SOLIDARIEDADE

Comerciantes criam banca solidária para doações de alimentos

A banca foi instalada em seu próprio estabelecimento, localizado no bairro Parque Vitória.

Foto: Arquivo

Os impactos da pandemia no país têm colocado pressão ainda maior sobre a vida de pessoas já vulnerabilizadas socialmente. A alta no desemprego e no preço dos alimentos faz com que comer todos os dias seja um desafio para muitos brasileiros. Pensando nisso, os comerciantes Cláudio Paco de 30 anos; e seu sobrinho marcos Vilela de 20 anos, decidiram montar uma banca solidária de alimento. As pessoas em necessidade podem pegar gratuitamente os alimentos.

A banca foi instalada em seu próprio estabelecimento, no Empório Camarão localizado no bairro Parque Vitória, mesmo bairro no qual residem, em São José de Ribamar. Cláudio e Marcos são naturais de Apicum-açu, na Baixada Maranhense.

Na porta do comércio há duas bancas, uma com a venda de camarões, a outra repleta de itens de mercearia e um cartaz escrito: “Caso você esteja precisando de alimentos, e não tenha como comprar, fique à vontade para pegar. E se você quiser doar, sinta-se à vontade”.


A ideia surgiu após eles perceberem que houve aumento no número de pessoas que passaram a necessitar de alimentos, devido à redução de postos de trabalho e de algumas atividades remuneradas, por causa da pandemia do novo coronavírus.

“A campanha teve início na quarta-feira passada, 31 de março. Meu tio conversou comigo falando que queria comprar alguns alimentos para fazer as doações, por que a gente sabe situação que todos estamos vivendo perante a pandemia, pessoas perderam seus empregos e não tem de onde tirar recurso para alimentação. Então essa foi a forma que encontramos para ajudar”, informou Marcos.

Banca solidária instalada no Empório do Camarão. (Foto: arquivo pessoal)

O projeto tem dois objetivos, o primeiro é disponibilizar de forma gratuita, alimentos para pessoas necessitadas. O segundo, parte da contribuição de pessoas que puderem doar. De acordo com Marcos, a divulgação por meio das redes sociais fez com que a banca solidária ganhasse mais doações.

“Na quarta-feira não teve muita visibilidade, mas na quinta as pessoas começaram a ler o cartaz, filmar e compartilhar. Teve pessoas que se identificaram com a causa e estão doando, e outras que estavam precisando olharam nas redes sociais e vieram buscar essas doações”, afirma.

Marcos esclarece que está sendo arrecadado somente alimentos no momento, e que ele e seu tio Cláudio pretendem continuar com a ação mesmo após a pandemia do coronavírus.

“Inicialmente estamos arrecadando só alimentos, pois é o que as pessoas estão mais precisando, sabemos que a fome mata e não queremos que isso aconteça. Esse ato de contribuição não tem previsão de acabar, quando a gente ver que está acabando tiramos do nosso próprio bolso e enquanto tiver pessoas doando, ajudando não pretendemos acabar com a banca”, explicou marcos.

Aumento da fome no Brasil

Segundo pesquisa feita pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), nos últimos meses do ano passado 19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar, a tingindo 9% da população brasileira. Maior taxa desde 2004, há 17 anos, quando essa parcela tinha alcançado 9,5%.

E quando o dobro do que havia em 2018, quando o IBGE identificou 10,3 milhões de brasileiros nessa situação. Houve crescimento de 27,6% ao ano entre 2018 e 2020. Entre 2013 e 2018, o crescimento era de 8% ao ano.

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