Eleições 2018

Zé Reinaldo acredita ser a sua vez no Senado

Em entrevista exclusiva a O Imparcial, deputado federal confirmou sua candidatura ao senado e falou sobre projetos para o desenvolvimento do Maranhão

Reprodução

O deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) confirmou, durante entrevista a O Imparcial, que é candidato ao Senado em 2018 e que este é um caminho irreversível. O parlamentar afirmou que está preparado para este novo desafio político. E que para isso conta com o apoio do povo maranhense, da classe política e do governador Flávio Dino. Além da disputa a uma das vagas ao Senado Federal, José Reinaldo Tavares fez uma rápida análise sobre o seu desempenho na Câmara e falou ainda sobre outros assuntos como Reforma da Previdência; modernização e revitalização do Programa Espacial Brasileiro; como anda a sua relação com o governador Flávio Dino e o grupo Sarney e seus planos políticos para o desenvolvimento do Maranhão. Confira, abaixo, os principais pontos da entrevista com o deputado federal José Reinaldo Tavares a O Imparcial.

O Imparcial – O senhor fala com entusiasmo com relação a Temer. O senhor acha que ele vai conseguir recuperar a economia brasileira mesmo com o desgaste político?

José Reinaldo Tavares – Eu acredito que ele vai reverter essa situação. O projeto dele está todo definido. E a prioridade é consertar a economia brasileira. Isso ele tem que fazer. Nós não podemos mais conviver com 12 milhões de desempregados, com a economia parada, e este é o quadro que se vê. Já caiu a inflação. Já aprovamos o teto para os gastos públicos. E agora está em pauta a reforma da previdência que vai ter que ser feita. E depois virá a reforma tributária. De forma que a agenda do Michel Temer é a agenda mais importante do Brasil neste momento, apesar de não ser uma agenda popular.

A nova proposta da Lei da Reforma da Previdência nivela todos os aposentados, só que no Brasil há uma desigualdade regional sobre a expectativa de vida. Como é que essa situação pode ser colocada em forma de um termo único?

Os dados do IBGE já mostram que há quase um crescimento homogêneo na longevidade da população brasileira. Outros países do mundo adotaram de 65 anos e o Brasil continua com a idade de 58. Então não há como pagar. Só para você ter uma ideia, em 2016, o rombo da previdência foi de R$ 400 bilhões. Os novos pagam para os aposentados mais velhos, mas só que todos nós é que estamos pagando esse rombo. Se deixarmos, o rombo chegará, em 2060, a mais de a mais de R$ 1, 5 trilhão.

O senhor acha que ainda há possibilidade de aprovar outras reformas como as regras eleitorais?

Hoje não pode haver mais financiamento privado de campanha eleitoral. Essa foi uma decisão do STF. Só que uma campanha eleitoral tem custo. A única saída que eu vejo, é que estamos caminhando para os fundos partidários que estão recebendo um recurso maior em face do custo das eleições. Se você tem 32 partidos ou mais, porque tem uma fila enorme de pessoas querendo fundar um, porque tem direito ao fundo partidário e é visto como um negócio. Eu vejo que é impossível ter governabilidade com tantos partidos. E isso, a presidente Dilma sentiu na pele. O governo dela caiu muito em decorrência disso também.

Então qual seria a saída para esta situação?

A saída seria diminuir esse número de partidos. O partido teria que ter um percentual de votos em vários estados, e um total nacional de 2% a 3%. Se eles não alcançarem este percentual, os deputados que forem eleitos não perderiam seu mandato. Eles poderão fazer uma associação de partidos pequenos que funcionaria como um partido único. O partido tem que ter voto para estar no Congresso.

Como o senhor analisa o seu desempenho na Câmara?

Eu acredito que estou muito bem na Câmara. Como deputado eu trouxe projetos importantes para o Maranhão, como a proposta de instalação do ITA, a criação da Frente Parlamentar para a Modernização e Revitalização do Centro de Lançamento de Alcântara, pois eu acredito que nós precisamos ter o nosso programa espacial que neste momento encontra-se parado. Estamos viabilizando a revitalização da refinaria em Bacabeira e a instalação de um polo petroquímico que pode ajudar no desenvolvimento do estado.

O ano de 2017 é um ano de preparação para as eleições de 2018. O senhor é candidato ao senado ou vai concorrer novamente à câmara?

Eu acredito que esteja fazendo um trabalho razoável como deputado federal e estou horando os votos que eu tive. A força que o Senado dá a cada senador é desproporcional aos deputados. Eu acredito que como senador, posso ajudar muito o Maranhão. Eu acho que o Senado ainda não deu a contribuição que deveria dar ao estado, mais ainda há tempo. E é por isso que eu vou disputar uma cadeira do Senado que eu já abri mão várias vezes. A primeira foi em 2006. Na eleição do Jackson Lago eu tive uma votação garantida para o Senado. E depois na composição partidária em torno da campanha do governador Flávio Dino eu tive que abrir mão de novo para não desmanchar o grupo. Agora chegou a minha vez de pleitear uma vaga.

Existe a possibilidade da ex-governadora Roseana Sarney concorrer a uma das vagas ao Senado. Como o senhor analisa esta situação?

Toda eleição para o Senado é complicada independente dos candidatos. Roseana certamente é uma candidata forte. Não sei porque ela não quis ser eleita como senadora, pois ela seria na última eleição. Eu sou municipalista, e quando eu fui governador ganhei grandes amigos dentro da classe política, entre eles o meu querido Cleomar Tema, que foi eleito presidente da Famem, e declarou que o candidato sou eu e mais um. É um apoio importantíssimo. É um representante da classe política se posicionando. Eu quero ser um senador que tenha por parte do povo e por parte da classe política um apoio para servir de base para a minha candidatura. E isso está ao meu alcance.

E os senadores João Alberto e Edison Lobão vão entrar nesta corrida novamente para o Senado?

O que eles tem me dito, é que já não estão com vontade de disputar uma nova eleição para o Senado. Acredito que com isso, o circulo ficará mais restrito.

E como está hoje a sua relação com o governador Flávio Dino. Ela continua a mesma do início do governo dele ou houve um distanciamento?

Eu nunca briguei com o Flávio. Ele queria que eu votasse contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas eu não podia fazer isso. Eu expliquei as minhas razões, inclusive durante a votação. Eu fiz uma mensagem a ele sobre esse sentido. Teve um certo esfriamento naquele momento, mas nunca tivemos nenhuma briga, nenhum problema. Eu admiro o governador Flávio Dino. Eu acho que ele está fazendo um trabalho muito bom.

Quais as ações que o senhor destacaria hoje do governo Flávio Dino que pode levá-lo a uma possível reeleição nesse momento?

Ele tem se esforçado muito para fazer uma boa administração nas áreas da educação e da saúde onde tem feito de tudo para atender melhor à população. E na parte da infraestrutura, ele tem realizado obras importantes em um momento de enorme dificuldade para todo governador. Eu sei de pelo menos 12 governadores que não estão pagando o seu pessoal. Enquanto isso, Dino continua pagando. Acho isso muito importante, de forma que eu não tenho nenhuma dúvida com relação à habilidade do Flávio como governador.

O senhor ainda tem algum tipo de proximidade com o grupo Sarney?

Eu fiz um artigo há algum tempo atrás dizendo que nós devíamos nos reunir em um pacto pelo Maranhão. Nesse artigo, eu propus que deveríamos reunir toda a classe política que tivesse poder em nome de cinco projetos para o Maranhão. Não era uma barganha política. Não envolvia cargos. Isso foi mal entendido aqui no Maranhão. Mas pelo que eu sei o Sarney gostou da história. O governador não deu muita trela, e acabamos não fazendo o pacto. Eu acho que o Sarney não quer prejudicar o Maranhão. Quando eu falo isso, fica todo mundo brabo comigo. O governo não gosta que eu fale isso. O Sarney está numa idade hoje que quer ser reconhecido. O problema do Maranhão não é o Sarney. O problema do Maranhão é a pobreza. São as dificuldades e os problemas que todos nós já conhecemos e que não adianta a gente estar repetindo aqui. Essa é a agenda que temos que enfrentar. Se nós nos uníssimos, pacificaríamos o estado. Eu fui para o Congresso e disse: “Eu vou unir a bancada”. Pela primeira vez unimos os 18 deputados federais. A bancada unida pode trabalhar e ajudar o Maranhão.

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