CURIOSIDADES

Entre lendas e mistérios: conheça as histórias por trás da Ilha do Medo

Localizada a 6,2 km da Capital, o que faz a fama da ilhota são os relatos, que vão desde de pegadas de animais pré-históricos a fenômenos sobrenaturais

Foto: Reprodução / IFMA

O Maranhão é, de fato, uma terra de encantos. Desde a culinária singular até as mais originais lendas e mistérios, a terra do Bumba-Meu-Boi fascina a todos que aqui moram ou visitam. No Centro de São Luís, por exemplo, as histórias que ouvimos desde a infância parecem ganhar vida a cada noite – Ana Jansen e a serpente encantada que o digam. No entanto, os mitos que mais mexem com o imaginário de um bom ludovicense estão localizados a mais adiante, no meio do Golfão Maranhense.

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Localizada a 6,2 km da Capital, a Ilha do Medo é conhecida por suas piscinas naturais formadas durante a maré seca, cavernas, dunas, falésias, áreas de mangue e trilhas. Um verdadeiro parque de diversão para os mais aventureiros. No entanto, o que faz a fama da ilhota são os relatos, que vão desde de pegadas de animais pré-históricos a fenômenos sobrenaturais.

Já foram catalogadas 17 pegadas, sendo a maioria sem marcas evidentes de garras, exceto algumas poucas pontiagudas. Com os estudos realizados, as pegadas produzidas na ilha parecem ser, em sua maioria, atribuídas a ornitópodes, ou seja, pequenos corredores bípedes.

Segundo o historiador Antonio Noberto, a Ilha do Medo só passou a ser habitada no século XX, quando duas famílias, vindas do município de São João Batista, na Baixada Maranhense, se estabeleceram na região. Porém, o lugar recebe visitantes e – até moradores – há cerca de 200 anos.

De acordo com documentos encontrados, desde a década de 1820, a ilhota é sugerida para quarentena de navios estrangeiros trazendo suspeitos de cólera ou pessoas acometidas de hanseníase.

“Existem recomendações e avisos oficiais da Câmara Municipal e da Presidência da província à Inspeção da Saúde Pública, para que navios ingleses deixem o ancoradouro da Ilha do São Francisco (no atual Porto da Ponta da Areia, próximo ao Iate Clube) para aguardarem a quarentena na Ilha do Medo ou ao lado (hoje, a Ponta da Espera). Em meados daquele século, o Tenente-Coronel Altino Leles de Morais Rêgo mandou construir, com recursos do governo, uma casa para acometidos de lepra, que não demorou muito para desaparecer. Em 1865, foi construída na mesma Ilha uma casa de pedra, cal e telha para os coléricos (acometidos de cólera), que tempos depois também foi abandonada”, afirma o historiador.

Por volta de 1950, a Marinha do Brasil construiu um farol, com 31 metros de altura, no ponto mais elevado da ilha. O farol foi construído em peças metálicas e corpo quadrangular, montado sobre uma torre quadrada de alvenaria. A cada 15 segundos, o holofote disparava três lampejos luminosos brancos.

Foto: Reprodução

Atualmente, a ilha é povoada por algumas poucas famílias e o único acesso é por via marítima. Mas, e o nome? Por que Ilha do Medo?

“A Ilha recebeu este nome em razão do balançado das pequenas embarcações quando passavam perto da Ilha, o que provocava medo ou pavor nos ocupantes dos barcos. O açoite dos ventos nas canoas e outras embarcações é que nominaram o lugar”, completa Antonio Noberto.

A ilhota sofre com a ação intensa das marés, que podem chegar até 6,6 metros de amplitude e ondas que variam entre 0,9 m a 1,1 m de altura. As águas da região, assim como em São Luís, são barrentas e apresentam aspectos fortemente continentais, pois recebem o deságue dos rios Mearim, Pindaré, Itapecuru, entre outros na baía de São Marcos.

Devido a falta de infraestrutura (sem bar ou banheiros), o turismo na Ilha do Medo não é tão estimulado. No entanto, os turistas que visitam e conhecem o lugar costumam praticar o ecoturismo, como o camping. Mas, antes de ir, é importante entrar em contato com a comunidade local.

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