ENTENDA

FGTS: vale a pena aderir ao saque-aniversário?

Quem opta por essa modalidade, perde o direito de efetuar o saque em caso de rescisão de contrato de trabalho.

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Na última terça-feira (19), o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou que cerca de 823 mil trabalhadores já optaram pelo saque-aniversário do Fundo de Garantia de Tempo e Serviço (FGTS). Desde o primeiro dia do mês de outubro os cotistas do Fundo puderam fazer aderir à nova modalidade.

Segundo o secretário, o saldo dessas contas totaliza 6,066 bilhões de reais, e a estimativa é que, no ano que vem, os saques somem 1,1 bilhão de reais.

O saque-aniversário permite a retirada anual da parcela do saldo da conta do FGTS. Quem opta por essa modalidade, perde o direito de efetuar o saque em caso de rescisão de contrato de trabalho.

A adesão pode ser feita no site do FGTS ou no aplicativo de celular para dispositivos com sistemas Android e para iPhones.

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Até o dia 31 de dezembro, o trabalhador pode optar pelo saque-aniversário e trocar para o saque-rescisão quantas vezes quiser. No entanto, a partir do dia 1º de janeiro de 2020, caso esteja com a opção do saque-aniversário e queira mudar de ideia, é preciso cumprir uma carência de dois anos no programa atual: ou seja, caso fique desempregado neste período, não é possível mexer em seu FGTS.

Vale mesmo a pena?

  • Quem optar por esse modelo, perderá alguns benefícios como o de não ter mais o direito a retirada do dinheiro em caso de demissão sem justa causa; é possível mudar a opção, mas terá de cumprir o período de carência de dois anos.
  • Outro fator importante é que os lucros do fundo, que até então eram divididos igualmente entre governo e cotistas, passarão na íntegra para os cidadãos. Assim, a rentabilidade do FGTS deve aumentar e pode ser até superior ao valor da poupança, caso a medida provisória que modifica essa regras seja aprovada.

Dinheiro guardado

É recomendação aqui é: migre. Quem já tem uma reserva financeira para possíveis emergências pode se beneficiar do saque-aniversário, já que não corre risco de ficar desamparado financeiramente, caso seja demitido. Ou seja, o cotista deixa os recursos no fundo e retira uma parcela por ano, enquanto mantém um montante guardado, de preferência rendendo em algum lugar.

Aposentadoria

Pode não parecer uma boa escolha, já que o benefício é liberado na íntegra quando o cotista se aposenta, independente do modelo escolhido. Vale mais a pena esperar para receber todo o valor de uma vez, porque o saldo será maior e o dinheiro irá render por mais tempo no fundo.

Dívidas

Depende do valor da dívida. A nova regra pode ser uma boa opção para os que querem quitar suas dívidas ou boa parte delas com os recursos.

Investir

Pode ser uma boa opção. Para o saque-aniversário valer a pena, o recomendado é que esses recursos sejam reinvestidos onde renderiam mais do que no fundo. A questão é que, a distribuição de lucros do FGTS mudou e agora irá na íntegra para os cotistas, o que deve deixar o fundo mais rentável do que alguns investimentos.

Mercado de trabalho

O saque pode ajudar, principalmente para os que não possuem um valor alto no FGTS. Mesmo sendo demitido, o trabalhador dificilmente irá dispor de recursos no fundo suficientes para se manter. Vale mais a pena retirar parte dos depósitos e optar por investimentos com maior rentabilidade.

Desempregado

Vai depender muito. O saque-aniversário pode ser atraente para quem foi demitido por justa causa ou pediu demissão, mas nesses casos, trabalhadores só podem acessar o fundo do FGTS após três anos de inatividade, independente do modelo escolhido.

O saque é recomendado para quem está próximo do fim desse período de carência e necessita do dinheiro para sacar os depósitos de uma vez só. Já para o trabalhador que foi demitido por justa causa ou se demitiu há pouco tempo, a nova regra é indicada, pois representa um recurso adicional durante esse período sem emprego.

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