Investigação Criminal

Prisão de Júnior do Nenzin passa de temporária à preventiva

Manoel Mariano de Sousa Filho, o Júnior do Nenzin, teve prisão preventiva decretada. Trata-se da sanção máxima que um suspeito de crime pode ter antes do julgamento

Preso, Nenzin Júnior, acusado de matar o próprio pai.

Manoel Mariano de Sousa Filho, o Júnior do Nenzin, teve prisão preventiva decretada por Iran Kurban Filho, juiz da 2ª Vara de Barra do Corda. Trata-se da sanção máxima que um suspeito de crime pode ter antes do julgamento.

Detido desde o dia 8 deste mês, em caráter temporário, Júnior é o principal suspeito de ter matado o próprio pai, Nenzin, ex-prefeito de Barra do Corda. O crime aconteceu no dia 6 de dezembro e está em fase de investigação. Enquanto isso, o acusado continua preso em São Luís à disposição da justiça.

Os outros dois suspeitos de estarem envolvidos na morte de Manoel Mariano, Nenzin, não tiveram a prisão temporária convertida em prisão preventiva. O vaqueiro da fazenda de Nenzin, Luzivan Rodrigues, mais conhecido como Luizão, deve ser liberado nesta quarta-feira, pois segundo informações do Delegado Renilton Ferreira, não foram encontrados indícios de participação direta de Luizão no crime.

Já Francisco David Correia de Freitas, o David, amigo de Júnior e suspeito de tê-lo ajudado na fuga, continuará preso durante as investigações.

Conheça o perfil de Júnior do Nenzin

A suposta motivação do crime: furto de gados

O furto dos gados na fazenda de Nenzin vinha acontecendo há longo tempo. Segundo informações, Mariano Filho, com ajuda do vaqueiro Luizão, era o principal responsável. Ele vendia gados para pagar dívida de sua campanha política.

No dia do crime, Nenzin voltava à fazenda para conferir o número de gados. Das 635 cabeças, restavam apenas uma média de 60. Sumiço de praticamente 600 cabeças de boi, que seria detectado naquela manhã.

Sabendo da visita para contagem de bois, o vaqueiro Luizão teria entrado em contato com Mariano Filho e informando que não levaria a culpa sozinho. Estava disposto a contar a Nenzin sobre a autoria do filho.

Investigações 

Em primeiro depoimento à polícia, Mariano Filho disse ter parado o veículo, no percurso da fazenda, para que seu pai pudesse fazer necessidades fisiológicas. Ao descer do veículo, de costas, Nenzin teria sido alvejado com tiro, disparado à longa distância, e caído entre o console do carro e os braços do filho. Ainda de acordo com o relato, antes de morrer, a vítima teria gritado: “Mariano”.

Com o pai baleado dentro do veículo, Mariano teria seguido para casa do amigo advogado em busca de socorro. “Não há lógica da pessoa com pai baleado, morrendo em seu colo, procurar por um advogado. A lógica é correr atrás de um profissional da saúde. O pai estava sangrando”, retrucou o delegado ao questionar a versão contraditória do depoimento.

Com o amigo advogado conduzindo o veículo, os três teriam seguido para o hospital e, no caminho, Mariano Filho teria pedido para passarem pelo comitê para a troca de condutor. O amigo desce do veículo e a direção é assumida pelo motorista particular de Mariano. Após a troca, seguiram para a UPA: Mariano, o motorista e o pai baleado.

Segunda Versão

De acordo com o delegado, Mariano Filho se contradisse ao dizer que nem sequer ouviu o disparo que atingiu seu pai.

Resultado da Perícia

Ao analisar o cadáver de Nenzin, a perícia constatou que se tratava de tiro disparado à queima-roupa, a cerca de 15cm de distância do corpo da vítima, e não a longa distância, como havia declarado Mariano Filho em primeira versão.

Segundo os médicos que fizeram os primeiros atendimentos a Nenzin na UPA, ele já teria chegado à Unidade de Pronto Atendimento sem sinais vitais. Ao que parece, embora grave, ainda teria dado tempo de socorrer a vítima, se Mariano não tivesse ficado rodando com o veículo, como mostraram câmeras de segurança no local do crime.

“Desconfiamos do intervalo entre o disparo e o atendimento médico e constatamos, de acordo com câmeras de segurança que filmaram o percurso do carro, que, possivelmente depois do disparo, ele ficou rodando com a vítima dentro do carro”, afirmou o delegado.

Fuga e Apreensão 

Mariano Filho teve conhecimento do mandado de prisão, contra ele expedido, durante a missa do pai, antes do sepultamento, e fugiu. As equipes de polícia civil e militar de Barra do Corda passaram a noite em buscas e, na manhã do dia 8, o acusado foi preso em uma residência ainda não especificada.

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