ESPORTE

Público menor preocupa dirigente de clubes maranhenses

O campeonato está chegando ao fim – restam apenas dois jogos –, e as rendas foram decepcionantes. Em algumas ocasiões, as agremiações pagaram para jogar

Sampaio Corrêa.

A queda (cada vez maior) de público nos estádios de futebol vem aumentando a preocupação de dirigentes dos clubes maranhenses. O campeonato está chegando ao fim – restam apenas dois jogos –, e as rendas foram decepcionantes. Em algumas ocasiões, as agremiações pagaram para jogar. Com isso, o prejuízo aumentou e comprometeu até mesmo as despesas mais comuns com fornecedores. A situação só não atingiu mais violentamente as finanças dos participantes porque muitos deles abriram mão das tradicionais concentrações nas vésperas dos jogos.

Sampaio Corrêa e Moto, dois clubes de maiores torcidas, mesmo quando disputaram o grande clássico do futebol maranhense, não conseguiram colocar um grande público. Apenas 5.459 torcedores pagaram o ingresso para ver o confronto no Estádio Castelão na primeira fase da competição, naquele que foi o melhor público na capital. Somem-se a estes números cerca de 20% de caronas (pessoas que entram sem pagar ingresso) por jogo. Um detalhe: o Moto Club, por se negar a fornecer 100 ingressos de cortesia num jogo do Estadual deste ano, foi advertido pela Federação Maranhense de Futebol (FMF).

O segundo maior público do Estadual 2018 ocorreu no primeiro Maremoto da fase final, com 3.557 pagantes. No interior, o Imperatriz apresentou um borderô de apenas 3.309 torcedores na partida contra o Sampaio Corrêa, sendo esta a terceira melhor arrecadação.
A competição também apresentou números irrisórios em algumas disputas. O Santa Quitéria levou apenas 168 torcedores no jogo contra o São José, sendo este o menor de toda a competição. Bacabal x São José, no interior, foi visto por 216 testemunhas no Correão, enquanto no Dário Santos o Peixe Pedra reunia apenas 294.

A situação é tão difícil, que apenas 1.600 torcedores pagaram ingresso para ver Moto e Maranhão no Castelão, na noite da última quinta-feira, para ver a partida que apontou o primeiro finalista do Estadual. Cerca de 300 sócios-torcedores entraram sem pagar. A expectativa era de uma renda muito maior, apesar do horário das 21h45, considerado impróprio por vários motivos.

Causas e efeitos

A lamentação tem sido muito grande. O torcedor alega efeitos da crise financeira provocada pelo aumento do desemprego, mas também se queixa de tabelas malfeitas e da transmissão dos jogos mais importantes, ao vivo, pela televisão. No entanto, o Sampaio Corrêa tentou levar maior público ao Castelão numa promoção denominada “Meia-entrada para Todos”, e conseguiu apenas 2.222 pagantes num jogo decisivo em que foi eliminado pelo Cordino. No último Maremoto, o jogo foi mostrado apenas para algumas cidades do interior. É bom lembrar que também foram poucos os jogos mostrados pela televisão até o momento. Além da emissora local, também o canal por assinatura “Esporte Interativo”, que vai mostrar a final, segundo a FMF, fechando um contrato que foi parar na Justiça por não render, financeiramente, o que fora acordado.

Insegurança

Um dos fatores que sem dúvida têm contribuído para o afastamento do torcedor dos estádios, não apenas em São Luís, é a onda de violência dentro e fora dos estádios. A situação se agrava quando nota-se a deficiência do transporte coletivo e os assaltos que se registram depois das 23h.

O presidente do Moto, Celio Sergio, entende que o afastamento do torcedor tem como uma das causas a insegurança. “O torcedor não está habituado a ir ao estádio com a família, pois se sente inseguro. Com isso, o público não se renova. Os mais idosos vão deixando de comparecer, e os filhos não criaram o hábito de torcer por nossos clubes, preferindo principalmente os do Sul do país. Perdemos quase uma década com torcedores fora do estádio, porque só tínhamos uma competição esportiva, o Castelão estava fechado e não participávamos de competições nacionais”, analisa.

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