ENTREVISTA

‘O problema foi o consórcio’ diz superintendente do Dnit sobre atraso

Em entrevista a O Imparcial, superintendente do Dnit no Maranhão garante que o atraso nas obras de recuperação da BR-135 foi causado por incompetência das empresas licitadas

Buracos na BR-135

O primeiro trimestre de 2016 foi um período caótico para os motoristas que chegam ou saem da capital maranhense por acesso terrestre. É que o estado de conservação da BR-135, única rodovia que conecta a ilha e o continente, piorou consideravelmente com a suspensão das obras de manutenção da via.

Passados 15 dias de duas ocasiões trágicas registradas pela equipe de O Imparcial (a morte da bailarina Ana Duarte e o registro das ameaças causadas pelos mais de 200 buracos na pista), conversamos com o superintendente do Dnit no Maranhão, Mauricio Abreu Itapary, para entender o posicionamento do órgão e as ações tomadas para solucionar os problemas na BR.
A equipe de reportagem de O Imparcial procurou o consórcio das empresas responsáveis pelas obras de duplicação da BR-135, mas até o fechamento desta edição nenhuma se posicionou com relação a situação atual da BR-135.
Na avaliação do Dnit, qual o estado atual da BR-135 no trecho que corta o Maranhão?
Foto: DivulgaçãoHonório Moreira/OImp/D.A Press.


DivulgaçãoHonório Moreira/OImp/D.A Press

Mauricio Abreu Itapary, superintendente do Dnit no Maranhão

A BR-135/MA no trecho do km 0,00 ao 199,6 está com a trafegabilidade comprometida, pois a falta de manutenção adequada por parte do consórcio CBEMI/SOMA/GRECA/HYTEC e o rigor das chuvas nos anos 2014, 2015 e início de 2016 resultou na degradação da camada asfáltica, fenômeno agravado pelo intenso tráfego das pesadas carretas. Por isso, houve a necessidade de rescisão unilateral do contrato de restauração da via celebrado com o consórcio.

Mais de 200 buracos foram identificados pela equipe de reportagem de O Imparcial em março, entre o aeroporto e a Estiva (em São Luís). Por que a manutenção da rodovia está defasada?
Como relatado anteriormente, houve a rescisão unilateral do contrato de restauração desse trecho e uma nova empresa só pôde ser contratada no dia 29/3/2016. Essa empresa já está fazendo os reparos emergenciais.
A duplicação na rodovia foi anunciada em 2010, mas até o momento não foi concluída. Quais as razões deste atraso?
A disponibilidade do orçamento financeiro do governo federal durante o ano de 2015 impediu o avanço normal da obra, gerando o atraso dos serviços.
A violência na BR-135 cresceu consideravelmente nos últimos meses, com registros de inúmeros assaltos e mortes no perímetro urbano da capital. O que está sendo feito para solucionar este problema?
Sobre as atribuições do Dnit na BR-135, estamos retomando os trabalhos de manutenção da rodovia. Porém, um problema sério que estamos enfrentando é a construção de quebra-molas/lombadas em função do clamor social das comunidades que residem às margens da rodovia. Isso contribui para a deterioração da pista e a diminuição brusca da velocidade dos veículos. Inclusive uma dessas lombadas provocou a ocorrência de buracos no km 15.
Por que razão o contrato com a empresa licitada para a recuperação da BR-135 foi suspenso?
O consórcio CBEMI/SOMA/GRECA/HYTEC apresentou desempenho fraco, não cumprindo o cronograma da obra
Qual o prazo para que se conclua a recuperação emergencial da rodovia?
A previsão para a conclusão dos trabalhos emergenciais é de 60 dias e seguirão os trabalhos de conservação normal do trecho.
Existe alguma limitação de recursos que está impedindo a plena execução dos trabalhos?
O governo federal, através do Dnit, está empreendendo todos os esforços necessários para restabelecer a trafegabilidade da BR-135/MA.
Além da obra emergencial, que outras intervenções estão previstas para a BR-135 e quais os prazos para a realização?
Com a rescisão do contrato de restauração atual, estão sendo elaborados novos estudos para a contratação de nova restauração da BR-135/MA. Aliado a isso, a obra de duplicação irá retomar o ritmo de trabalho com a construção do viaduto de acesso a Rosário e sobre a linha férrea da Vale.
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