FEMINICÍDIO

Júri popular condena réu a 20 anos em regime fechado

O júri decidiu manter as qualificações do crime por motivo torpe e feminicídio, seguindo as recomendações do promotor de justiça. O assassino não poderá recorrer em liberdade

Foto: Reprodução

Quase um ano após assassinar a ex-mulher, Andreia Miranda Texeira, com golpes de facão e martelo, o pedreiro Ivar de Matos foi condenado a 20 anos de prisão em julgamento realizado na manhã desta sexta-feira, 13. O juri popular durou pouco mais de 2h e aconteceu sala do 1° Tribunal de Juri de São Luís.

Durante todo o julgamento, a família da vítima esteve presente. Emocionada, a irmã torcia pela pena máxima para o ex-cunhado. “Se for a pena máxima, pra mim, vai ser de muita serventia. Se for menos que isso, não vai ser feita justiça”, disse Adriana. “O mais difícil é explicar para elas duas [filhas da vítima] o que está acontecendo, elas já estão mocinhas”, ressaltou a irmã ao lembrar que Andreia deixou duas meninas, uma de 10 e a outra de 11 anos.

Homem que mata ex-mulher no Coroadinho vai a júri popular (Foto: Reprodução)

O acusado se manteve em silêncio durante apresentação dos argumentos de acusação e defesa, promovidos pela promotoria e defensoria respectivamente. Somente quando o defensor citou seus antecedentes, o criminoso chorou. Mas a atitude não comoveu membros do júri popular.

Na leitura da decisão, o juiz Osmar Gomes Santos lembrou ao acusado que ninguém julgou a pessoa Ivar, mas as ações cometidas por ele no dia do crime. “Esse tempo servirá para reflexão. Você poderá se ressocializar quando sair, agora não mais com a Andreia”, disse o magistrado.

O juiz destacou, ainda, a condição social do acusado: “Não devem ser desprezadas as oportunidades que Ivar teve ao longo de sua vida. Uma vida miserável, reduzida de instrução e deficiências pessoais que tenham impedido o desenvolvimento harmonioso da personalidade”.

A formação do Júri

O júri era composto por sete pessoas. Três, eram mulheres. Segundo a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça, todos eram funcionários públicos.

Para o promotor do Ministério Público, Luís Carlos Duarte, foi feita justiça. “O tribunal do júri aplicou de forma correta pela condenação do acusado”, ressaltou. Para ele, crimes como esses não estão sendo mais aceitos pela sociedade. “O feminicídio sempre existiu. Agora, o que está ocorrendo é que a sociedade não está mais aceitando. Vocês da imprensa estão colocando e o povo está julgando”, afirmou.

A sentença

O júri decidiu manter as qualificações do crime por motivo torpe e feminicídio, seguindo as recomendações do promotor de justiça. Com isso, a pena fixada foi de 20 anos de reclusão. Ivar não poderá recorrer em liberdade.

Entenda o caso

Leia também: Acusado de matar companheira no Coroadinho vai a julgamento

Durante rondas de policiais militares na Avenida dos Africanos, por volta das 17h, Ivar foi avistado pela guarnição ensanguentado em bicicleta, com o facão na mão. Os policiais então fizeram a abordagem e, em seguida, informaram ao Ciops do fato ocorrido, que repassou aos policiais a informação de que havia acabado de acontecer uma tentativa de homicídio no bairro do Coroadinho.

Tomando conhecimento dos fatos, a polícia então conduziu Ivar para o Hospital Djalma Marques, Socorrão I, para que fosse feito o atendimento, já que sua mão sangrava muito. Chegando ao hospital, foi constatado que o homem havia matado a esposa.

Segundo o comandante do 9° BPM, Harlan Silva, baseado em relatos dos vizinhos, o casal estava em processo de separação. Andréa teria ido até a casa dele para buscar objetos pessoais e, durante uma discussão, o homem teria atingido a mulher com os golpes de facão. A vítima deixa duas filhas, uma de 10 e outra de 11 anos – ambas são fruto da relação com o criminoso.

Após todo o procedimento realizado na unidade de saúde, Ivar de Matos foi conduzido até o Plantão da Homicídios para que fossem realizados os procedimentos legais.

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