conseguiu dar aumento de salários (existia a expectativa de aumento de 5%), mas reduziu impostos para 200 milhões de brasileiros, ao invés de ajudar só o funcionalismo, que ajudou nessa guerra. Logo ali na frente, vai ter aumento para todo mundo, vamos fazer reforma administrativa. Mas agora está em guerra também”, disse.

O prazo para o governo federal conceder o reajuste é 180 dias antes do fim do mandato, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) consiga dar o aumento antes das eleições, ele precisa enviar uma proposta para o Congresso Nacional e tramitar nas duas Casas (Câmara dos Deputados e Senado) — ou em sessão conjunta — até 4 de julho.

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