PATRIMÔNIO AMEAÇADO

Maioria das obras do PAC – Cidades Históricas não saem do papel em São Luís

Das 44 melhorias previstas para São Luís, apenas quatro foram concluídas e outras quatro estão em obras. Trinta e dois projetos estão em ações preparatórias antes da licitação

Foto: Karlos Geromy/OImp/D.A Press.


Karlos Geromy/OImp/D.A Press

Prédio da Rffsa onde funcionou plantão de polícia que vai abrigar um centro cultural está abandonado

Um dos pontos mais históricos de São Luís, o prédio da antiga Rede Ferroviária Federal (Rffsa), na Avenida Beira-Mar, segue abandonado pelo poder público nos últimos meses. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou uma restauração completa no local, mas até hoje nenhuma obra foi feita. Há cerca de três anos, o Iphan apresentou o projeto que transformaria o prédio da Rffsa em um complexo cultural. A obra, orçada inicialmente em R$ 5,5 milhões, faria parte do PAC – Cidades Históricas.

Em um passeio rápido pelo Centro Histórico da capital maranhense é fácil de encontrar exemplos iguais. As autoridades anunciam melhorias com pompa e com o passar do tempo nada de concreto é realizado.
Ao todo, o PAC previa 44 obras em São Luís para serem concluídas até o final de 2016. O orçamento inicial, aprovado em 2012, previa cerca de R$ 133 milhões para restaurar os prédios históricos da capital maranhense. Desse valor, apenas R$ 25 milhões foram realmente investidos nos projetos. Além disso, apenas quatro obras foram concluídas, sendo que 32 delas ainda não foram nem licitadas, como é o caso da revitalização da Rffsa.
Segundo o subprefeito do Centro Histórico, Fábio Henrique Carvalho, o projeto de reforma já está concluído e aguardando a liberação da verba federal para a execução da obra. “A execução é feita pelo Iphan com a responsabilidade da Prefeitura de São Luís e do governo do estado do Maranhão para apoio. Atualmente, estamos esperando a liberação da verba, mas o problema tem sido essa crise”, afirmou.
Tanto a prefeitura, quanto o governo, têm responsabilidades e contrapartidas para oferecer, mas o atraso nas obras não tem nada a ver com as duas esferas do poder público. A crise por que passa a União é o principal fator apontado para a quase paralisação do PAC – Cidades Históricas. Com o passar do tempo, os prédios (e demais construções) sofrem ainda mais os efeitos da chuva e do sol, causando uma deterioração ainda maior. Além dos edifícios e casarões, os projetos preveem a requalificação urbanística da Rua Grande, além de uma total reestruturação do Mercado Central, Praça João Lisboa e Largo do Carmo.
Para a Rua Grande, o cronograma previa o início das obras para janeiro de 2016, mas o Iphan anunciou uma alteração para começar em março, e apesar do site oficial do PAC afirmar que o local já está em obras, até a data de hoje nada foi feito. As Igrejas do Carmo, Santana, Santo Antônio e São João também estão com projetos para receber melhorias, mas até o momento ainda não foi realizada nenhuma licitação e a expectativa de reforma ainda é apenas um plano.
Procurado pela reportagem de O Imparcial, o Iphan não respondeu às indagações. No último posicionamento do órgão sobre o assunto, na última quinzena de março, o superintendente Alfredo Costa culpou a crise econômica do Brasil pelo atraso nas obras. “Com essa recente crise econômica que a gente tem observado no país, a gente sofreu um pouquinho de atraso, mas nada que interfira definitivamente na execução das ações”, afirmou. No momento, Alfredo Costa estabeleceu o ano de 2019 como prazo final da conclusão das 44 obras previstas pelo PAC – Cidades Históricas.
RFFSA
O prédio da Rffsa foi inaugurado em 1929, com o nome de Estação João Pessoa, e era um dos pontos de partida do trem que realizava a viagem entre São Luís e Teresina. A linha interligando as duas capitais durou até 1991, quando o serviço foi extinto. Mas, mesmo antes do fim da viagem, ainda nos anos 80, a estação foi desativada. Com o passar dos anos, o prédio foi ocupado por vários órgãos ligados à Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA), incluindo várias delegacias.
Apenas quatro obras entregues
Até o momento, apenas quatro obras previstas pelo PAC – Cidades Históricas foram concluídas em São Luís. Em outubro de 2015, foram inauguradas na Rua da Estrela as novas sedes da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapema) e o anexo do prédio do curso de História da Uema. Além deles, já tinham sido entregues à população a fachada do prédio onde funcionava o antigo Hotel Ribamar, na Praça João Lisboa, e a reforma da Praça da Alegria no Centro da cidade.
Ação Preparatória
Implantação da Praça das Mercês
Requalificação da Praça João Lisboa e Largo do Carmo
Requalificação da Fortaleza São Luís
Escola de Música do Estado do Maranhão
Antiga Alfândega – Casa do Maranhão
Fábrica São Luís – Câmara de Vereadores
Rffsa – Centro Cultural
Igreja de Santana
Igreja de Santo Antônio
Igreja de São João
Igreja do Carmo
Casarões Rua do Giz – Implantação do Polo Digital
Casarões na Rua da Palma, 445 e 459 (habitação de interesse social)
Mercado Central
Museu Histórico Artístico do Maranhão
Imóvel da R. 14 de Julho – Teatro Tablado/UFMA
Sobrado à Rua de Nazaré, 316 – Secretaria de Direitos Humanos
Sobrado na Praça Antônio Lobo – Casa do Estudante/Uema
Sobrado da Av. Pedro II, 199/205 – Junta Comercial
Sobrado da Baronesa de São Bento – Coteatro
Sobrado Rua do Giz esquina com Rua 14 de Julho/Escola de Música da UEMA
Sobrado da Rua Portugal – Casa de Nhozinho
Sobrado Rua Giz – Centro de Arqueologia
Sobrado Rua da Estrela – Biblioteca Escolar
Sobrado da Rua Portugal, 303 – Secretaria do Estado da Cultura
Sobrado Rua do Giz – Centro de Cultura Popular
Sobrado do Arquivo Público
Sobrado do Centro Artístico Operário
Sobrado Rua Nazaré, 58 – Centro Educacional Guaxenduba
Solar dos Vasconcelos – Dep. De Patrimônio Histórico
Antigo Galpão de Algodão – Centro de Criatividade Odylo Costa Filho
Sobrado da Rua Portugal- Secretaria de Turismo
Licitação do Projeto
Teatro Artur Azevedo
Sobrado Rua Portugal- Museu de Artes Visuais
Teatro João do Vale
Em vias de obras
Palácio das Lágrimas – UFMA/Palácio da Ciência
Sobrado do Fórum Universitário – UFMA/Curso de Direito
Palácio Cristo Rei- UFMA/Reitoria
Sobrado Rua de Nazaré, 135 – anexo do Museu da Gastronomia
Requalificação urbanística da Rua Grande (incluindo embutimento da fiação aérea)
Concluídos
Sobrado da Rua da Estrela, 386 – Fapema
Sobrado da Rua da Estrela – Faculdade de História
Fachada de Azulejo do Sobrado da Praça João Lisboa, 37
Praça da Alegria
 
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