POLUIÇÃO

Rede de esgoto é a maior poluidora das praias da Grande São Luís

Especialistas afirmam que parte deste problema é consequência das condições precárias no funcionamento da rede de esgoto em São Luís.

Dos 22 pontos de coletas nas praias da Ilha, 15 estão impróprios para banho. (Foto: Reprodução)

O mais recente laudo de balneabilidade das praias da região metropolitana de São Luís, no  período de 5 de setembro a 3 de outubro, apontou que dos 22 pontos de coleta, 15 estavam impróprios para banho.

O trabalho, realizado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão, integra a série de acompanhamento semanal das condições de balneabilidade das praias da Ilha, que compreende os municípios de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.

De acordo com o laudo, os únicos pontos que estavam próprios para banho estavam nas praias Ponta d’Areia, São Marcos e Calhau (em São Luís), Araçagy (em São José de Ribamar) e Praia Olho de Porco (na Raposa).

Na Ponta d’Areia (em frente à rampa de acesso à praia, lado direito do Praia Mar hotel; e em frente ao Centro de Atendimento ao Banhista na Praça do Sol); Na Ponta do Farol (em frente ao Farol e Forte de São Marcos); Praia do Calhau (em frente à Estação Elevatória de Esgoto  da CAEMA e Círculo Militar); Praia do Araçagy, em São José de Ribamar (em frente à rampa principal de acesso à praia); e na Praia Olho de Porco, na  Raposa (última barraca antes da foz do igarapé do Mangue Seco/Olho de Porco).

Mas por que ocorre essa poluição? O que precisa ser feito para que de fato as praias sejam limpas, livres de qualquer tipo de poluição, o que é um risco para banhistas e para a vida marinha?

Para o Doutor em Oceanografia, professor da Universidade Federal do Maranhão, Jorge Luiz Silva Nunes, os laudos de balneabilidade estão aí para provar a gravidade da situação. “Muitos trabalhos mostram a contaminação de espécies marinhas por metal. Os estudos com bactérias e fungos mostram resultados preocupantes também. Como reverter o quadro? Realmente é uma pergunta daquelas que a humanidade sempre fez desde a consciência da sua razão. O meu ponto de vista é que já deveríamos estar fazendo muito para melhorar. O pronto em que nós nos encontramos está bem difícil de solucionar”, lamentou ele.

Especialistas afirmam que parte deste problema é consequência das condições precárias no funcionamento da rede de esgoto em São Luís. Segundo o Instituto Trata Brasil, os sistemas de saneamento e distribuição da capital maranhense são muito deficitários.

Pouco mais da metade (50,4%) da população de 1,1 milhão de habitantes não possui coleta de esgoto.

Para o professor Jorge Nunes, o básico está sendo deixado de lado há pelo menos 40 anos. “O que fazemos hoje não é o suficiente para o início das grandes mudanças que tivemos. Agora tudo é muito caro e como moramos em um estado muito pobre, certamente não tem sido negligenciado sob desculpas de questões mais urgentes. Precisamos de uma estruturação qualificada e permanente de órgãos do meio ambiente. Os projetos existentes são paliativos e de curto prazo. Toda vez que muda a administração pública começamos um novo ciclo que finaliza sem resultados. Os resultados em meio ambiente são a longo prazo e em quatro anos nada acontece”, argumenta.

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