A Universidade Federal do Maranhão ainda não se posicionou a respeito da solicitação (ofício) feita por entidades representativas de pais e alunos sobre o sistema de bonificação do SISU que a UFMA pretende adotar para o próximo ano.

Assinam o documento, que foi entregue em mãos para a Pró-Reitora de Ensino – PROEN, a Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do Maranhão (ASPA-MA), Associação Maranhense de Escolas Particulares (AMEP) e Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino da Rede Particular do Maranhão (SINTERP-MA). 

Em síntese o documento pede que o sistema de bonificação e pontuação para os estudantes do Maranhão no ingresso ao ensino superior seja revisto, do contrário, o sistema será desigual para o ingresso dos estudantes na universidade.

A proposta

Pela proposta, o sistema bonifica em 20% estudantes de Pinheiro, 10% os de Imperatriz e 5% os de São Luís. A sugestão é que ocorra a manutenção da bonificação de 5% para o Campus de São Luís, bem como a redução para 7% da bonificação para o Campus de Imperatriz e região, e de 10% da bonificação para o campus de Pinheiro.

O documento tomou como base o exemplo das notas de cortes do SISU UFMA CAMPUS SÃO LUÍS. “Percebemos que com a bonificação instituída no SISU 2019.2 tornou a nota de corte para o curso de medicina de no mínimo 920 pontos, ou seja, 766,67 sem a bonificação. A proposta de bonificação é válida, visto que muitos estados do Nordeste possuem e levando em consideração as desigualdades sociais e econômicas das regiões do Brasil. O acréscimo na nota permite a maior entrada de maranhenses nos cursos de graduação em universidades federais, fixando os profissionais formados no estado para a prestação de serviços à população”, diz o ofício.

De acordo com as entidades, a queda da bonificação no SISU 2022.1 trouxe impactos, uma vez que permitiu a entrada de estudantes de todo o Brasil na UFMA.

“Os campi que mais sofrem impactos são Imperatriz e Pinheiro, sendo mais emblemático nesse último, visto que possui turmas com 20 ou mais alunos de ampla concorrência não maranhenses das 25 vagas disponíveis por semestre. O curso com a maior entrada de alunos de fora do Estado do Maranhão é de fato o curso de Medicina. Tendo em vista este cenário e se confirmando a informação sobre as bonificações sugeridas pela UFMA que promove porcentagens distintas de acordo com a região em que o candidato realizou o seu 1º, 2º e 3º séries do Ensino Médio, isso impede a equidade entre os vestibulandos”, continua o documento.

O ofício segue exemplificando: “se dois candidatos maranhenses disputam uma vaga em medicina na UFMA Pinheiro, o aluno que fez o seu ensino médio em alguma instituição da região da cidade de Pinheiro com 720 de média TRI sem bonificação, terá 864 pontos com bonificação de 20%, enquanto para o aluno da cidade de São Luís, que conclui o seu ensino médio na capital maranhense, e fez 800 de média TRI sem bonificação, terá 840 pontos com bonificação de 5% na disputa por uma vaga em medicina na UFMA Pinheiro”.

A preocupação das entidades

A preocupação das entidades é que caso esse critério seja aprovado, haja uma redução drástica do acesso dos alunos de São Luís às vagas de Medicina nos campi da UFMA, principalmente da rede particular.

“Já que aumentará significativamente a nota de corte nas vagas de ampla concorrência, obrigando-os a buscar outro curso ou outros estados, se assim a sua condição econômica permitir para cursar Medicina. Desse modo, observa-se que a atual bonificação impede a isonomia do processo seletivo, uma vez que privilegia alunos da rede privada de uma determinada região e restringe o acesso a demais estudantes maranhenses. É fato que políticas de acréscimo na nota do ENEM de forma distinta devem sim existir”.