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Pesquisa aponta que tintura e alisamento de cabelo aumentam risco de câncer

Os produtos utilizados nessas técnicas contém cerca de 5.000 substâncias químicas diferentes, algumas conhecidas por serem cancerígenas

Reprodução

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos encontrou uma ligação entre o uso permanente de tintura de cabelo e produtos de alisamento com o um aumento de risco de câncer de mama, especialmente em mulheres negras. As conclusões do estudo foram publicadas nesta semana no periódico International Journal of Cancer.

Pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) analisaram dados de um projeto anterior do governo que estudava a saúde a longo prazo de mulheres saudáveis nos EUA, cujas irmãs haviam desenvolvido câncer anteriormente, apropriadamente chamado de Sister Study. Como parte do projeto, as mulheres foram questionadas sobre o uso de produtos para o cabelo nos últimos 12 meses anteriores à participação na pesquisa. Usando esses dados, eles acompanharam a saúde de cerca de 45.000 mulheres norte-americanas, entre 35 e 74 anos, durante aproximadamente oito anos.

As mulheres que relataram usar regularmente tinturas de cabelo permanentes antes do início do estudo eram 9% mais propensas do que as mulheres que não usavam tintura capilar a desenvolver câncer de mama. E as que usavam alisadores eram 18% mais prováveis — um risco aumentado que chegava a 30% para as mulheres que usavam alisadores a cada cinco a oito semanas.

Como geralmente ocorre no estudo do risco de câncer, esses tipos de pesquisas podem sugerir indiretamente apenas que algo causa câncer. Enquanto alguns estudos apontam para uma ligação entre a tintura de cabelo e o câncer, as evidências como um todo foram variadas. Uma revisão de 2018 que analisou especificamente o câncer de mama, no entanto, encontrou uma ligação positiva para produtos de tintura de cabelo.

Biologicamente falando, é certamente possível que as tinturas de cabelo causem câncer. Pensa-se que esses produtos contenham cerca de 5.000 substâncias químicas diferentes, algumas das quais são conhecidas por serem cancerígenas isoladamente.

Nosso risco de câncer também pode ser afetado por muitos fatores diferentes que amplificam um ao outro, incluindo nossa etnia.

Neste novo estudo, por exemplo, a equipe descobriu que as mulheres negras tinham um risco maior — 60% — se usassem tinturas capilares a cada cinco a oito semanas, em comparação às mulheres negras que não usavam. As mulheres brancas e negras tiveram um risco aumentado semelhante no que diz respeito aos alisadores de cabelo.

Certamente, o câncer é uma doença complicada, e poucas coisas que podem causar câncer aumentam muito o risco. Das 46 mil mulheres incluídas no estudo, por exemplo, cerca de metade relatou usar tintura de cabelo regularmente. No geral, 2.764 mulheres (cerca de 17%), desenvolveram câncer durante o estudo. Portanto, um aumento de risco relativo de 9% entre as mulheres que usavam tintura de cabelo, embora não seja insignificante, representa um aumento muito pequeno no risco absoluto.

Dadas as evidências mistas até agora, os autores afirmam que ainda é preciso fazer mais pesquisas para confirmar esta conexão. Mas é perfeitamente razoável parar de usar tintura e alisadores de cabelo se você estiver realmente preocupada. E pode haver maneiras de diminuir esse pequeno risco possível.

Os pesquisadores observam que as mulheres que têm seus cabelos tingidos e alisados profissionalmente, por exemplo, podem ter um risco aumentado menor do que aquelas que fazem isso por conta própria (pesquisas anteriores descobriram que os cabeleireiros têm risco elevado de câncer) e tinturas de cabelos mais escuras provavelmente acabam colocando usuários mais em risco por conter mais produtos químicos.

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