SAÚDE

Realizado Seminário Oficial sobre Amamentação e Trabalho

O seminário abordou o tema que faz referência aos desafios para a mulher conseguir conciliar amamentação e trabalho

Uma campanha mundial, o ‘Agosto Dourado’ possibilita a realização de várias ações de esclarecimento e incentivo ao aleitamento materno. Dentre elas, um seminário oficial que acontece em todos os estados brasileiros, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES) em parceria com o Ministério da Saúde (MS).
No Maranhão, o seminário promovido pela SES, em conjunto com o Departamento de Atenção a Saúde da Criança e do Adolescente, aconteceu na segunda-feira, dia 10, no auditório da Escola de Governo do Maranhão (EGMA).
O seminário abordou o tema da campanha do MS, que em 2015 faz referência aos desafios para a mulher conseguir conciliar amamentação e trabalho, com o slogan: ‘Amamentação e Trabalho: para dar certo o compromisso é de todos’.
Segundo o mais recente levantamento do Governo Federal, a média de aleitamento materno exclusivo no Brasil é de apenas 54 dias – ou seja, menos de dois meses. Entre os principais motivos para isso, estão às dificuldades de conciliar a dedicação ao filho e as demandas profissionais, fato esse que levou a escolha da abordagem.
Durante o seminário, além de palestras, falando sobre ‘Mulher, trabalho e amamentação’, ‘Atitudes e práticas de apoio à mulher trabalhadora’, dentre outros, foram realizadas rodas de conversa sobre a experiência de mães que voltaram ao trabalho em fase de lactação, e de instituições e empresas que já possuem salas de amamentação.
Participaram da abertura do evento o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, o secretário Adjunto de Atenção Primária em Saúde, Arnaldo Muniz Garcia, a consultora do Ministério da Saúde (MS), pediatra Marina Ferreira Rea, mestre e doutora em Medicina Preventiva pela Universidade de São Paulo (USP) e também, especialista em aleitamento materno pelo Wellstart International, e demais convidados autoridades no assunto.
Dentre o público estiveram técnicos de saúde municipais e estaduais, alunos da Liga de Pediatria da Universidade Federal do Maranhão (Laped – UFMA), alunos da Escolta Técnica do SUS (ETSUS – MA), representantes institucionais de empresas como Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios). Além de mulheres gestantes e mães trabalhadoras que apóiam a causa da amamentação exclusiva até os seis meses.
Por se tratar de um tema que envolve o cuidado com as crianças, uma das prioridades do governo Flávio Dino, o secretário Marcos Pacheco, destacou que o aleitamento é muito mais que uma ação de benefício para mãe e filho, é uma estratégia para redução da mortalidade infantil e, por isso, o Estado prioriza esse incentivo. “Reafirmamos as nossas prioridades e lembramos que a saúde da gestante e a criança estão entre elas. Como o nosso indicador de mortalidade infantil ainda está entre os maiores do Brasil, pensamos na amamentação além da relação afetiva, ressaltando também seu caráter preventivo”, afirma o secretário.
Na ocasião, Marcos Pacheco evidenciou que o objetivo em garantir às mães seus direitos, se dá a partir de um trabalho conjunto. “Para alcançarmos o que chamamos de revolução conceitual em todas as áreas da saúde, precisamos contar com essas ações conjuntas, visto que temos um governo que trabalha com a integração”, garante Pacheco.
A médica Marina Rea, coordena o Comitê Nacional de Aleitamento Materno do MS e ainda, é membro fundador da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – Baby Food Action Network (IBFAN). Essa é uma rede formada por mais de 270 grupos ativistas espalhados por cerca de 168 países e atua há mais de 30 anos para a melhoria da nutrição e saúde infantil. Ela destacou o Estado como um dos principais alvos da campanha à amamentação, visando à mudança dos números de mortalidade infantil. “O MS tem clareza de suas prioridades e sabemos que o Maranhão tem a necessidade de virar a página das taxas alarmantes de mortalidade infantil e essa é uma luta que precisa de todos nós. O tema desse ano nos permite uma discussão ampla de algo grave e que ainda não foi resolvido no Brasil. Muitas mulheres estão sem amparo para conseguir garantir a amamentação dos filhos, e ainda tem o caso das trabalhadoras do mercado informal. Temos que pensar em tudo para que o incentivo ao aleitamento entre nas prioridades de todas as gestões”, pontua a médica.
Segundo ela, a ‘Semana de Aleitamento’, acontece desde 1992, essa é a 24ª semana e, os temas variam para promover a importância do aleitamento, que é um universo de coisas que precisam ser especificadas. “Os três principais objetivos da campanha esse ano é divulgar a legislação trabalhista, os programas de apoio a amamentação no local de trabalho, e os equipamentos para garantir a amamentação dos filhos de mulheres do setor informal. Em geral, para garantir o aleitamento a mulher precisa dispor de apoio, tempo e espaço. E é por não usufruir desses três que a desmama é cada vez mais precoce”, explica a Drª. Marina Rea.
O presidente da Laped – UFMA, Thiago Costa, conta que poder participar do seminário, refletirá na ampliação das informações ao dar suporte para os alunos de medicina, enfermagem e nutrição. “Sabemos que o princípio da saúde se dá por base em aleitamento. A Liga de Pediatria trabalha bastante nesse sentido, pois nós temos ambulatórios voltados para essas capacitações e acompanhamos algumas mães explicando a importância da amamentação”, conta Thiago Costa.
O sucesso das ações do ‘Agosto Dourado’ no Estado foi colocado pela chefe do Departamento de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente, Marielza Souza, como um avanço da compreensão do tema. “Tem sido realizadas muitas ações para tentar aumentar a propagação das vantagens do aleitamento materno. Precisamos avançar ainda mais, com a implantação de mais salas de amamentação, e que as empresas repensem nas necessidades da mulher trabalhadora”, esclarece Marielza Souza.
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