ECONOMIA

Índices apontam que economia avança para uma recuperação no Maranhão

Cenário de números de desocupados e índice de consumo parece ser um indicativo de que está havendo mudança positiva na economia do Maranhão

Atividades na Rua Grande devem ser paralisadas às 13h, nesta quinta-feira (28). (Foto: Divulgação)

Dados recentes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio) sobre Intenção de Consumo das Famílias, e da PNAD Contínua trimestral (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) sobre ocupação mostram que os números podem estar melhorando na capital.

O levantamento da Fecomércio aponta que a confiança do consumidor ludovicense interrompe sequências de 3 meses de quedas consecutivas (maio, junho e julho) e volta a reagir em agosto com uma variação mensal positiva de +3,3% em agosto. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o indicador ainda apresenta uma desaceleração de -46,3%, refletindo os impactos da pandemia sobre o otimismo do consumidor local.

Apesar da inclinação mensal positiva na confiança do consumidor, o índice de intenção de consumo do mês de agosto ainda está situado na zona de pessimismo, marcando 49,3 pontos em uma escala que vai de 0 a 200 pontos. 

Dessa forma, a pesquisa aponta que essa trajetória de retomada da confiança do consumidor tenderá a ser longa até ultrapassar a barreira da indiferença aos 100 pontos e estar situada na zona de otimismo. “Já começamos a atenuar os efeitos da pandemia sobre a economia. Se considerarmos os meses de março a julho, momento de maior incidência da pandemia, o saldo de empregos no Maranhão é de apenas 414 postos de trabalho formais eliminados. O desafio, agora, é atenuar os efeitos sobre o mercado informal, já que parte considerável da força de trabalho maranhense é formada por autônomos, informais, ambulantes e outros tipos de ocupação que estão fora dos postos de trabalho com carteira assinada”, avalia o presidente da Fecomércio, José Arteiro da Silva.

Mercado de trabalho

Dos 7 subcomponentes que formam o índice no levantamento da PNAD, 6 apresentaram recuperação na comparação mensal, com destaque para a avaliação do consumidor quanto à sua perspectiva profissional que cresceu +9,7% na passagem de julho para agosto. 

Esse resultado é influenciado pelo momento de reativação do mercado de trabalho no Maranhão. De acordo com o Caged, somente no mês de julho o estado apresentou saldo de +4.919 novos postos de trabalho, sendo o 2º mês consecutivo de saldo positivo, já que em junho o Maranhão também registrou a criação de +3.862 novas vagas formais. Isso atenuou a queda da extinção de -9.195 empregos nos meses de março, abril e maio, período de maior impacto da pandemia sobre a economia.

Por outro lado, de acordo com a PNAD Contínua trimestral, a quantidade de pessoas desocupadas no Maranhão, no 2º trimestre de 2020, atingiu o montante de 381.000 pessoas, 43.000 a menos que no trimestre anterior. Assim, a taxa de desocupação do Maranhão no 2º trimestre de 2020 foi de 16,0%, ficando estatisticamente estável em relação ao trimestre anterior, que foi de 16,1%. Maiores taxas de desemprego foram observadas na Bahia, 19,9%, Sergipe, 19,8%, e Alagoas, 17,8%.

Se considerarmos os meses de março a julho, momento de maior incidência da pandemia, o saldo de empregos no Maranhão é de apenas 414 postos de trabalho formais eliminados. O desafio, agora, é atenuar os efeitos sobre o mercado informal, já que parte considerável da força de trabalho maranhense é formada por autônomos

Taxa de desocupação praticamente igual

Para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a força de trabalho engloba as pessoas ocupadas e as pessoas desocupadas que procuraram trabalho no período de referência da pesquisa. O 2º trimestre do ano foi marcado por um fator atípico, a pandemia, que provocou recuo da atividade econômica impactando o funcionamento do mercado de trabalho.

No Maranhão, mesmo mantendo taxa de desocupação praticamente igual ao trimestre anterior, o 2º trimestre foi marcado por recuo no número de pessoas ocupadas. Entre o 1º e o 2º trimestre do ano de 2020, a redução no percentual de pessoas ocupadas no estado foi na ordem de 9,7%, o que implicou menos 215 mil pessoas na condição de força de trabalho ocupada. Eram 2,211 milhões de pessoas ocupadas no 1º trimestre de 2020 e 1,996 milhões no 2º trimestre. “Parte significativa das pessoas que perderam seus empregos não alimentou o quadro de pessoas desocupadas, pois, muito em função da pandemia, alguns não procuraram trabalho ou, se procuraram, não estavam disponíveis no período.  

O fato é que parte desse contingente de pessoas que saiu do mercado de trabalho, isto é, perdeu ocupação, acrescida, provavelmente, de mais uma parcela que estava na condição de desocupado, passaram a engrossar a força de trabalho potencial, isto é, não estavam nem ocupadas nem desocupadas, visto que não procuraram trabalho, embora disponíveis para o mesmo, caso aparecesse oportunidade (é o caso do desalentado) ou, se procuraram, não estavam disponíveis para assumir”, apontou o estudo do IBGE.

Segundo lugar em desalentados

No estado, no 2º trimestre deste ano, do total de 883 mil pessoas na condição de força de trabalho potencial, cerca de 655 mil estavam caracterizadas na situação de desalentadas, isto é, não procuraram trabalho porque, de alguma forma, perderam a esperança de encontrar uma oportunidade, embora, se aparecesse essa oportunidade, estariam disponíveis. Entre o 1º trimestre de 2020 e o trimestre seguinte, houve um aumento de cerca de 14,5% no contingente de desalentados no Maranhão. As Unidades da Federação (UFs) que detinham no 2º trimestre de 2020 os maiores contingentes de pessoas desalentadas eram Bahia (849 mil), Maranhão (655 mil), São Paulo (593 mil) e Minas Gerais (534 mil).

Enquanto no 1º trimestre de 2020, do total de pessoas ocupadas no setor privado, no Maranhão, 48,4% tinham carteira de trabalho assinada, no 2º trimestre do mesmo ano, esse percentual subiu para 53,7%. O comportamento desse indicador acompanhou o ocorrido no Brasil, onde, no 1º trimestre de 2020, do total de empregados no setor privado, 75,0% tinham carteira de trabalho assinada e, no 2º trimestre de 2020, o percentual subiu para 77,7%. Isso aconteceu porque a queda percentual no volume de pessoas ocupadas do setor privado sem carteira foi de 20,6%, ao passo que no caso dos empregados do setor privado que tinham carteira, a diminuição foi de apenas 1,6%.

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