PAC CIDADES HISTÓRICAS

Entidades realizam vistoria em obras da Praça Pantheon

Dentre os pontos mais incógnitos referentes ao fim do projeto, está a realocação dos ambulantes que antes utilizavam o local como ponto de vendas de produtos e agora estão dispersos em vários locais próximos à obra

Foto: Honório Moreira

Desde o fim do ano passado, a área central de São Luís se tornou um verdadeiro canteiro de obras. As mudanças começaram com a retirada de abrigos, ambulantes e isolamento das praças que passarão por reformas. O Projeto de Requalificação Urbana da Rua Grande deve entregar, até o fim deste ano, a área da Praça Deodoro e do Pantheon, Alameda Gomes de Castro e Rua Grande completamente renovadas com um valor orçado em R$ 31 milhões, em recursos do Iphan, por meio do PAC das Cidades Históricas.

Na última sexta-feira, 17, entidades do comércio realizam uma vistoria no local das obras na Praça do Pantheon, com o objetivo de verificar o andamento do processo de requalificação e preparar empresários locais para a chegada em um dos pontos principais, a Rua Grande. Estiveram presentes na visita representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial do Maranhão (ACM), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de outras entidades como Conselho Temático de Infraestrutura da Fiema (CTINFRA).
Dentre os pontos mais incógnitos referentes ao fim do projeto, está a realocação dos ambulantes que antes utilizavam o local como ponto de vendas de produtos e agora estão dispersos em vários locais próximos à obra.

Expectativa do comércio

Para a classe comercial, especialmente da Rua Grande, as obras já eram esperadas há vários anos e, segundo o presidente da CDL, Fábio Ribeiro, todo um acompanhamento está sendo feito para que não haja prejuízos em vendas durante as obras na Rua Grande. “Esse é o nosso papel agora de fiscalizar e cobrar, porque essa obra, quando começa, não pode parar. Nossa preocupação é quando chegar na Rua Grande, vão haver transtornos, agora são transtornos benéficos no futuro e estamos aqui para conhecer como será a mitigação desses transtornos para esses lojistas. Vamos repassar todo o cronograma para os lojistas para que eles se prepararem, para que não haja um excesso de estoque, que possam ter uma melhor gestão que será preciso”.

Quem tem loja nas redondezas já aspira ao crescimento futuro nas vendas. É o caso de Denise Farias, que disse estar ansiosa para que mais pessoas se dirijam ao Centro. “Espero que melhorem bastante as vendas. As pessoas pararam de vir ao Centro, muita gente vai para o shopping, mas, quando estiver tudo bonito aqui, acho que muita gente vai vir ver e aproveitar para comprar também”.

Futuros negócios

Apesar de a obra ser do governo federal sendo executada através do Iphan no estado, o interesse de que o fim do processo chegue o mais rápido possível é conjunto e, segundo o presidente da Associação Comercial do Maranhão, Felipe Mussalém, tem mobilizado diversa entidades. “As entidades de classe estão muito participativas no acompanhamento dessa obra, porque têm ambulantes, envolve a vida de vários negócios aqui perto e a gente tem atuado no sentido de tranquilizar e convencer os empresários das medições sobre a importância dessa obra, por que está sendo um transtorno para todos”.

Segundo Felipe a importância do Centro como área comercial e as adequações que serão realizadas na área influenciarão positivamente no cenário de negócios local. “Hoje a Rua Grande continua sendo o maior centro de compras do estado, com a presença de mais de 150 mil pessoas todos os dias. A gente acredita que, após a obra, não apenas da Rua Grande, mas como das praças dará uma qualidade de trabalho melhor para todos os empresários. Mais pessoas, famílias irão frequentar esses ambientes, proporcionando maior impacto para o comércio”.

Entre as preocupações do comércio informal, está principalmente a disposição dos locais para que possam continuar exercendo suas funções após o fim das obras. João Marques diz que trabalha há mais de dez anos como ambulante na Deodoro e que, apesar de estar feliz com o novo visual da localidade, teme ter que sair de lá. “Ficou mais difícil para todos os ambulantes trabalharem aqui depois que começou a tapar tudo e retirar quem estava onde iria ter a obra. A gente quer que fique tudo bonito sim, ninguém quer ver a cidade feia, mas a preocupação é saber onde vão nos colocar quando estiver tudo pronto. Todo mundo precisa trabalhar, e a gente tem que sustentar a família”.

Segundo Felipe Mussalém, um projeto já está sendo desenvolvido em parceria com ambulantes para resolver a situação do comércio informal. “A ACM, junto com à CDL, e a Associação dos Ambulantes estão desenvolvendo um projeto para que seja feito um espaço para os ambulantes, senão aqui na praça, mas um espaço que a prefeitura possa construir ou disponibilizar para que esses ambulantes possam continuar com suas atividades. Porque, de fato, na praça acaba degradando o espaço. O que experimentamos nesse último ano foi um completo abandono, então, vêm sendo feitos esforços para que esses ambulantes possam se realocar em outro lugar e ter uma qualidade de trabalho melhor”.

Seguindo o cronograma

Foto: Honório Moreira

A população, empresários e ambulantes esperam que a obra seja concluída o mais rápido possível, e para isso uma série de fatores precisam estar funcionando em harmonia para que não hajam percalços pelo caminho.

Segundo o superintendente do Iphan, Maurício Itapary, o cronograma da obra vem sendo executado de maneira pontual e os prazos devem ser efetivamente cumpridos. “A obra está dentro do cronograma traçado pela construtora. Começamos pela Praça do Pantheon e Alameda Gomes de Castro, onde a obra está em execução, esperamos em março iniciarmos a Rua Grande. A entrega das Pantheon e Alamedas deve ser ainda nesse semestre, e a Deodoro será a última, porque o canteiro de obras está instalado nela. Nós entregamos as praças assim que forem ficando pontas, não vamos esperar toda a obra ficar pronta para entregar de uma vez só”.

Segundo Itapary, o processo de obras na Rua Grande deve acontecer em etapas, evitando assim que todas as lojas sejam prejudicadas de uma vez só nesse processo. “Queremos entregar toda a obra até o fim do ano, mas como toda obra deve criar alguns transtornos, ao chegar à Rua Grande, a obra irá acontecer por quadras, e a gente vai procurar criar menos transtornos possíveis. Assim que se for fechando uma quadra, vai se abrindo outra e as pessoas poderão continuar indo ao comércio local”.

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