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Embaixada da China diz que cooperação com Brasil continuará sólida

O diplomata chinês comentou a polêmica sobre 600 respiradores comprados por governadores do Nordeste, mas que não chegaram ao país

(foto: Augusto Fernandes/CB/D.A Press)

O ministro-conselheiro Qu Yuhui, porta-voz da Embaixada da China no Brasil, destacou que a cooperação entre Brasil e China continuará sólida, tanto no combate ao vírus quanto no estreitamento de relações comerciais. Ele afirmou que as declarações xenófobas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, não prejudicam a relação entre os dois países. Mas deixou clara a contrariedade chinesa.

“Continuamos a achar que os comentários feito por figuras públicas do alto escalão são lamentáveis e irresponsáveis. Até hoje não sabemos se fizeram isso por ignorância ou outras intenção que não conhecemos. Como figuras públicas, devem ter uma noção do peso da responsabilidade nas suas costas”, advertiu.

O diplomata chinês comentou a polêmica sobre 600 respiradores comprados por governadores do Nordeste, mas que não chegaram ao país. “Não houve nenhuma quebra de contrato. Quem fez a compra foi uma empresa de comércio sediada em Los Angeles e Miami, e houve problema na alfândega. Não sei qual o pretexto para reter a mercadoria, que foi revendida pelos Estados Unidos. Não foi o fornecedor da China que redistribuiu a mercadoria”, afirmou o porta-voz.

A embaixada norte-americana no Brasil repudiu as acusações. “O governo dos Estados Unidos não comprou nem bloqueou nenhum material ou equipamento médico da China destinado ao #Brasil. Relatórios em contrário são completamente falsos”, postou a representação na semana passada. 

Oministro-conselheiro Qu Yuhui explicou que a China detém um quinto da produção mundial dos equipamentos, está sofrendo uma pressão 10 vezes maior para vender o material e, ao mesmo tempo, enfrenta a carência de insumos para a fabricação, pois países dos Estados Unidos e União Europeia bloquearam a importação desses produtos.

“Estamos aumentando nossa produção de equipamentos de proteção individual e insumos para ajudar outros países. No início de março exportamos 3,8 bilhões de máscaras para 50 países, 36 milhões de jaquetas de proteção, 16 mil respiradores e 3 milhões de testes. Com o Brasil, estamos fazendo intensivo trabalho para que a colaboração bilateral seja efetiva e eficiente”, garantiu.

Qu Yuhui compartilhou parte da experiência da China no combate ao vírus. “Devemos estar preparados para o pior para conseguir o melhor. Estamos diante de uma doença perigosa, desconhecida, e talvez conheçamos somente 10% dessa doença. Cuidado nunca é demais”, afirmou.

Sem fazer referência direta a governadores, o porta-voz também alertou para o risco de afrouxar o isolamento social. “O governo tem que adotar medidas amplas e sistemáticas. Não é decretar quarentena ou não, mas lançar outras medidas complementares, para garantir a vida normal das pessoas, compatibilizar o trabalho de controle de pandemia com a manutenção ao nível mínimo das operações econômicas e comerciais. Não estou falando que a China fez um trabalho perfeito. Cada governo comete erros. Mas, o que sabemos, é que o governo tem que pensar de forma abrangente, tomar medidas e reduzir os impactos do coronavírus. E a população tem muito o que contribuir: respeitar, ter bom senso e disciplina. Não adianta 90% fazerem quarenta e 10% não. Isso vai arruinar o esforço de 90%. Um senso de sacrifício é essencial”, avaliou.

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