“Há mais agentes públicos envolvidos”, afirma Secretário de Segurança
Jefferson Portela assegurou que as investigações continuam e que já tem certeza do envolvimento de outros agentes públicos nas ações delituosas do grupo criminoso do Arraial
O titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública, delegado Jefferson Portela, deu uma declaração forte sobre a organização criminosa que é suspeita de praticar os crimes de contrabando. “Já temos a certeza do envolvimento de agentes públicos nos crimes praticados pela organização criminosa presa no povoado Arraial, no distrito de Quebra-Pote”.
Esta assertiva foi feita após o advogado Ricardo Jefferson Muniz Bello ter sido interrogado, na tarde da última terça-feira, 27, na Superintendência de Combate ao Crime Organizado, sob o comando do delegado Roberto Fortes. Das inquirições participaram também outros três delegados e quatro promotores de Justiça.
O interrogatório do advogado Ricardo Bello se iniciou às 15h de terça-feira e se estendeu até as 19h20. Logo após, o secretário Jefferson concedeu uma entrevista aos jornalistas que permaneciam na delegacia, quando falou que o advogado Ricardo Bello havia confirmado que estava na companhia do delegado Tiago Bardal, então titular da Superintendência Estadual de Investigações Criminais, na noite do dia 21 passado, quando a Polícia Militar iniciava uma operação visando prender traficantes e contrabandistas que agiam na área do Quebra-Pote/Arraial.
A presença do delegado Tiago Bardal na área motivou a sua demissão do cargo de superintendente da Seic, ocasião em que o secretário Jefferson Portela decidiu tomar essa medida alegando que o motivo era “quebra de confiança”. Porém, em virtude de justificativas contraditórias que teriam sido apresentadas pelo delegado Bardal, este passou a ser também investigado.
O secretário Jefferson Portela declarou que o advogado Ricardo Jefferson Muniz Bello havia declarado aos delegados e promotores de Justiça que esteve no Quebra-Pote com o delegado Tiago Bardal para falar sobre um cliente seu que seria um chefe de facção criminosa e um homem muito perigoso, razão pela qual não declarou o nome do referido.
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Portela assegurou que as investigações continuam e que já tem a certeza do envolvimento de outros agentes públicos nas ações delituosas do grupo criminoso do Arraial.
Perguntado sobre a não prisão do delegado Bardal, Portela respondeu que somente não aconteceu porque ele não permaneceu na área das operações policiais, mas que sua prisão preventiva já foi solicitada à Justiça, que deverá se pronunciar nas próximas horas.
A prisão dos membros do grupo criminoso aconteceu na noite de 21 de fevereiro quando a Polícia Militar invadiu o povoado Arraial onde, em um porto clandestino, os criminosos estavam recebendo um carregamento de armas, cigarros e bebidas contrabandeadas. Na sequência da operação, foi localizado um galpão na Vila Esperança, com centenas de caixas de cigarros e bebidas contrabandeados.
“As investigações têm continuidade e se estenderão até que tudo seja esclarecidos e todos os envolvidos identificados e indiciados na forma da lei”, garantiu o secretário Jefferson Portela.